sábado, 25 de maio de 2013

She Will Be Loved - Na casa de Bryan

- Então, qual é seu lance com meu irmão? – Emily perguntou sorridente.
- Nós somos amigos.
                “Eu acho”, pensei.
- Amigos? Conta outra, eu vi o jeito que vocês se olham.
- Não pode negar que rola um clima – Amy, que tinha o cabelo até a cintura e loiro, comentou enquanto colocava arroz em uma tigela.
- Desde que você fique com o Bryan e deixe o Justin pra mim... – Sarah indagou.
- Eu só fiquei uma vez com o Justin.
                Ela abriu a boca para responder mas fechou-a no mesmo instante. Bryan entrara na cozinha.
- Posso saber sobre o que estão fofocando?
- Como se você não soubesse que mulheres não fofocam – Rachel arrebatou.
                Peguei algumas fatias de bisteca e coloquei lentamente na grelha que estava esquentando fazia bons minutos.
- Bryan, vocês têm certeza de que querem deixar o churrasco por nossa conta? – perguntei.
- Eu até cuidaria disso, mas não posso perder o jogo – ele soltou um riso baixo, quase inaudível – Sabe onde está o Justin?                
                Pude ver pelo canto do olho Sarah tirar sua atenção da cebola que cortava e olhar em nossa direção.
- Quando você chegou ele foi pro quarto, eu acho.
                Bryan meneou a cabeça e depois de pegar quatro latas de cerveja voltou pra sala.
- Você mora com seus pais? – perguntou Amy se dirigindo a mim.
- Não... Na verdade eles... – hesitei e ela pareceu entender.
- Ah! Me desculpe, eu não devia... – interrompi-a.
- Tudo bem. Estou acostumada com isso.
                Tudo que se podia ouvir era o cantarolar baixinho de Rachel e o som da carne fritando. Depois de alguns minutos pudemos ouvir os meninos comemorando pontos do jogo continuamente. Amy, Rachel e Sarah foram para sala servir os meninos com alguns petiscos que prepararam.
- Bryan me disse que vocês são adotados. Mas não disse se são gêmeos ou onde seus pais adotivos moram.
- Sim, somos gêmeos. Nossos pais moram aqui em LA, mas em um bairro um pouco longe. Saímos de casa quando fizemos 17 anos.
- E por que saíram? – perguntei mas logo me arrependi, sentindo-me intrometida. – Desculpe, isso não é da minha conta.
- Não tem problema. Nós brigávamos muito e todos concordamos que se ficássemos longe seria melhor. Eles nos visitam às vezes e em alguns domingos almoçamos lá.
- Entendo...
                Lembrei-me de um jantar na páscoa onde meus pais convidaram meus tios por parte de mãe, nossos únicos parentes vivos. No feriado pascal seguinte estava morando com meus tios, meus pais mortos, e minha vida sendo um inferno desde então.
- Bryan me contou sobre seus pais. Deve sentir muita falta deles.
- Sim. Aconteceu quando tinha só 10 anos. Eu era muito nova.
                De repente os meninos começaram a gritar e pude ouvir as meninas na sala os xingando, Bryan entrou gritando e pulando na cozinha, dizendo que os Lakers ganharam o primeiro sete do jogo.
[...]
                Era 17 horas da tarde e a essa altura já tínhamos assistido “Ted” e zoado bastante no karaokê, principalmente quando Amy cantou “The Climb” e não conseguiu absolutamente nenhum ponto. Podia imaginar Bryan lembrando-a disso por muitos anos. Sarah era a menos divertida da turma. Ela me encarava séria e eu me perguntava se o problema dela era só comigo ou se era assim normalmente. Justin não saíra do quarto nem para comer. Se não o tivesse visto poderia jurar que ele não estava ali.
- Que tal jogarmos baralho? – sugeriu Peter.
- É uma boa, mas quem perder tem que fazer alguma coisa. – disse Nolan.
- O que acham de meninas contra meninos? – propôs Bryan.
- Não! Não vale! Vocês tem três a mais que nós! – protestou Rachel.
