quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

16º Capítulo - Behind the Scenes: I want you to fight for me!




Toc-toc. Quem é?
Olá dor de cabeça, tudo bom?
Sente-se, fique a vontade, já que eu sei muito bem que você vai demorar a ir embora.
Sim, eu desmaiei. Mais um desmaio para a coleção. Cada um melhor do que o outro. Dá pra acreditar que eu acabei de cometer minha primeira gafe na frente de celebridades? Acho que vou mudar meu sobrenome para Lohan, é.
Na primeira vez que eu desmaiei, fui amassada. Da segunda também, só que dessa vez eu não fui amassada pelas fãs do JB, e sim, por uma onda enorme e avassaladora de culpa. Um tsunami de culpa. Um furacão de culpa. Deu para entender.
A culpa ainda estava lá, provavelmente me encarando com um sorriso zombeteiro no rosto. Ao lado dela estava o Sr. Impulso, satisfeito por ter conseguido o que queria de mim. Junto com eles, também se encontrava a Dona Irresponsabilidade e a Srta. Fraqueza. Pois é, com uma turma como essa, não há quem resista.
Eu conseguia ouvir a minha consciência me cutucando no meu mundo imaginário. Sim, eu sou tipo o Kronk do “A nova onda do Imperador”. Sim, eu tenho um diabinho e um anjinho que falam comigo. Não, não sou problemática. Ok, eu não tenho nada disso, mas um pouco de drama seria como um tempero a mais na situação.
Eu já sabia o que o meu diabinho que eu acabei de apelidar de Bieber falaria para mim:
– É assim que eu gosto! Impulsividade aos extremos! Livin’ la vida louca baby! – Ele diria, enquanto faria a cara de safado do meu namorado, só que em miniatura.
E então, o meu anjinho me consolaria. Já disse que o meu anjinho se chama Justin? Pois é, chama.
– Julie, não se preocupe. Tudo o que você queria é retirar um pouco o peso de namorar uma celebridade das costas. Pode ser muito para você suportar e você precisa de tempo para uma melhor adaptação. Não se preocupe, pois tudo vai ficar bem. – Ele diria, dando o sorriso colgate do JB.
É engraçado ver no geral. Eu tinha a parte boa e a parte menos boa. Sim, menos boa. Ok, eu sei que menos boa é feio e não existe, mas não tem outro jeito de dizer, afinal, eu não teria um lado ruim chamado Bieber. Não faz sentido, certo?
Minha consciência, junta, se chamava Justin Bieber. Pois é, adoro mensagens subliminares.
Então, eu adorava minha consciência por completo, porque apesar de parte dela me incentivar à loucuras baseadas no lema “Carpe Diem”, no resto, ela era ótima.
Se eu não tivesse feito a loucura de deixar o Justin no hotel de Londres, a essa altura ele já estaria enjoado de mim e provavelmente dando em cima da Miley Cyrus. É, eu sei, ele dando em cima da garota que Não Pode Ser Temida seria algo inaceitável.
Nós, beliebers, aceitamos as cantadas dele para a Beyoncé, Rihanna e Kim Kardashian porque apesar de elas serem mulheres INJUSTAMENTE MARAVILHOSAS, a chance dele é uma em um milhão. Eu sei que meu namorado é lindo, mas que é, é.
Sem contar que seria uma covardia tensa ele ter alguma chance com a Kim. Nós, Beliebers, cairíamos no poçinho da amargura por toda a eternidade.
Ao invés, ele tem chance comigo, claro, óbvio.
Pelo menos eu sou uma garota normal, real, um pouco louca e com tendência a desmaios com certa frequência, mas mesmo assim, sou uma garota normal.
E no momento, muito Lonely. Onde está o Bieber nessas horas com o seu cavalo branco e um buquê de flores cantando One Less Lonely Girl?
Só espero que ele não tenha errado o caminho e ido visitar a Jasmine com o seu cavalo branco. Na verdade, o que a Jasmine merece é alguém em cima de um burro de carga, é.
Talvez ela se apaixone pelo próprio burro. Afinal, as semelhanças físicas e psicológicas são tantas que seria impossível resistir.
Ok, chega! O que me deu? Se a cada desmaio eu ficar pensando coisas desse tipo, eu não sei aonde vou parar.
Sem contar que eu nem sei se estou acordada do desmaio ou sonhando. Não quero que seja um sonho, porque a maior parte dos meus sonhos tem o Bieber dentro dele. O Bieber real, não as miniaturas com auréolas ou tridentes.
Tentei me concentrar, sair um pouco dos devaneios maldosos contra a Villegas e tentar ouvir alguma coisa ao meu redor. Afinal, só Deus sabe onde eu estava agora.
