quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

18º Capítulo - A dream is a wish your heart makes...



Now I know I’m just a girl,
Trying to make my way through this life.
Now I feel bigger than the World
With your hand in mine.
A porta da limusine foi aberta pelo motorista, os vidros escurecidos me impossibilitavam de ver claramente o que acontecia do lado de fora, apesar de eu ter uma noção. Meu segurança, Jay, saiu da limusine, sendo acompanhado por Kenny Hamilton, o segurança – tão conhecido – de Justin Bieber.
Foi então que os gritos começaram. Cada vez mais altos... Cada vez mais enlouquecidos.
Meu estômago embrulhou, eu engoli seco. A ansiedade que me corroía estava em seu auge agora, eu não sabia o que fazer.
Foi então que ele me olhou, com aqueles lindos olhos castanhos, inconfundíveis, hipnotizantes. Ele estava ali, ao meu lado, pronto para me proteger de tudo e de todos, como ele sempre fizera. Era fascinante para eu ver que até hoje, depois de meses juntos, eu ainda olhava para ele como olhei da primeira vez. Nada mudou. O sentimento só aumentou.
Ele me deu um sorriso gentil e compreensivo, enquanto segurava minha mão com firmeza, dizendo melhor do que com palavras, que tudo daria certo e eu não precisava me preocupar.
Eu sorri de volta, indicando a ele que estava melhor e mais calma. Ele sorriu satisfeito, logo declarou:
– Hora do Show! – Ele sorriu e saiu da limusine, tirando algumas fotos até se virar para estender a mão para mim.
Sai da limusine, prestes a encarar meu primeiro evento de premiação. E não pense que é qualquer evento de premiação. Eu estava ali, pela primeira vez, no GRAMMY!
Minha mão se entrelaçou com a dele e eu o olhei mais uma vez, com um sorriso maior do que nunca. Estávamos ali, juntos, era real. Nosso mundo finalmente era o mesmo.
O motorista fechou a porta e tirou a limusine dali, enquanto eu e meu namorado, junto com nossos seguranças, nos dirigíamos ao tapete vermelho.
Havia tantas celebridades ali que eu até ficava tonta, sem contar o tanto de flashes que praticamente nos atacavam naquele momento. Ele foi ao tapete vermelho primeiro, sozinho, pois como era um indicado da noite, ele tinha que tirar fotos sozinhos ali. Eu não me importei, afinal, tenho orgulho de quem ele é e de tudo que ele alcançou até agora. Nada podia ser melhor do que ver o sorriso dele ali naquele tapete.
Usher logo se aproximou de mim, pois tinha chego antes de nós dois só que tinha parado para das umas entrevistas antes. Ele se aproximou e me puxou pela cintura, de lado, dando um beijo na minha cabeça.
– Como vai minha irmãzinha? – Ele disse, sorrindo, me olhando após o beijo doce e fraternal que ele tinha me dado. Ele me olhou de cima a baixo, sorrindo ao ver como eu estava e me fazendo dar uma voltinha. – Maravilhosa como sempre, que orgulho!
– Perfeitamente bem, muito nervosa também, se quer saber. – Eu disse, sorrindo, enquanto dava a voltinha e logo o abraçava mais uma vez, morrendo de saudade.
Eu não havia visto o Usher há tempos, desde o meu baile de inverno. Nós nos falávamos por telefone e mensagens, claro, mas ele tinha performances para fazer e muito trabalho na sua agenda. Claro, ele é o USHER!
– E o mentor, não ganha um abraço também? – Justin Timberlake acabou de aparecer também, me fazendo sorrir como nunca. Ao contrário de Usher, eu havia passado praticamente todos os dias com Timberlake desde o baile de inverno até hoje, 13 de fevereiro de 2011. Estávamos colocando o meu projeto de carreira nos trilhos, preparando tudo para começar a gravar o meu primeiro CD.
É, eu sei, VOU GRAVAR UM CD! Tive que levar uns bons 100 tapas na cara até acreditar em tudo o que estava acontecendo.
Timberlake é a pessoa mais atenciosa e profissional que eu conheço, depois do meu Bieber, é claro. Ele havia feito questão de pessoalmente falar com todos os membros da minha família sobre o projeto que estava querendo realizar comigo. Ele enxergava meu talento e queria mostrar isso para o mundo. Ele era o melhor mentor do mundo!
Ele prometeu que faria de mim uma estrela. Ué... Já que ele insiste, por que não?
Vou explicar melhor pra vocês como tudo acabou acontecendo...