- Agora quatro. – disse a voz de Justin chamando a atenção de todos. Ele usava uma bermuda xadrez e uma camiseta que cabia dois dele. Estava com a cara amassada.
- Pensei que não acordaria mais – disse Bryan.
- Eu estava cansado.
- Oi, Justin – disse Sarah com a voz doce até demais. Ele apenas deu um meio sorriso indiferente e lançou um olhar a mim.
- E então, o que vai ser? – perguntou se referindo ao jogo de baralho.
- As meninas estão com medo de perder – zombou Chris.
- Só não acho justo. – retrucou Rachel.
- Então é cada um por si – disse.
- Mas espera... – Justin começou – quem perder vai ter que tirar a roupa. – Os meninos falaram juntos algumas palavras de aprovação e eu não me senti bem pois não sabia jogar.
- Agora sim eu quero mesmo que as meninas percam – comentou Ryan.
                O jogo começou e já tinha a impressão de que perderia. As minhas cartas não estavam ajudando. Depois de cerca de 15 minutos, quando o jogo acabou, eu desejei não ter jogado.
- Vejamos... Megan, Amy, Rachel, e... – Nicholas fez uma cara de nojo – Chaz e Ryan.
                Os outros tinham empatado. Amy e Rachel queriam fazer um acordo para não ter que tirar a roupa e tudo que eu podia fazer era rir.
- Nós combinamos tirar a roupa, combinado é combinado.
                Depois de muita enrolação, Chaz e Ryan já tinham tirado e ficado só de cueca, mas não deu nem um minuto e eles se vestiram novamente a pedido dos meninos. Agora era nossa vez. Amy começou tirando a blusa e Emily estava rolando de rir dizendo o quão burra a amiga fora no jogo. Sarah não dizia nada, apenas observava Justin, que estava com os olhos vidrados em Amy, assim como os outros meninos. Rachel começou a tirar a blusa e percebi que querendo ou não teria que fazer o mesmo. Ia começar a me despir, mas parei quando ouvi a voz de Bryan.
- Para, Megan. Você não vai fazer isso.
- Ela é prostituta. Está acostumada. – intrometeu-se Nolan.
- Cala a boca! Eu não falei com você.
                Só então me dei conta de que as meninas não sabiam minha “profissão”, e agora provavelmente mudariam o comportamento comigo. Afinal, que respeito uma prostituta merece?
- É impressão minha ou alguém está com ciúmes? – a voz de Justin soou divertida e aquilo parece ter incomodado Bryan.
- Vocês passaram dos limites. Eu vou te levar pra casa – ele se dirigiu a mim.
- Bryan, é só um jogo. – disse num tom suave.
- Então vai me dizer que quer tirar a roupa? É tão fácil assim pra você? Pensei que tinha me dito que odiava fazer isso – ele cuspiu as palavras. Não consegui pensar em nada para dizer. Ficou alguns segundos me encarando e saiu em direção ao quarto.
                Olhei para Emily e ela sorriu em resposta. Foi um alívio pra mim. Amy e Rachel me olhavam com serenidade. Sarah me olhou da cabeça aos pés e fez uma expressão que interpretei como sendo de nojo. Não me importei.
- Acho que a festa acabou pra mim... Eu vou indo.
- Fica mais um pouco – pediu Amy.
- Infelizmente não dá. Eu ainda preciso tomar banho e... Ir pra boate.
- Você não precisa ir hoje. Eu quero falar com você, vamos dar uma volta pelo condomínio? – perguntou Emily.
- Tudo bem.      
                Acompanhei-a e saí da casa. O sol estava quase se pondo, o céu, alaranjado. Quase não havia nuvens. Um carro estacionou na casa da frente e dele saiu um casal jovem.
- Bryan também me contou sobre você ser prostituta.
- Então você já sabia? – surpreendi-me. Ela fez que sim com a cabeça. – E mesmo assim me tratou como se trabalhasse em outra coisa qualquer...
- Eu realmente não consigo olhar torto pra pessoas que fazem algo diferente como você. Eu sei que não gosta de fazer isso mas faz porque é a única maneira que encontrou de levar a vida. E mesmo se fizesse por gostar, não teria motivo para te tratar diferente. Eu não tenho nada a ver com isso. Então... além de ganhar Bryan como amigo, acho que acaba de ganhar quatro amigas. – olhei para ela e estava sorrindo – As meninas também não tem esse tipo de preconceito.