Aos poucos, fui realmente acordando e me dando conta de quem estava perto de mim naquele momento. Porém, permaneci de olhos fechados.
– Ela vai ficar bem? – Uma voz feminina foi soada.
Eu demorei para reconhecer, talvez porque perdi uns neurônios com o desmaio, mas logo conclui que Alicia estava ali. Own! Que doce! Alicia Keys estava perto de mim vendo se eu estava bem. Minha personalidade de mal acostumada está ficando cada vez mais intacta e não é nem um pouco culpa minha.
– Não é a primeira vez que isso acontece. – Um homem disse.
Não precisei pensar, afinal, já era profissional em reconhecer a voz desse cara enquanto estou desmaiada. Sim, era Usher. E... HEY! Não fala assim de mim! Eu só desmaiei uma vez na minha vida... Antes dessa.
Eu ouvi uma porta sendo aberta.
– Nada ainda? – Também demorei para reconhecer, só consegui ter uma ideia quando a pessoa voltou a falar. – Eu queria poder ficar aqui com vocês, mas não posso deixar a festa por muito tempo.
Timberlake.
Achei fofo da parte dele querer ficar ali ao meu lado também. Se bem que... Tinha tanta gente preocupada que parecia que eu estava em coma.
Eu entendia que ele não poderia ficar ali, afinal, é a festa dele. Não é nada legal um cara abandonar a própria festa. Principalmente por uma adolescente brasileira fugitiva e impulsiva. Sabe... Descrevendo dessa maneira, realmente parece ser algo ruim.
– Nos deixe entrar, Justin. – Uma voz disse, mais grossa, mais firme. Jay-Z?
– Claro Jay... Bey... – Timberlake disse, provavelmente abrindo a porta e dando passagem. Aha! Bingo!
Espera aí. Minha equipe de enfermeiros provisórios era: Usher, Alicia, Beyoncé e Jay-Z? Tendo como supervisor o Timberlake? Ok... Agora eu posso dispensar o Dr. House.
– Coitadinha... – Beyoncé disse. – Aposto que ela não deve ter se alimentado direito.
– Provavelmente, não bebeu nada... – Alicia disse.
– Eu tenho parte em culpa nisso. – Usher disse.
– Vai dizer que ela desmaiou por sua causa, egocêntrico? – Alicia brincou, logo rindo com Usher.
– Na verdade... Não apenas por mim. Sabe como é, sou mentor do namorado dela. – Usher disse.
– Ah... – Alicia disse. – Entendi. Bieber Fever ataca mesmo de longe. E você é um dos transmissores. Entendi toda a conspiração já.
– Alicia! – Usher disse, dando gargalhadas.
– Ela está certa, Bieber é um amor. – Beyoncé disse, rindo também.
– Essa garota também é. Os dois se merecem. – Jay-Z disse.
Que lindo! Se eu estivesse completamente acordada eu daria um abraço nele. Ok, eu não daria um abraço no Jay-Z... Por que afinal ele é o Jay-Z. Mas como eu não vou dar, posso fingir que daria, não é? Aposto que ninguém ficou confuso com o que eu disse.
– Ela está passando por uma barra por nós... Tendo que se entregar aos holofotes sem nenhuma preparação nem aviso prévio. Ela tem suportado bastante coisa. – Usher disse, sobre mim.
– Todos sempre passam por isso, Raymond. – Alicia disse.
– Sim... Mas eu sei que não é algo fácil de suportar no começo, por isso sinto por ela. – Usher disse.
– Ela só precisa de alguns meses para se acostumar. Ela parece ser uma garota forte, só precisa entrar no fluxo. – Alicia disse. – Literalmente.
– O que quer dizer? – Usher disse.
– Eu quero dizer que você já deve ter percebido que essa garota tem muito talento. Um talento que provavelmente sempre esteve escondido e limitado a ela mesma! Quantos talentos existem pelo mundo que nós nem fazemos ideia? Sabemos muito bem porque se ninguém tivesse nos descoberto, nunca estaríamos onde estamos, mostrando do que somos capazes. – Alicia disse.
– Sim, Julie realmente tem muito talento... Mas... – Usher começou.
– Não tem “Mas...”, Usher... Sabe tanto quanto eu que ela merece ser reconhecida. Você e Scooter descobriram Bieber, porque não consegue enxergar algo que está bem diante dos seus olhos? – Alicia disse.
– Eu concordo, Raymond. – Beyoncé se manifestou. – Ela pode ter uma grande carreira, só precisa de uma chance.
– Nós testemunhamos hoje do que ela é capaz. É capaz de fazer uma música a partir do que ela sente e não simplesmente fazer uma música. Ela criou algo do nada com tanta facilidade que acabou nos deixando impressionados! – Timberlake disse.