De volta à Atlanta, o único lugarzinho onde eu ainda posso ser normal, foi o principal lugar onde todos os fatos acabaram de desenrolando. Minha família foi convidada para uma festa de Ano Novo que vários artistas estavam promovendo ali em Atlanta mesmo, nisso, meu pai e Timberlake ficaram conversando bastante sobre o que poderiam fazer do meu talento. Isso, claro, comigo sem dar um pingo de opinião. Eles ficavam lá, conversando, na minha frente, como se eu nem existisse.
– E quanto à educação dela? Não podemos simplesmente deixar isso de lado, é algo muito importante. – Meu pai falou, enquanto discutia com Timberlake os detalhes de um possível contrato de gravação.
Foi nesse momento que eu saí de perto, não queria mais os ouvir discutirem sobre a minha vida em pleno ano novo. Parecia, a meu ver, que estavam decidindo meu destino, sem nem perguntar minha opinião.
Ok, não pense que eu não queria assinar um contrato com o Timberlake, por que, obviamente, eu quero. Só gostaria de participar mais, entrar no ritmo, não ficar observando pessoas fazerem escolhas pra mim.
Havia mais ou menos umas 800 pessoas naquela festa, que foi realizada em um salão gigantesco. JT achou que seria uma ótima oportunidade para que eu comece a me adaptar melhor ao mundo de Hollywood.
É, também acho uma ótima ideia, claro que eu quero passar meu ano novo com a Beyoncé e a Rihanna.
Ashley, é claro, estava comigo. Ela estava conversando animadamente com uma das pessoas que fazem parte do time do meu namorado, Justin.
– Hey Ryan... – Eu disse, assim que me aproximei, sorrindo para ele. Ryan Good, o estilista e conselheiro de Justin Bieber era, literalmente, uma das pessoas mais engraçadas do mundo! – Posso roubar a Ashley por um minutinho?
– Até por dois, se prometer devolver ela pra mim. – Ele disse, sorrindo, conquistador como sempre. – Se não devolver ela eu te caço até o fim do mundo, Julie!
– Isso é uma ameaça? – Eu me fiz de indignada. Ele riu.
– Pode apostar, baby. – Ele fez arminhas com os dedos e fingiu que atirava, depois assoprou a ponta dos dedos. Eu sorri e puxei Ashley dali, para ir ao banheiro comigo.
– Esse é, definitivamente, o MELHOR ANO NOVO DE TODOS! – Ela dizia, com um pouco de álcool no organismo.
– Não diga! Nem percebi que uma festa com dezenas de artistas famosos faria desse um ano novo perfeito! Há! Agora vem aqui, preciso conversar com você! – Eu disse, rindo, entrando no banheiro com ela. – O que deu em você? Não faz nem duas semanas que você terminou com o Jeremy.
– Eu só quero poder sentir que tenho minha liberdade de volta, Julie. Não vou me deixar abalar por causa de um idiota como o Jeremy. – Ashley disse, se olhando no espelho e se arrumando.
– Ainda não acredito no que ele fez com você... – Eu disse, olhando a amiga.
– Então esqueça! Eu virei a página, você já pode virar a sua! – Ashley disse, um pouco irritada agora. – Eu não quero levar lamentações pro meu novo ano, Julie. Por favor!
– Tudo bem, amor, se você está feliz, então eu também estou. Apesar de estar ficando com dor de cabeça já por causa de todo esse drama de contrato. – Eu disse, agora eu mesma me olhando no espelho e me arrumando.
– Timberlake vai mesmo assinar com você? – Ashley disse, animada e batendo palminhas.
– Pelo jeito sim! – Eu disse, sorrindo. – Se bem que eu ainda estou confusa com tudo isso, sabe... Nunca foi algo que eu planejei ou sonhei.
– Muitas pessoas não planejam essas coisas, Julie, é trabalho do destino coloca-las no nosso caminho. – Ela disse, acariciando meu braço, com carinho.
– É, você tem razão... – Eu disse, olhando para ela, sorrindo.
Até que...
BAM! A porta de um dos boxes do banheiro das mulheres abriu e bateu com tudo na parede. Saiu de dentro dele, ninguém mais, ninguém menos, do que Selena Gomez. Ela saiu já sorrindo, se aproximou de nós e se apresentou.
– Olá, eu sou Selena Gomez... Desculpe, não pude deixar de ouvir o que estavam falando... Você é Julie Evans, certo? – Ela me olhava com um sorriso no rosto, como quem estava impressionada.
– Meu Deus! – Eu sorri, sem acreditar que ela estava ali, na festa. – Sim, sou eu mesma... E não tem problema por ter ouvido, só alguns dramas da minha vida.