- Bom... Sobre Rachel e Amy posso concordar, mas Sarah me olhou torto depois que Nolan disse.
- Percebi que ela ficou com ciúmes do Justin com você desde o começo. Nem dá muita bola pra ela. Quando Justin esteve aqui há três anos foi a mesma coisa.
- Ela gosta dele?
- Tem um abismo por ele. – ela enfatizou a palavra “abismo” - Mas Justin nunca demonstrou interesse, isso porque ele fica com muitas.
                Olhei para meus pés distraída e me senti feliz por um instante.
- E sobre Bryan... – ela parou e se virou pra mim, pude perceber que seus olhos eram verde-esmeralda exatamente iguais os de Bryan. Eles se pareciam muito fisicamente. Seu cabelo loiro ganhara um tom mais escuro devido à luz do sol. - Ele não disse por mal. Você vai ver que o pior defeito dele é falar antes de pensar. Com certeza ficou com ciúmes.
- Não queria que ele sentisse isso. Nós estamos só ficando, ou nem isso. Eu não posso me envolver. Não tem nenhuma chance de termos algo mais sério.
- Não tem nenhuma chance por você não querer ou por ser garota de programa?
                Pensei rapidamente e não consegui chegar a uma conclusão.
- Eu o tenho como um amigo agora. Melhor amigo talvez. Ele apareceu na minha vida de um modo incrível. Não consigo imaginar outro homem que tentaria uma amizade comigo sabendo que sou prostituta. Mas eu não posso pensar em um relacionamento sério.
- O Bryan realmente é incrível. Não digo isso por ser irmã dele, mas ele consegue ver beleza nas pessoas que ninguém mais vê.
- Ele é maravilhoso.
                Ela sorriu e eu ri. Sem motivo. Apenas ri. Demos mais algumas voltas pelo condomínio em silêncio e depois pegamos o caminho de volta à casa de Bryan. Estavam todos na sala, exceto ele. Assistiam um episódio de “Two and a Half Men”.
- Bem... Eu vou embora. Espero ver vocês outra vez.
- Será sempre bem-vinda nos nosso roles – sorriu Ryan simpático.
- Emily, me passa um número de táxi? O que eu tenho está em um papel em casa.
- Eu te levo – disse Justin rápido.
- Eu posso fazer isso. – ouvi a voz de Bryan atrás de mim e me virei. Olhei para Justin.
- Obrigada por se oferecer – ele não respondeu, apenas travou o maxilar enquanto o olhar estava fixo na televisão. 
                Segui Bryan até o carro e entrei antes que ele abrisse a porta pra mim. Não tínhamos nem saído do condomínio e meu celular começou a tocar. Olhei na tela e li “Chamada de Dr. Smith”.
- Alô?
- Oi, Megan. Como vai?
- Estou bem e o senhor?
- Tudo em ordem. Preciso dos papéis que estão na sua casa para verificar se não está faltando alguma coisa, posso passar para pegá-los daqui uma hora?
- Sim.
- Certo. O dia da audiência está chegando, hein? Preparada?
- Eu sei que vai dar tudo certo. Preciso desligar, tchau.
                Guardei o celular na bolsa e evitando olhar para Bryan, virei a cabeça para janela.
- Você vai enfrentar uma audiência? Por que? – Droga, ele escutou.
- Não é nada grave.
- Então me diz por que é.
                Meu coração estava acelerado e minha cabeça a mil. Eu não poderia dizer a verdade, não ainda. Mas também não poderia mentir. Não consegui dizer nada e ele não insistiu, agradeci mentalmente.
- Desculpe pelo que eu disse lá em casa – sua voz saiu baixa.
- Já esqueci. – respondi apenas.
                Passamos quase meia hora no carro, era final de tarde e a essa hora muitas pessoas estavam voltando do trabalho ou buscando os filhos nas escolas. Bryan parou em frente de casa e inclinou-se, ia me dar um selinho mas eu virei o rosto e acabou sendo um beijo na bochecha.