– Isso é verdade. Sem contar que ela tem uma vitalidade que contagia. – Jay-Z disse.
– Eu concordo. Seríamos muito egoístas se a privássemos o mundo do jeito dela. – Timberlake disse. – Sem contar que quebraria barreiras. Ela é brasileira, seria como uma junção de mundos, como uma oportunidade para uma unificação. Para provar a todos que o mundo é apenas um só...
– Está na hora de provar que todos podem ter talentos e podem ser reconhecidos, independente da nacionalidade. – Alicia disse.
– Eu e Alicia fomos ao Brasil no começo desse ano e pudemos ver como aquele país tem muito a oferecer. Julie pode ser a chave para isso. E a chave para que haja outros talentos revelados. – Beyoncé disse.
– Timberlake... Acha que daria conta da carreira dela? Por que eu estou com um pouco de sobrecarga juntando a minha e a de Bieber... – Usher disse.
– Com certeza... Me dedicaria ao máximo, sem contar que você e o Braun podem sempre vir até nós, somos amigos, acima de tudo. – Timberlake disse.
– É... Mas primeiros vocês têm que ver se é isso que ela realmente quer para sua vida. – Alicia disse.
– Sem contar na família... – Jay disse.
– E na educação... – Beyoncé disse.
– Sim, nós sabemos disso tudo... – Usher disse.
Eu simplesmente estava em estado de choque. Inerte. Provando uma Lei de Newton por obrigação.
“Todo corpo em repouso tende a permanecer em repouso”
Mas no meu caso, era algo mais como:
“Todo corpo em repouso quando escuta que estão falando de uma sua possível carreira musical tende a ficar DURA, logo, completamente em repouso”
É, bem melhor assim.
A conversa deles continuou, no fim, acabaram mudando de assunto e falando quais que eram seus lugares preferidos nos Estados Unidos. Sim, mudou a conversa do vinho para água. Claro que não é da água para o vinho, porque o vinho no caso é o melhor, e o melhor é quando eles conversam sobre mim, entendeu? Não? Desculpa.
Tomei coragem e fui me recuperando completamente. Ouvindo melhor a conversa. Prometi a mim mesma que fingiria não ter ouvido nada sobre a conversa anterior (sim, a conversa “vinho”).
Para surpreendê-los e avisá-los que eu estava acordando, eu disse, com uma voz um pouco baixa, mas audível.
– Um dos meus... Lugares favoritos nos EUA seria, claro, New York... The concrete jungle where dreams are made of. Where the streets will make you feel brand new, the lights will inspire you... New York... – Eu disse, sorrindo e rindo de leve, abrindo meus olhos verdes e olhando todos ali. – Parece que a festa foi reduzida a um dormitório por minha causa...
– Bem melhor assim... – Timberlake disse, rindo.
– Aposto que esteve ouvindo tudo o que falávamos... – Usher disse, sorrindo.
– Na verdade não... – Mentirosinha. – Eu só ouvi vocês falando sobre os lugares que mais gostam no país...
– E aí entrou na brincadeira citando uma música nossa... – Jay-Z disse, apontando para ele mesmo e para Alicia.
– Gosto de citações. – Eu disse, sorrindo de leve.
– Percebi. – Jay-Z disse, rindo.
– Uma ajudinha? – Eu pedi, delicadamente.
– Claro... – Usher pegou minha mão e me ajudou a ficar sentada na cama. – Como se sente?
– Viva... – Eu disse, sorrindo. – E bem... E ah! Me desculpem por isso... Estou muito envergonhada!
Eu coloquei as mãos no rosto.
– Não fique... Todos aqui já fizemos coisas muito piores quando éramos mais novos... – Alicia disse, sorrindo.
– Veja Jay, por exemplo, quando ele era mais novo ficava bêbado com três garrafas de cerveja. – Beyoncé disse, rindo.
– Isso foi há um loooooooongo tempo. – Jay disse, rindo.
– Sei sei... – Eu disse, rindo também, porém brincando.
– Gente... Se importam se eu tiver uma conversa rápida e particular com essa garotinha aqui? – Usher disse.
– Não se preocupe. Estaremos lá em baixo... – Timberlake disse, abrindo a porta e saindo, sendo seguido por todos os outros.
Eu acompanhei com os olhos e vi todos saírem do quarto. Por algum motivo, eu não estava feliz com aquilo. Conhecendo Usher como conheço, sabia exatamente o que ele faria a seguir.
Usher é meu irmão mais velho, pode não ser de sangue, mas é de coração. Isso realmente conta mais do que qualquer outra coisa. Alguns irmãos de sangue realmente mal ligam para você. Eu não sei, porque nunca tive um irmão. Mas agora eu tenho Usher e realmente, não o trocaria por ninguém.