– Sei exatamente o que você quer dizer... – Ela disse e foi para o meu lado, para lavar as mãos e retocar a maquiagem. – No começo é assim mesmo, uma confusão tremenda, mas depois que tudo se encaixa, é como um sonho!
– Espero que sim... – Eu disse, sorrindo.
– Julie, precisamos ir, lembra o que o Ryan disse? – Ashley disse impaciente.
– Ah sim, que ele vai me matar se eu não te devolver pra ele. – Eu disse, rindo. – Bom... Prazer te conhecer Selena, nos vemos por aí.
– O prazer é todo meu, Julie. Dê um oi para o Bieber quando o vir por mim. – Ela disse, acenando.
Nós duas saímos do banheiro, Selena ficou ali, se olhando no espelho, arrumando umas mechas do cabelo e depois passando o dedo indicador nos lábios, para arrumar a textura do batom. Logo depois ela sorriu de canto, dando uma risada sozinha.
– Fácil demais... – Ela disse, depois pegou a bolsa de mão e saiu do banheiro.
Deixei Ashley conversando com Ryan, vendo os dois no maior clima, logo rindo da situação. Go Team Bieber!
Saí andando pelo salão, dando oi para algumas pessoas que eu conhecia, tentando ainda evitar o contato com meu pai e Timberlake, que passariam a madrugada conversando sobre mim. Quando eu vi, um homem me pegava no colo e saia correndo comigo ali, indo para um dos grandes sofás de semicírculo, onde várias pessoas que eu conhecia estavam incluindo Justin.
– DRAKE! – Eu disse, rindo, ao ver o cantor e rapper canadense me levando à força para o local. – Quem te pediu pra fazer isso?
– Quem você acha? – Eu disse, rindo, logo que chegamos ali, ele me colocou no chão. Foi a vez de Justin me puxar pela cintura e me levar para mais perto dele.
– Eu senti sua falta. – Ele disse, após me dar um selinho e sorrir.
– Eu saí por uns 5 minutos amor... – Eu disse, rindo da bobeira dele.
– Uma eternidade. – Ele disse, me dando um beijo no rosto agora. Eu olhei em volta e todos os acentos estavam ocupados, eu busquei com o olhar alguma cadeira disponível no local, mas Justin foi mais esperto e me puxou para o colo dele.
– HÁ! – Eu disse, rindo. – Eu tenho a melhor poltrona do salão.
Todos riram. Era lindo ver como eu estava me enturmando com facilidade a meio de tantos artistas incríveis. Passei alguns minutos ali, conversando com eles sobre várias coisas, Justin também falava, todos estavam tendo um ótimo momento.
Era exatamente 23h30 da noite, todos estavam ansiosos para o ano novo. Foi quando Justin me puxou para dançar numa pista de dança que tinha ali, ao som de Who Owns My Heart, da Miley.
Ele colou o corpo no meu, com as mãos na minha cintura, enquanto nos movíamos no ritmo da música. Sua testa encostou-se à minha, enquanto ele me dava um lindo sorriso.
– Eu estou tão feliz que você está aqui... – Ele disse, em um sussurro.
– Eu sinto o mesmo, meu amor... Não há nada melhor do que ficar com você. – Eu disse, retribuindo o sorriso.
Me afastei um pouco dele, entrelaçando suas mãos na minha, enquanto continuávamos a dançar. Eu movia a cabeça, fazendo o cabelo esvoaçar. Meus quadris se moviam ao ritmo, com a ginga de brasileira que eu sempre obtive. Ele soltou uma das minhas mãos e me fez girar em seu braço, girando até ficar perto dele de novo, dessa vez, de costas pra ele. Ele soltou minha outra mão e colocou suas duas na minha cintura, com a pegada de Bieber que ele sempre teve. Ele sussurrou no meu ouvido:
– Quem tem o seu coração? – Em uma brincadeira por causa do título da música.
– Cody Simpson, definitivamente. – Eu brinquei, pra provocar. Ele me virou, em um movimento rápido, me fazendo olhar pra ele novamente.
– Ah é mesmo? – Ele disse, sorrindo de canto, de um jeito muito sexy. De uns tempos pra cá, eu percebia que a cada dia ele crescia e a cada dia ele ficava ainda mais sexy.
– Não, não mesmo. Ele nunca poderia ser pra mim o que você é, jamais. Meu coração é seu. – Eu disse, sorrindo. Uma as minhas mãos foi para o cabelo dele, entrelaçando os fios dourados nos meus dedos.
Faltava pouco para a meia noite, e nós continuávamos ali, dançando, juntos. Ashley se aproximou com Ryan, passando por nós para ir para o lado de fora do salão, onde havia uma grande piscina a céu aberto. Na passagem, eles comentaram:
– Vão arranjar um quarto! – Ashley disse. Ryan gargalhou.