- Nós nos vemos. – disse e sorri, em seguida sai do carro. 

Continua...

E ai, gurias? Haha. Gostaram do novo design do blog? Eu curti, achei mais simples e tal. Eu to pensando em mudar a url, o que vocês acham? To pensando também em mudar e não colocar nome no capítulo, escrever tipo "She Will Be Loved - Capítulo 6" por exemplo, o que acham? Gostaram do capítulo? Podem criticar, elogiar, dar sugestões. Peço que comentem porque é muito importante. É isso, até a próxima. 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

She Will Be Loved - Untitled


        Para minha sorte – e a de Bryan – torcer com todas as minhas forças para que Justin não fizesse nada valeu a pena. 
- Vocês se conhecem? – perguntou apenas. 
- Eu que te pergunto – Bryan respondeu rapidamente.
- Bom, eu costumo frequentar a melhor boate da cidade. Mas não sabia que você tinha o mesmo hábito – ele ameaçou sorrir mas não o fez.
- Na verdade não tinha.
- E o que o fez mudar de ideia? Cansou de ser o certinho da turma?
- Quem me dera se fosse isso – sua voz estava seca - Eu te levo pra casa – ele se dirigiu a mim. 
Olhei pra Justin que levantou a mão em forma de um aceno e sai seguindo Bryan até sairmos do ginásio. Depois de entrar no carro os primeiros minutos foram silenciosos, mas logo não consegui segurar a vontade de perguntar. 
- Então vocês se conhecem? Há quanto tempo?
- Ele passou aqui faz três anos, achei que nunca mais o veria novamente. Não acredito que ficou com ele – me lançou um olhar incrédulo.
- Como se eu tivesse opção. Acredite, ele é um anjo perto de outros homens com quem já fui pra cama. E afinal, qual o problema com Justin? 
- Nenhum. Ele só não é flor que se cheire – disse parecendo querer encerrar o assunto. Não insisti. 
As luzes da cidade começaram a reaparecer conforme o carro avançava. Avenidas e mais avenidas. Abri o vidro da janela até o fim e senti o ar sereno batendo contra meu rosto. A noite estava maravilhosa. Olhei mais à frente e observei a lua em sua fase crescente. No rádio tocava The Beatles. Um carro da polícia com a sirene ligada passou quase voando por nós. Quando me dei conta percebi que o caminho para minha casa era outro. 
- Onde estamos indo? – perguntei no mesmo instante.
- Achei que não perceberia – ele sorriu de canto – Ainda está cedo para dormir. E duvido que vá fazer algo de interessante quando chegar em casa. Vamos dar uma passada na praia. 
- Na praia? – perguntei para confirmar sentindo minha garganta seca. 
- Sim. Algum problema? – perguntou de imediato. 
- N-não. É porque me lembra de coisas boas. Boas demais. Coisas que não voltarão – disse enquanto tentava afastar minhas lembranças de minha mente.
- Se você preferir... – o interrompi. 
- Tudo bem, vamos lá. 
Não demorou muito e o carro foi estacionado na frente de um quiosque-bar onde a movimentação era grande. Fiz um pouco de esforço forçando a visão e ao longe avistei ondas não muito altas se quebrarem na areia da praia. A porta foi aberta e Bryan sorria para mim. Desci do carro e o vento fraco esvoaçou meu cabelo. Senti o braço de Bryan envolver meu pescoço e fiz o mesmo com sua cintura. Demos poucos passos e logo estávamos andando na areia. Sentia que logo ela atravessaria meu tênis e chegaria aos meus pés. Como quando era criança. Nunca conseguira sair da praia como chegara. Caminhamos demoradamente e quando a água atingiu meus pés me lembrei de como era boa a sensação de tomar banho de mar. Fora algo rotineiro na minha infância. Minha mãe brigava com meu pai por se preocupar demais, mas eu sabia que podia confiar cegamente nele. Era como se o tempo não tivesse passado. Ainda podia ouvi-la gritando “Tome cuidado na água, Arthur! Você sabe como as ondas podem ser perigosas!”. Sorri com meus pensamentos e senti Bryan apertar mais meu corpo ao seu. 