Uma bronca viria a seguir, mas uma bronca no jeito Usher de dar bronca.
Não sabe como é? Vocês vão testemunhar agora.
– Julie... O que está fazendo aqui? Quero dizer... Aqui em Los Angeles. Sendo que você mora em Atlanta... – Usher disse, com um tom de preocupação.
– Uma garota solitária e triste, uma proposta de liberdade, uma tendência enorme à impulsividade. Resultado? Aqui estou tendo essa conversa com você. – Eu disse, suspirando.
– Sabe que foi errado, não sabe? Aposto que seu pai não faz ideia de que está aqui... – Ele disse.
– Puff... Me pegou. – Eu disse, me rendendo.
– Se ele descobre, sabe como ele vai ficar preocupado? Não pode fazer essas coisas com as pessoas que se importam com você Julie. – Ele disse, enquanto pegava no meu queixo, carinhosamente.
– Eu sei... Mas tudo estava dando errado! – As lágrimas já se manifestavam nos meus olhos e minha voz começava a ficar chorosa, por mais que eu não quisesse. – Um acontecimento atrás do outro. Um pior do que o outro. Como eu posso agüentar?
– Não estou te julgando... Só dizendo que não foi certo... Poderia ter pensado melhor. – Ele disse.
– E como eu posso conseguir pensar? Tudo o que se passa na minha cabeça é que eu estou por um fio de perder tudo de bom que tenho na minha vida... Se eu fizer uma... Apenas UMA escolha errada, sei que vou perder. – Eu disse, abaixando o olhar.
– Não vai Julie... – Usher disse, chateado por me ver daquela maneira.
– É difícil, sabe... Não estou acostumada com isso... Então eu fico insegura, fico com medo de pisar no lugar errado e cair. – Eu disse, suspirando.
– Eu prometo para você que logo isso tudo vai passar e você se sentirá a vontade com tudo ao seu redor... – Ele disse.
Olhei nos olhos de Usher e percebi que ele estava sendo sincero. Se ele dizia aquilo, eu acreditava. Usher era um dos poucos com quem eu me sentia realmente segura. Meu pai e Justin eram os outros.
Eu sorri. Eu era muito grata por ter ele na minha vida. Por ter ele e todos os outros.
Quem diria... Em um dia eu era apenas uma garota de uma metrópole do Brasil. Hoje, moro em Atlanta e meu círculo de amizades contém um monte de celebridades.
A vida realmente pode ser impressionante.
E não pense que é só para mim... Não!
A vida pode ser impressionante para todos que derem a ela uma oportunidade.
É como dizem... Se você sorri para a vida, ela sorri de volta para você.
Dei um abraço em Usher, daqueles bem apertados, pois realmente não tinha palavras para descrever o quanto eu agradecia por ter um cara tão incrível como ele na minha vida.
Dei um beijo carinhoso no rosto dele e sorri.
– Obrigada por tudo Usher. Você é definitivamente um anjo na minha vida. – Eu disse, sorrindo.
– Ooown! – Ele disse, rindo. – Vamos, princesa, já está tarde e já passou da sua hora de dormir!
– 5 minutinhos? – Eu disse, rindo, enquanto me levantava.
– Vaaamos... – Ele disse enquanto me abraçava de lado, envolvendo o braço no meu ombro e saindo do quarto comigo.
Descemos as escadas e fomos até a sala. Usher disse para Ludacris que me levaria pessoalmente para casa, pois também tinha que pegar algumas coisas antes de voltar para a Alemanha, dar suporte à Justin.
Me despedi de todos ali, com muito pesar, devo admitir, mas como Usher disse, realmente estava ficando tarde e eu estava muito cansada.
Prometi que me encontraria de novo com Bey, Alicia, Jay-Z e Luda. Sem contar Timberlake que disse que eu não o esqueceria com tanta facilidade assim. Claro que eu não esqueceria ele, que ideia!
Usher e eu entramos em seu carro, sendo levados até o aeroporto próximo por um motorista. Essa vida de rico é tão fácil, puff.
Passamos a maior parte do tempo conversando. Principalmente enquanto estávamos dentro do carro. Usher me contou como estavam as coisas e o que tinha acontecido desde o dia que eu voltei para Atlanta, deixando apenas uma carta para ele, Justin e Scooter.
Senti um aperto no coração. Não era para menos. Eu sentia tanta falta dele!
Mas eu tinha que ser forte, mais do que nunca, eu tinha que ser forte.