Eu e Justin não conseguimos deixar de gargalhar também, o abracei carinhosamente, até que me afastei um pouco. Timberlake se aproximou com o meu pai, Justin viu e me abraçou pela cintura. Ele tinha certo medo do meu pai, isso era engraçado, então ele sempre ficava extremamente cavalheiro quando meu pai estava por perto. Eu dei uma risada quando percebi, logo cessando quando Justin me deu um olhar desesperado. Timberlake se aproximou de nós e meu pai estava ao seu lado.
– Parece que entramos em um acordo, Julie. – Timberlake disse, olhando para meu pai e depois pra mim. – Seu pai concordou que podemos iniciar o projeto se você mantiver seus estudos impecáveis, sem recaídas. Os detalhes serão discutidos mais pra frente, com você para ouvir todos eles.
– Isso quer dizer que... – Eu perguntei, tentando entender melhor.
– Estou te dando minha permissão para o acordo de gravação, Julie. – Meu pai disse, sorrindo agora. Eu dei um sorriso gigante, eu não poderia acreditar na minha felicidade agora. Ele deu uma risada. – Sempre soube que você era especial, desde pequena, fico feliz em te deixar mostrar isso ao mundo e provar que eu estava certo.
– Obrigada! – Eu corri aos braços do meu pai e o abracei com toda a força do mundo. – Você é o melhor pai do mundo!
– De nada, criança. Mais tarde conversaremos melhor sobre tudo isso, ok? – Meu pai disse, carinhosamente. Eu sabia que ele queria me alertar sobre essas coisas de Hollywood.
– Claro! – Eu disse, sorrindo. Logo abracei Justin Timberlake também. – Obrigada por tudo, por acreditar em mim, principalmente, e por ser um anjo na minha vida.
– Não precisa agradecer Julie, o que é pra ser, será. – Ele disse, retribuindo meu abraço.
O DJ então pegou o microfone e avisou a todos:
– Galera, 1 minuto para o ano novo, vamos todos para o lado de fora do salão, ver o show de fogos de artifício. – Ele avisou.
Eu olhei para os homens que estavam ali. Meu pai, meu super-herói. Timberlake, o realizador do meu sonho. E Justin Bieber, o amor da minha vida.
Eu sorri como nunca, para os três. Peguei a mão do meu namorado e fomos correndo ao lado de fora, seguidos por Timberlake e meu pai.
A contagem regressiva foi acabando...
10...
9...
Justin se virou pra mim, depressa e disse, olhando nos meus olhos.
– Eu te amo... Esse será o nosso ano e nada, nada nesse mundo, vai nos separar. – Ele disse, sorrindo. – Você é minha estrela, minha garota, minha princesa.
8...
7...
– Nada vai nos separar, meu amor. Estamos no nosso mundo agora, só nosso. Esse ano será o melhor de todos. Eu também te amo, sempre e para sempre. – Eu respondi, acariciando o seu rosto.
6...
5...
– Nunca deixe de sorrir, ok? Você tem um sorriso que só os céus sabem fazer... Eu quero poder ver esse sorriso todos os dias da minha vida. – Ele disse, romântico como sempre. – Você é tudo pra mim, Julie.
4...
3...
Eu não pude deixar de sorrir, entrelacei minhas mãos com as dele, não conseguia pensar na minha vida sem ele. Eu deixaria tudo, deixaria todos, deixaria minha vida anterior, minha privacidade, meus planos. Tudo, tudo por ele. Minha vida agora era uma nova vida, eu não me importava, contanto que ele estivesse ali comigo.
– Eu te amo... Meu príncipe. – Eu disse, sorrindo.
2...
1...
FELIZ ANO NOVO!
Foi nesse momento que ele se aproximou e me beijou como nunca. Passando através de seus lábios macios a felicidade que sentia naquele momento. Nada mais importava.
E foi então que tudo começou. Não foi fácil. Assim que a notícia do meu contrato vazou, os paparazzi me seguiam para todos os lugares possíveis, se duvidar, entrariam até no banheiro das mulheres.
Boatos, especulações e loucuras passavam pela mídia. Acabei tendo mais atenção do que estava acostumada, e muito disso, não era nada saudável. Porém, eu tentava ignorar todas as coisas ruins e focar nas boas. Eu focava em mim e principalmente em dar suporte ao meu namorado. Afinal, não é todo dia que se é a primeira dama de um Rei de quase 17 anos como Justin Bieber.