- Meus pais sempre me levavam nas praias daqui. 
- Onde estão agora? – ele me olhou mas meu olhar estava fixo na água. 
- Eles... – hesitei – morreram. Um acidente de avião. Raramente acontecem, mas quando ocorrem levam quase todas as vidas a bordo de uma só vez – disse num tom desanimador.
- Eu... – não pôde terminar.
- Sente muito – completei. – Todos dizem isso. Mas só estão tentando serem educados. Não esperava que você fizesse isso. 
- Eu realmente sinto muito. Sei como é perder alguém. Ou melhor, sei como é não ter ninguém – o olhei confusa – Eu sou adotado. Praticamente nasci no orfanato. Minha sorte foi não terem demorado para de adotar, eu e minha irmã.
Agora nos separamos e estávamos nos encarando frente a frente. Seus olhos verde-esmeralda estavam fixos nos meus. 
- Você nunca quis ir atrás e descobrir quem são seus verdadeiros pais?
- Querer eu quis, mas minha irmã sempre me convenceu que estamos bem assim. 
- Espero poder conhecer sua irmã. 
- Você conhecerá – ele sorriu fraco. 
Olhei para meus pés e tirei o tênis, jogando-o para mais longe da água. Afundei meus dedos na areia molhada. Segurei a mão de Bryan e o levei para onde a areia estava seca e me sentei. Ele fez o mesmo. O som da música do quiosque estava longe e onde estávamos não tinha ninguém além de nós. O mar parecia infinito, assim como o céu. Deitei-me devagar sem me preocupar se iria sujar meu cabelo ou minha roupa. Adorava o som das ondas se quebrando logo a frente. O céu estava completamente preto e algumas estrelas o enfeitavam. Bryan se inclinou sobre mim lentamente até que pudéssemos sentir a respiração um do outro. Ele me deu um selinho demorado e eu avancei lhe oferecendo um beijo. Ele não negou. Sua língua procurava explorar cada canto de minha boca. Partimos o beijo e Bryan se deitou do meu lado, alguns centímetros de distância. O silêncio se fazia presente, mas não nos incomodava. Na verdade parecia ser a melhor opção. 
- Eu quero cuidar de você – ele virou o rosto para mim. Surpreendi-me. 
- Por que? – perguntei sem pensar. 
- Não sei – ele riu pelo nariz e eu sorri em resposta.
Não sei o que havia feito para merecer conhecer alguém como Bryan, mas já que tinha acontecido, estava disposta a mantê-lo perto de mim o máximo de tempo que fosse possível. Ficamos ali deitados por mais uns alguns minutos que passaram voando. Bryan me perguntou se queria parar no quiosque mas preferi ir para casa. Depois de pegar meu tênis fomos para o carro. 
No dia seguinte acordei 11 horas e uma súbita vontade de ver o Bryan novamente me dominou. Depois de me trocar e fazer minha higiene matinal fechei a casa e caminhei até a avenida mais próxima da minha casa. Logo um táxi passou e dei o nome do condomínio onde Bryan morava. Cerca de meia hora depois chegamos, paguei o homem do táxi e sai. O porteiro me deixou entrar pois lembrava de quando estive ali com Bryan. Caminhei pelo condomínio devagar mas não demorei a encontrar a casa dele. Bati na porta uma, duas, três vezes. O silêncio dentro da casa fazia parecer que não havia ninguém ali. Levantei a mão na intenção de bater outra vez mas a porta foi aberta no mesmo instante. E me surpreendi quando vi que não era Bryan que estava à minha frente. 
- O que está fazendo aqui? – Justin me olhou como se fosse normal ele estar ali. Estava sem a camiseta, o que deixava todas suas tatuagens à vista, e com uma toalha branca enrolada na cintura. 
- Oi pra você também – ele riu irônico – Se quiser esperar pelo Bryan pode entrar – disse como se a casa fosse dele.