Porém, tirando que eu estava me sentindo um pouco estranha, fiquei feliz de saber que Justin estava bem. Se bem que hoje eu não sabia mais de nada, afinal, ele viu as fotos ontem... Só Deus sabe o que ele está pensando de mim.
Mas eu tinha uma esperança. Justin me conhecia muito bem, ele deve saber que não era nada disso do que os paparazzi quiseram fazer parecer.
Pelo menos eu tinha uma esperança...
Chegamos ao aeroporto e fomos para o jato de Usher. Dessa vez, muuuito maior.
– Quanta humildade. – Eu disse, ao entrar no jato completamente luxuoso.
– Apenas um presente de aniversário para mim. – Ele disse, rindo.
– Ah, claro, se um dia eu me der um desses, vou me amar para sempre! – Eu disse, sentando numa poltrona de pele artificial extremamente confortável e aconchegante.
– Boba! – Usher disse, rindo.
– Eu poderia viver dentro desse lugar! – Eu disse, girando a poltrona e olhando ele. – Woow!
Usher se sentou na poltrona que estava vaga à minha frente e apoiou o cotovelo em um dos braços da mesma, apoiando logo em seguida, o queixo na mão. Ele ficou pensativo, me olhando, como se pensasse algo em minha relação.
– Algo errado? – Eu disse, enquanto me divertia girando na poltrona.
– Não especificamente... Eu só estava pensando. – Usher disse. – Amanhã cedo estarei de volta a Berlim... Justin esta lá e eu tenho que dar um apoio a ele, principalmente na apresentação do nosso remix em Somebody to Love.
– Ah... – Eu disse, enquanto começava a partir daquele instante a fitar o chão do avião.
– Julie? Está tudo bem? – Usher perguntou.
– Sim... Só um daqueles choques de realidade. – Eu disse, dando de ombros.
– Gostaria de falar algo para ele? Mandar algo ou qualquer coisa do tipo? – Usher disse.
Por um momento, eu não sabia o que dizer. O que eu mandaria? O que eu diria para ele? Eu sei que tinha muito para explicar, mas quem não deve não teme, não é?
Mordi meu lábio inferior e suspirei. Eu não sabia o que fazer.
– Ahm... – Eu comecei. – Acho que... Ele sabe onde me achar se quiser falar comigo.
– Certo então... Se você prefere assim, tudo bem! – Usher disse, sorrindo.
Eu dei um sorriso fraco. “Se você prefere assim...”. Claro que eu não prefiro assim, mas o que eu faria? Diria para USHER dizer a ele que aquelas fotos eram falsas? Primeiro que isso era algo que Justin deveria saber e segundo, tudo o que deve ser falado, eu tenho que falar para ele quando chegar a hora certa.
A grande pergunta era: Quando essa hora chegaria? Será que um dia existiria?
Meus pensamentos um tanto tristes foram apagados quando Usher fez uma proposta incrível.
– Quer assistir televisão por satélite? – Ele disse, rindo.
– OMG! Tem televisão aqui? Por satélite? Ok... Agora definitivamente eu posso morar aqui!
Nos levantamos e fomos para a outra área do avião, onde tinha um sofá branco mediano e uma televisão de LCD enorme na frente. Me sentei ao lado de Usher e ficamos assistindo alguns filmes, apenas para passar o tempo. Tecnicamente só ele que viu os filmes. Eu acabei dormindo depois de 15 minutos... Lindo não acha?
Porém eu não estava preocupada. Com Usher, era como estar em casa. Sempre em casa.
Eu estava tão cansada que não sonhei com nada. Quando eu acordei, foi como um susto. Já tínhamos chego em Atlanta e eram quase 8 da manhã.
Sem contar na minha cara de sono. Eu pareço um zumbi quando estou com sono, sério. Ok nem tanto, mas dá pra ouvir Thriller de fundo.
Nada que um óculos de sol não resolva.
Saí do jato de Usher usando um sobretudo extra que ele tinha no avião. É, ficou enorme, mas estava frio e o sobretudo me deixou quentinha.
Por mais incrível que pareça, e eu tinha que agradecer por isso, não havia se quer um paparazzi no aeroporto. Ainda bem!
Eu estava ainda meio sonolenta, pois enquanto estávamos no carro em direção à minha casa eu fiquei com a minha cabeça encostada no ombro de Usher, tendo meu ombro abraçado por ele.
Com um irmão como ele, não preciso de mais nada.
No meio do caminho, Usher fez com que o seu motorista parasse numa cafeteria e comprasse uns cafés para nós, afinal, estávamos mortos.
Usher ainda estava melhor do que eu, talvez por estar acostumado.
Eu tinha uma longa jornada até estar no mesmo nível que ele.
Tomei o meu café quentinho – mesmo sentindo falta do café brasileiro – e me preparei psicologicamente, caso eu encontrasse meu pai no caminho até o meu quarto.