Eu o apoiava em tudo, o ajudava, aconselhava. Ele ainda era, e sempre será, meu melhor amigo. Isso não mudaria agora. Ainda tínhamos longas conversas significativas, passeios pela praia, momentos únicos que faziam da nossa relação, uma relação perfeita.
A cada dia mais, eu me olhava no espelho e via uma mudança. Não fisicamente, mas psicologicamente. Era como se a cada dia Hollywood me forçasse a adquirir algo para a minha personalidade ou retirar algo da minha antiga. Quando você se junta a um reino como esse, você tem que aprender a lidar com muitas coisas, se não elas podem te destruir em um piscar de olhos.
Justin tinha entrado em uma turnê mundial chamada My World. Sim, mais um motivo para que ficássemos separados. Porém, eu não cometeria o mesmo erro duas vezes. Falei com Timberlake e meu pai, eles concordaram que eu fosse com Justin em seu ônibus por algumas cidades, intercalando minha educação entre a escola normal e um professor particular. Nesse meio, eu estaria entrando em contato com o ambiente de shows que Justin já tão bem conhecia. Assim eu iria aprendendo e vendo como são essas rotinas e de vez em quando acabaria cantando Overboard com ele. Isso também me daria inspiração para escrever algumas canções.
Minha vida, literalmente, virou de cabeça para baixo.
Eu tinha que me preocupar em considerar a possibilidade de uma faculdade, já que eu estou no final do meu penúltimo de High School agora, o que quer dizer que ano que vem eu termino tudo e tenho que decidir, literalmente e de uma vez por todas, minha vida. Também tinha que me preocupar com a minha carreira como cantora. Dar suporte ao namorado. Ajudar as pessoas na turnê. Cara, quando foi que minha vida ficou tão corrida?
Eu estou agora no ônibus de tour do JB. Kenny estava comigo, apenas. Justin e Pattie haviam saído do ônibus para irem comprar a comida junto com Scooter.
Tive a ideia de ligar para a Ashley pelo Skype e falar um pouco com ela. Liguei, então, esperando ela atender com a webcam ligada, o que não demorou muito.
– Hey cantora! – Ela disse, sorrindo, com seu cachorrinho no colo. Acenou pra mim na webcam. – Tudo bom com você Julie?
– Vivendo o sonho. E você Ash? – Eu perguntei, sorrindo. Sentia muita falta dela, eu costumava vê-la todos os dias, agora eu a via uma semana sim, outra não.
– Estava vendo um catálogo de faculdades aqui. – Ela mostrou pela webcam. – Meus pais estão me pressionando e nem acabou o ano letivo.
– Meu pai anda me mandando umas coisas também, tem uns 20 mil panfletos de faculdades no meu quarto. Eu não trago pro ônibus por causa do Justin, não quero que ele fique preocupado comigo também... Já basta uma cabeça quente. – Eu disse, rindo.
– Como o Ryan está? – Ashley perguntou, curiosa. Eu comecei a rir.
– Ele vai bem, Ash, sempre pergunta de você. – Eu disse, já prevendo os acontecimentos. – Não se esqueça que ele é bem mais velho que você.
– Para de tirar conclusões precipitadas, Julie! – Ela disse, rindo. – E é, eu sei que ele é mais velho. Está sozinha aí?
– Sim, são quase oito da noite, Justin e Pattie saíram para buscar algumas comidas. – Eu disse.
– Como está se sentindo ao participar da turnê dele? – Ashley perguntou, agora sem rir.
– É perfeito. – Eu sorri. – Eu passo muito tempo com ele, o que é importante. Nós até estudamos juntos, se quer saber. Pattie disse que eu sou uma ótima influência na vida dele. Meu ego foi pra júpiter.
– Você é um docinho mesmo. – Ela disse, rindo. – Quando vai voltar pra escola? Brooke está louca pra tirar umas casquinhas de você e tentar roubar seu namorado.
– Coitada, vai morrer tentando. – Eu disse, rindo.
– Ah, eu entrei para o grupo de teatro da escola, Jules. – Ashley lembrou, logo me contando. – Está sendo muito legal, a professora disse que eu tenho talento. Viu? Não é a única talentosa na nossa relação.
– Eu já sabia disso há décadas, Ash. – Eu disse, rindo. – Você sempre teve um jeito muito singular.
– Agradeço. – Ela disse, com um sotaque britânico. – Julie, meu amor, eu vou ter que sair agora, vou a um restaurante com meus pais.
– Tudo bem Ash, manda um beijo e um abraço pros seus pais. – Eu disse, acenando para a webcam. Ela fez o mesmo, mandou um beijo pra mim e desligou. Eu suspirei e sorri, falar com ela sempre me animava. Sempre.