Fiz um sinal negativo com a cabeça indignada com o que ouvia dele e passei pela porta o empurrando. Sentei-me no sofá e liguei a televisão. Pelo canto do olho vi Justin fechar a porta e entrar pelo corredor. Me perguntava por que ele estaria ali e onde Bryan tinha ido. Mudava os canais procurando algum que me interessasse até que enfim encontrei um que passava “O Caçador de Recompensas” e deixei o controle remoto de lado. Já vira esse filme várias vezes e poderia ver muitas outras sem me cansar. Estivera tão entretida enquanto assistia que não reparara Justin escorado no vão da porta que levava à cozinha me observando. Ele pigarreou. Olhei para ele e segundos depois voltei minha intenção à televisão, mesmo estando com vontade de fazer várias perguntas, como de costume. 
- Então... O que você tem com Bryan? – ele perguntou enquanto se sentava na poltrona ao lado do sofá. 
- Pelo jeito vocês realmente não guardaram remorso do desentendimento ocorrido no galpão. – disse sem tirar os olhos da tv, não respondendo sua pergunta. 
- Não sou de guardar remorso. E então?
- E então o que? – enfim olhei para ele. 
- Qual o lance entre você e o Bryan? 
- Por que isso importa? – no fundo sabia que não respondera pois no fundo não sabia o que tinha de verdade com Bryan. 
- Na verdade não importa. É só curiosidade mas não precisa responder. 
Olhei para a mesinha de centro e desejei que Bryan não demorasse a chegar. 
- Então, vocês são amigos? – perguntei sem pensar duas vezes, o silêncio não estava me deixando a vontade ali. 
- Sim, nos conhecemos a alguns anos. 
- Você não é daqui, certo? 
- Não sou de lugar nenhum – fiz cara de desentendida e ele completou depois de sorrir – Eu viajo. Pelo mundo todo.  
- Deve ser ótimo levar uma vida assim. 
- Nem tanto. – ele pareceu desapontado e decidi me calar.
Cerca de 20 minutos se passaram lentamente, pois não consegui me concentrar no filme novamente. A porta se abriu e Bryan entrou, sorri quando ele olhou em minha direção. Suas mãos estavam cheias de sacolas de supermercado e ele retribuiu o sorriso. Justin olhou para nós e sumiu cozinha adentro parecendo irritado. 
- O que faz aqui? – ele perguntou colocando as sacolas no chão e andando até mim. Me levantei. 
- Acordei com vontade de te ver. 
- Ia te chamar pra vir aqui mesmo hoje, ainda bem que me poupou isso – abriu um sorriso quando bateram na porta e eu logo imaginei quem poderia ser apesar de não fazer ideia. 
Bryan se afastou indo até a porta e alguns meninos que estavam jogando basquete no dia anterior entraram acompanhados de algumas meninas. Eles riam alto e brincavam entrei si. Caminhei até Bryan depressa.
- Eu vou embora. 
- Não vai mesmo. Vamos fazer uma bagunça aqui em casa, por isso eu ia te chamar. 
- Mas eu não conheço ninguém, Bryan – sibilei nervosa. 
- Desde quando mudei o nome pra ninguém? – ele levantou a sobrancelha esquerda. – Ei, pessoal! – sua voz saiu um pouco mais alto que o normal - Essa é a Megan, para quem não estava no jogo ontem... Megan, estes são Chaz, Chris, Nolan, Ryan, Derek, Nicholas e Peter. E estas são Sarah, Amy, Rachel, e Emily, minha irmã. 
- Oi – sorri tímida. 
As meninas se aproximaram de mim e cada uma me deu um beijo no rosto. 
- Estava querendo te conhecer – disse me dirigindo à Emily – devo te dar os parabéns por deixar a casa impecável. Nem parece que um homem mora aqui. 
- Obrigada – ela sorriu – Mas não pense que é fácil. Vamos preparar algumas coisas para o almoço enquanto os meninos assistem ao jogo. 
Olhei para Bryan que me deu uma piscadela e acompanhei-as até a cozinha. 
Continua...

Desculpem por esse capítulo, que ficou uma merda, mas tentei postar mais rápido. Divulguem a fic se puderem, podem deixar críticas, elogios, sugestões, qualquer coisa nos comentarios. Obrigada por lerem, até a próxima, beijos. @hoggwartz