Não demorou muito para que eu finalmente chegasse em casa. Dei um abraço forte em Usher e me despedi do motorista com um sorriso e um aceno. Entrei em casa cautelosamente, me sentindo um “Frajola”, e andando na ponta dos pés.
Felizmente, não havia ninguém acordado àquela hora. Subi silenciosamente até o meu quarto e me joguei na minha cama, fitando o teto por alguns instantes.
Quando minha vida virou de cabeça para baixo? Eu simplesmente não lembrava.
Eu reconheço que tenho muita sorte e sei que tenho que agradecer por cada momento único que acontece na minha vida. Agradecer muito.
É engraçado se pegar pensando na quantidade de garotas que provavelmente se matariam para estar no meu lugar. Chega a ser algo sádico de se calcular.
Não tive muito tempo para pensar, levando em conta o quanto eu estava cansada, alguns minutinhos depois eu já estava desmaiada na minha própria cama.
Acordei com a minha avó batendo na porta do meu quarto, falando para eu descer e almoçar com ela, meu avô e meu pai.
Levei um susto enorme, se ela entrasse no meu quarto veria a roupa de festa que eu nem havia trocado quando cheguei em casa. Felizmente ela não entrou, uma oportunidade para eu sair correndo e entrar no banheiro, tirar a maquiagem do rosto e limpar minha pele, tomar um banho e me trocar, pronta para descer e ter um lindo almoço de domingo com a família.
Família que se soubesse onde eu estava na noite anterior, me jogaria no calabouço para sempre. Ok, nem tanto, mas seria algo parecido.
Coloquei um vestido preto de seda que eu tinha ganhado da minha mãe uns anos atrás e coloquei uma meia calça simples roxa também, já que estava ficando cada vez mais frio lá fora. Coloquei uma sapatilha e desci as escadas, radiante. Não sabia o porquê, mas eu estava com um sorriso enorme no meu rosto.
Depois de descer as escadas em meio a pulinhos, parei e olhei pela pequena janela que fica ao lado da porta de entrada. Afastei a cortina e olhei para o céu, estava bem nublado. Eu podia sentir a brisa gelada que vinha por todos os lugares. É, o inverno finalmente deus as caras... Sempre gostei de frio, mas nada exagerado. Porém, a melhor coisa de se estar aqui em Atlanta e ver o inverno chegar era que eu sabia que logo eu poderia ver neve.
Sim, NEVE! Eu poderia fazer guerras e montar bonecos enormes e colocar cachecóis em seu pescoço e uma cenoura para ser o seu nariz. Acho que um dos sonhos de todas as pessoas que moram em países tropicais é poder sentir a neve. Eu já tinha passado por essa experiência, mas quando eu era muito pequena, com uns 3 ou 4 anos.
Dessa vez, seria completamente diferente. Seria algo memorável, que eu guardaria por toda vida.
– Julie, querida, venha! – Minha avó me chamou da sala de jantar.
Sorri e corri até eles, dando um beijo no rosto de cada um que estava ali.
– Parece que tem alguém de bom humor! – Meu pai disse, sorrindo para mim.
– É, posso dizer que sim... – Eu disse, sorrindo também, enquanto me sentava à mesa.
– E a razão seria...? – Meu pai perguntou, me olhando desconfiado, de brincadeira.
– Não é educado perguntar a uma dama quais são seus segredos, querido... – Minha avó disse, “quebrando” as pernas do meu pai. HÁ! Eu adoro ela.
– Viu... Seja um cavalheiro, papai, e não ouse fazer perguntas que sabe que não terá uma resposta satisfatória. – Eu disse, com pose de princesa.
– Ela está aprendendo a falar assim com você, mãe. – Meu pai disse, rindo e me olhando, admirado com o meu jeito sutil.
– Orgulho da vovó. – Minha avó disse, sorrindo para mim.
Eu acabei rindo e sorrindo para eles. Eu adorava todos ali, cada um com seu jeito e sua característica. Eu via meus avós como “Rei e Rainha” e o meu pai como meu protetor. Eu não poderia ser mais feliz ao lado deles.
Se minha mãe estivesse aqui, tudo seria perfeito...
Tentei não me deixar ficar triste com esse pensamento, afinal, ela não gostaria que eu me sentisse mal por ela.
Meu domingo foi repleto de momentos em família. Ficamos todos na parte de trás da casa, onde tinha a piscina coberta e algumas cadeiras para descanso. Ficamos conversando, rindo, ouvi um monte de histórias e até jogamos alguns jogos.
Foi um momento ótimo em família que fazia tempo que nós não tínhamos. Até cheguei a ficar mais próxima do meu avô, após ele ter me contado um monte de suas histórias de vida.