Eu olhei para o lado e vi Kenny assistindo a um jogo na “sala” do ônibus de turnê. Não tinha nada para fazer, então fui ver uns vídeos antigos do Justin que eu tinha salvado no meu computador. Basicamente eram entrevistas, coisas do tipo. Eu gostava de passar o tempo relembrando certas coisas que me faziam feliz. Ver ele antigamente e perceber o quanto ele mudou, pra melhor, era algo que eu adorava.
Eu sei que hoje, muitas pessoas dizem que ele mudou e não gostam disso. Dizem que ele não é mais o mesmo garoto que sorria sempre e dizia que amava as fãs todos os segundos. Por um lado eu entendo que as Beliebers se sintam assim, afinal, foi nessa época que ele conquistou o coração de todas, mas eu ainda acho que ele não fez nada por mal, ele simplesmente cresceu porque tinha que crescer e amadurecer, ser uma pessoa melhor e continuar aprendendo.
Primeiro eu vi uma antiga, de 2009, quando ele foi pela primeira vez no talk show da Ellen Degeneres. Ele era tão pequeno, tão fofo. Aquele cabelinho que ele sempre jogava de lado para sair dos olhos, o corte de cabelo mais copiado do mundo. O sorriso inocente e feliz dele, de um garoto que estava vivendo seu sonho e amava suas fãs mais do que tudo. Nesse período foi quando ele foi sendo descoberto por suas fãs, uma por uma, milhares por dia. Era até algo irreal.
Depois eu vi uma recente, a última vez que ele esteve na Ellen, também. Em 2011 mesmo. Agora com um corte de cabelo diferente, que o deixava mais maduro e sexy, e que eu tinha adorado. Lembro até hoje quando ele ficava me perguntando se deveria cortar o cabelo. Você tem que entender que o cabelo que ele sempre jogava para o lado e matava mil garotas com isso, era muito complicado. Crescia rapidamente e ele tinha que cortar praticamente toda a semana. Chega uma hora que isso começa a incomodar e ele não queria ficar com a aparência de um menino, agora que sentia que estava crescendo. Justin me dizia que queria uma mudança, uma renovação. Eu disse, então, vá em frente! Se for isso que vai te deixar feliz, vá em frente. Foi então que ele cortou o cabelo.
Era lindo ver como ele se sentia uma pessoa nova, não diferente, apenas renovada. Uma imagem mais adulta, mais masculinizada. Apesar de eu amar aquele garoto que jogava o cabelo, eu tinha que admitir, esse novo corte era matador também. Mais sexy impossível.
Continuei a ver o vídeo, rindo do jeito cara de pau da Ellen que eu tanto admirava e da forma com que ele ficava envergonhado, mas conseguia contornar a situação. Ele sorria, com aquele sorriso lindo que só ele sabia dar. Uma das coisas dele que eu era muito apaixonada. Era fato que quando ele sorria, o mundo sorria.
Eu gostava de ver essa relação que ele tinha com suas fãs. As tão chamadas Beliebers, que eu por acaso era uma delas. Justin sempre ficava com a agenda cada vez mais cheia e os momentos que ele tem pra falar com as fãs são contados. Eu via nos olhos dele como ele amava suas fãs e não gostava de decepcioná-las. Foi quando eu sugeri que ele surpreendesse uma fã por meio de algum show de tv. Assim, as beliebers veriam que ele ainda estava lá por elas e sempre estariam.
Eu não era um tipo de namorada que queria afastar Justin de suas fãs, ao contrário, eu tinha orgulho das beliebers e sabia que elas tinham um grande coração. Porém, de uns tempos pra cá, eu comecei a perceber alguns comentários cruéis em relação a mim.
É, algumas beliebers não estavam satisfeitas comigo e isso me deixava triste.
Eu recebia alguns recados no twitter maldosos, comentários de pessoas que escondem suas caras, mas procuram atingir a celebridades custe o que custar.
Não me leve a mal, a maioria sempre foi um doce comigo, mas depois que eu recebi o contrato com Timberlake, os comentários começaram.
Algumas falavam o seguinte:
“Depois de um tempo você acaba vendo como as pessoas realmente são. Julie está com ele pela fama, certeza.”
“Não consigo acreditar que ela se passou por uma Belieber só pra conseguir fama através dele. Ela não merece nosso Justin!!”
“Espero que ele finalmente enxergue a pessoa falsa que a Julie é.”
Sinceramente? Não tem nada pior do que isso. Elas queriam me machucar por terem ciúmes do Justin, e não acabariam por aí, eu tenho certeza.
Foi então que meu celular tocou, era Timberlake.
– Hey Julie, beleza? – Ele disse, pelo telefone.
– Tudo ótimo Justin e com você? – Eu perguntei, distraída.
– Perfeito também. Liguei pra avisar que vamos começar semana que vem a gravar seu CD, ok? – Ele disse, eu fiquei em choque por um segundo.
– Ahm... Okaaay. – Eu disse meio lentamente. Até eu digerir tudo isso, vai demorar. – Justin... Posso te perguntar uma coisa?
– Claro, pequena, o que foi? – Ele disse, preocupado.
– As pessoas vão começar a dizer que eu estou conseguindo fama através do Biebs, não vão? – Eu perguntei a ele. Ele deu um longo suspiro.
– Se quer saber, vão sim. Apenas por que não querem admitir que você vá conseguir tudo por puro talento. – Ele começou. – Quando eu estava no início da minha carreira não era diferente, Julie. Muitas pessoas começam a te criticar a partir do momento em que você começa. Não tem como evitar. Não dá pra agradar a todos. O que você tem que fazer é sempre ser verdadeira, consigo mesma e com os outros e focar nas coisas boas e nas pessoas boas na sua vida.
– Eu não quero que isso tudo acabe atrapalhando meu namoro. Estou muito feliz com o CD e tudo mais... Eu só tenho medo do que as pessoas podem fazer pra interferir. – Eu disse, suspirando.
– Você tem que continuar perseguindo seus sonhos, não importa o que vão dizer. Sempre haverá alguém com uma opinião, Julie. Ouça as críticas, selecione as construtivas e ignore as ofensivas. Cresça com isso para que a cada dia mais eles não tenham o que dizer. – Timberlake disse, me fazendo sorrir, e perceber que ele era um ótimo mentor.
– Vou fazer isso, obrigada por tudo Justin! – Eu disse, sorrindo.
– Sempre que precisar só me ligar, você sabe né? – Ele disse, carinhoso.
– Sei sim, obrigada mesmo. – Eu disse, logo ele se despediu e desligou.
Por pura coincidência, assim que eu desliguei o telefone, Justin e Pattie entraram no ônibus. Eu sorri, sorri como nunca, aliviada por ele voltar pra mim e me livrar desses pensamentos ruins. Corri até ele, que colocava as comidas em um balcão, e me joguei em seus braços.
– Morri de saudade. – Eu disse, sem soltá-lo.
Ele deu risadas, sendo pego de surpreso, mas retribuiu meu abraço com amor.
– Mas eu não demorei amor. – Ele disse, carinhoso.
– Pareceu uma eternidade pra mim. – Eu disse, soltando ele um pouco, sem sair de seus braços, apenas o suficiente para olhar pra eles.
– Vamos comer, casalzinho cuti cuti. – Scooter disse, enquanto arrumava tudo com Pattie.
Nós nos juntamos com todos ali, tivemos um ótimo jantar, em meio a risadas e brincadeiras. Mesmo longe de casa, longe dos meus avós e do meu pai, eu via que aquilo tudo valia a pena. Justin também reconhecia isso. Todos os dias ele acordava e me agradecia por estar ali com ele e me dizia que eu era a melhor namorada do mundo.
Afinal, se eu quero estar com ele, tenho que estar com ele, não é?
Fui para o meu quarto no ônibus, não era grande, mas era confortável. Fiquei lendo até de madrugada, até que me deu uma vontade enorme de escrever uma música. Peguei um caderno roxo que eu tinha ganhado do meu namorado há umas semanas e comecei a escrever.
Eu rabiscava alguns versos, embaralhados, coisas que vinham na minha cabeça, sem uma ordem, mas com conexão entre si. Peguei como inspiração o momento em que eu fiquei sem ele, por aquele mês de sua turnê na Europa.
Saiu algumas coisas boas disso tudo...
Por exemplo:
It’s been about twenty days now
(Já faz mais ou menos uns vinte dias agora)
And the truth is that I really miss you in my life
(E a verdade é que eu realmente sinto sua falta na minha vida)
I heard that bouncing back was easy
(Eu ouvi que se separar era fácil)
But I can't seem to get you off my mind
(Mas eu não consigo te tirar da minha cabeça)
Eu batucava o lápis no caderno, pensando, com um ritmo na minha cabeça. Tentando colocar os meus momentos em versos para uma música. Era mais fácil do que parecia, depois que você pega certa prática.
And I know that you can't hear me
(E eu sei que você não pode me ouvir)
But I think about you everyday
(Mas eu penso em você todos os dias)
And I have the shortest memory
(E eu tenho uma memória curta)
But I can't forget the pain,
(Mas não consigo esquecer a dor)
That I felt when you went away
(Que eu senti quando você foi embora)
Escrevi mais algumas coisas, não conseguia dormir com toda essa inspiração rodeando minha cabeça. Era tão estranho... Outro dia eu estava apenas fazendo dever de matemática e hoje eu estou virando a noite escrevendo uma música.