Descobri que sou mais parecida com eles do que imaginava. Meu avô, quando era jovem, também teve que fazer algo que não queria para conseguir conquistar a minha avó. Isso foi realmente inspirador. Se ele tinha feito a mesma coisa que eu, e hoje eles estavam ali, juntos, tão apaixonados quanto anos atrás, isso realmente poderia ser um sinal.
Aquele foi o melhor domingo de todos! E por algum motivo, eu sentia que as coisas iriam melhorar logo.
Infelizmente o domingo passou bem rápido, me levando então, para minha cama novamente. Arrumei as minhas coisas, me troquei e antes de me deitar, abri a gaveta da minha escrivaninha e peguei um papel de carta lilás e um envelope da mesma cor, peguei uma caneta que estava em cima da mesa e me sentei ali, pronta para escrever uma carta.
Querido Justin,
Aqui estou eu, salva de mais uma de minhas loucuras.
Dessa vez, fui salva por Usher, que me resgatou da missão Los Angeles. Porém, não me arrependo. Conheci pessoas ótimas, incríveis e tive uma oportunidade única.
Sinto que algo muito bom está para acontecer na minha vida e estou feliz com isso. Mas só vou ficar realmente feliz se você estiver comigo.
Eu sinto tanto a sua falta, sinto falta do seu sorriso, das risadas que sempre demos juntos, dos nossos olhares que valem mais do que mil palavras.
Você não sabe como me faz falta estar em seus braços...
A carta não parou por aí, continuei escrevendo, frente e verso daquela folha. Sim, era uma carta para Justin Bieber. Não, eu não iria mandá-la.
Desde pequena minha mãe me ensinou ao invés de escrever em diários, escrever cartas. Como se fosse uma declaração, como se eu estivesse demonstrando meus sentimentos naquele papel.
Era algo que realmente tirava um pouco o peso das minhas costas. Como um desabafo.
Justin nunca veria aquelas cartas, pelo menos essa era a intenção delas.
Depois de terminar a carta, eu dobrei o papel e coloquei dentro do envelope. Virei o mesmo e escrevi na parta que é dirigida ao destinatário:
Para o amor da minha vida,
Justin Drew Bieber.
Muito romântico, eu sei, mas um pouco solitário também.
Depois que terminei, abri a gaveta debaixo e tirei uma caixa preta mediana do fundo dela. Coloquei a caixa em cima da mesa e tirei a tampa. Fitei ali os outros envelopes que eu tinha escrito em outras noites. Várias cores, vários sentimentos.
Acompanhei os envelopes com a ponta dos meus dedos, até chegar em uma parte em que eu colocaria o novo envelope. Recém saído do forno. Guardei ele lá e depois guardei a caixa na gaveta, fechando logo em seguida e me dirigindo à minha cama.
Um suspiro de saudade foi tudo o que eu me lembro antes de fechar os olhos e me entregar aos meus sonhos.
Eu adoro sonhar. É como entrar em um universo em que tudo é perfeito.
Um lugar a prova de tristezas e sofrimento. É, meu refúgio feliz.
No meu refúgio, chamado Bieberlândia, era como um parque de diversões. Eu sempre adorei parques de diversões, todos aqueles brinquedos para você sentir altas emoções em cada um deles. É, eu adoro tudo isso.
Mas meu brinquedo favorito sempre foi a roda gigante. É, eu sei, é a mais sem graça. Mas também a mais romântica. Acho que é típico você ir na roda gigante com alguém que você goste, passar um daqueles momentos românticos a la Hollywood.
Sim, eu estava lá e ao meu lado estava ele, Justin Bieber. Ele tinha me comprado um balão e ganhado um urso gigante para mim naquelas barraquinhas. Estávamos apertados por causa do grande urso que eu havia ganhado e que ele ficava segurando para mim. Ele havia me comprado um algodão doce e eu ficava dando um pouco para ele na boca, ele comia e sorria para mim, satisfeito.
– Ok, agora é a minha vez! – Ele disse, tentando pegar o algodão doce de mim.
– Heey! O algodão doce é meu! – Eu disse, rindo e tirando o algodão do alcance dele.
Ele se inclinou para frente tentando pegar o algodão doce de mim e me beijou enquanto sorria para me distrair. Quando sua mão chegou perto da minha que segurava o algodão doce, eu acabei sem querendo amolecendo minha mão e deixando o algodão doce cair.
– Ops! – Eu disse, boquiaberta, olhando para baixo, onde o algodão tinha caído.
– O QUE É ISSO? – Jasmine gritava, tendo o algodão doce em seu cabelo.
– Na mosca! – Eu disse, comemorando.