Quando era mais ou menos umas 6 da manhã, eu saí do meu quarto e fui preparar um café no ônibus. Sentei no sofá que tinha lá e fiquei pensando. O dia amanhecia, estava um pouco frio, um pouco nublado, mas ainda assim, cada vez mais claro.
Depois de um tempo, eu ouvi passos vindo do final do ônibus. Justin tinha acordado. Ele veio sonolento em minha direção, eu sorri com aquela visão. Ele parece um gatinho quando acorda. Ele se arrastou até mim e sentou no sofá ao meu lado.
– Por que acordou tão cedo? – Ele me olhava, apesar de estar com muito sono, ele tinha um tom de preocupação.
– Não consegui dormir, apenas... – Eu disse, sorrindo. – Não estava com sono.
Ele pegou minha mão, me fez levantar para que ele pudesse se deitar. Eu ri a primeiro momento, até ele me puxar pra deitar em cima dele. Ele me olhava ali, deitado, com um sorriso no rosto. Acariciava meu rosto, de um jeito lindo.
– Eu não sei o que seria de mim sem você aqui... Eu trabalho tão duro todos os shows, mas sempre que eu penso que tenho você pra abraçar quando tudo acaba, eu fico com tanta força... – Ele disse, em um tom baixo. Eu sorri de leve, brincando com a ponta dos dedos no rosto dele, contornando seus traços faciais.
– Não me arrependo nem por um segundo de estar aqui com você. Você é tudo pra mim. – Eu respondi, no mesmo tom baixo. Ele sorriu e me deu um selinho.
O beijo, inicialmente inocente, foi aumentando sua intensidade. Estávamos sozinhos, todos dormiam menos o motorista, que não podia ver o que acontecia ali.
Estar junto com ele, era a melhor coisa do mundo. Poder tocar seus lábios com os meus, sentir-me em seus braços, sendo que ele me pegava de um jeito que demonstrava que nunca ia me soltar. Ele me beijava com desejo, com paixão. Eu gostava de provocar ele, brincar com ele, pois ele fazia umas caras muito lindas quando eu fazia isso.
Eu costumo dar beijos no rosto dele, depois passar para seu pescoço, enquanto isso ele mordia o lábio e dizia:
– Você realmente tem a intenção de me matar. – Ele disse, eu acabei rindo.
Eu olhei pra ele de novo, olhando naqueles olhos. Eu sentia como se ele fosse o certo pra mim, pra sempre.
E esse pra sempre, nunca vai acabar.

No próximo capítulo...
Eu entrei no estúdio de gravação da gravadora Island Def Jam, sabendo que Timberlake havia conseguido uma mentora vocal pra mim, que eu por acaso não fazia nem ideia de quem era.
Quando eu entrei, vi meu namorado conversando com ninguém menos do que Beyoncé.
Meu queixo caiu. E meu café também.
(...)
Por mais que eu quisesse, os comentários não paravam de surgir. Um mais maldoso do que o outro. Isso estava começando a me machucar. Eu queria entender a razão de tudo isso. Por que estou recebendo tanto ódio?
(...)
– Então... Julie me diga. – Ellen Degeneres perguntou, em seu show, enquanto eu estava sentada na poltrona ao lado dela. – Qual foi a primeira coisa que você pensou quando viu Justin Bieber em particular pela primeira vez.
– Ahm... Eu pensei... – Parei um momento pra lembrar, até que respondi. – “Que shampoo esse garoto usa?”.
(...)
– Eu e você. Vamos viajar. – Ashley disse, sorrindo na minha frente, com aquele ar maléfico de sempre.
– E pra onde vamos, srta. Davis? – Eu perguntei, rindo da expressão dela.
– Havaí. – Ela disse, mostrando as passagens. Eu sei que eu estava precisando relaxar, mas... viajar assim, no meio do semestre? Eu pensei, pensei. Até que concluí. Por que não?
– Hmm... Eu acho que eu tenho que dizer... – Eu comecei. – ALOHA?
Nós duas nos abraçamos e rimos.
(...)
– Olá Julie. – Eu ouvi uma voz conhecida. Ele falava em português. Quando eu me virei, meu queixo caiu.
– Matt? – Eu arregalei os olhos. Problema. Ex-namorado na área.
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O que achaaaaaram?
Quero muuitos comentários Beliebers!

Beijão ,
Ananda.