– Você adora isso não é? – Justin disse, rindo.
– Eu? Claro que não amor! Se quer saber, acho que nem deve ter feito muita diferença para ela, já que o cabelo dela sem chapinha é da mesma textura que um algodão doce. – Eu disse, piscando os olhos e sorrindo.
– Da mesma textura? – Bieber disse, gargalhando. – Você é má... Eu gosto disso.
– Claro que gosta... – Eu disse, jogando o cabelo.
– L’oreal... – Ele disse, rindo.
– Você que o diga, não é? – Eu disse, bagunçando o cabelo lindo dele.
– Heeey! – Ele disse, rindo e jogando o cabelo.
– Não faz iiiiisso! – Eu disse, colocando a mão no coração e caindo com a cabeça no ombro dele.
Ele deu aquela risadinha que ele sempre dá e eu sorri. Levantei minha cabeça e acariciei o seu rosto, olhando em seus olhos. Ele colocou a mão em cima da minha e acariciou também. Estávamos prestes a nos beijar quando...
– GOOD MORNING ATLANTA! – Meu despertador berrou.
– Bom dia, despertador, bom dia... – Eu disse, do chão, enrolada no cobertor e com a cara coberta por ele.
– São 7 horas e o dia está nublado e com temperaturas baixas, então, melhor se agasalhar! – O homem do rádio disse.
– Não, está frio e eu vou de biquíni, sabe como é, eu gosto de ser radical. – Ironia pela manhã, nada melhor do que isso.
Foi só eu levantar que meu celular começou a tocar: BABY BABY BABY OOH!
– É hoje que eu fico com dor de cabeça, não é possível... – Eu disse, enquanto corria para atender o telefone. – Alo?
– Que voz é essa? Não me diga que estava dormindo a essa hora Julie? – Lá estava ela, a bruxa do mal pela manhã, Ashley Davis. – Sabe muito bem que temos que chegar mais cedo hoje na escola para a reunião do comitê do baile!
– Eu não esqueci de nada Ashley, não estava dormindo! – Eu tentei mentir, mas minha voz de taquara me denunciava. – Ok, eu estava, mas posso fazer tudo bem rapidinho!
– Assim que eu gosto! Sabe como esse baile é importante para mim! Quero que tudo esteja perfeito para o seu primeiro baile... – Ela disse, animada, pude até ouvir as “palminhas”.
– Ahm... Ashley, quanto a isso... Eu acho que... – Eu tentei dizer.
– Acha que vai demorar uns 5 minutos a mais? Tudo bem, eu dou um jeito nos dragões de Atlanta. Não demore mais do que isso! Te vejo na escola. – Ela disse isso e depois, desligou.
– Você é uma cheerleader muito má! Muito má mesmo! – Eu disse, para mim mesma.
– Seu porsche ainda não voltou da mecânica, Julie, quer uma carona? – Meu pai disse, abrindo a porta e colocando o rosto para dentro do meu quarto.
– Ahm... Claro! Só preciso de um tempo para me trocar e pegar uns materiais. – Eu disse, sorrindo em agradecimento à proposta.
– Ok, estarei te esperando lá em baixo! – Meu pai disse e então fechou a porta.
– Realidade... Aqui vou eu! – Eu disse, suspirando e indo em direção ao meu banheiro, deixando no caminho meu celular em cima da mesa.
Tomei um banho rápido e me enrolei no meu robe, peguei o secador e dei uma secada rápida no meu cabelo. As vezes eu me achava tão Justin Bieber com aquela história de que ele fica 5 minutos secando o cabelo... Ok que eu ficava 20, mas mesmo assim, é pouco considerando que algumas garotas ficam horas.
Coloquei um jeans, um Nike, uma camiseta de manga comprida e a minha jaqueta de couro. Coloquei um pano xadrez colorido em volta do meu pescoço e desci para tomar o meu café-da-manhã.
Não demorei muito, já que tinha que estar 8 horas na escola junto com a Ashley para preparar a pauta da reunião.
Essas reuniões de comitês eram praticamente ilimitadas. Tinha pelo menos uma vez por semana e quando estava perto do baile, então, tinha mais ou menos umas 14 por semana. A corrida contra o tempo para conseguir todos os detalhes de decoração, música, alimentação e convites era uma loucura.
Minha semana inteira foi assim, correndo com Ashley e mais algumas garotas do comitê para conseguir tudo sem atrasos nem erros. Ashley gostava de tudo certo e quando isso não acontecia, nós sofríamos com seus gritos histéricos de raiva.
Não era algo lindo de se ver...
Eu chegava exausta todos os dias e logo caia na cama assim que entrava no quarto. Às vezes eu sentia falta da minha escola no Brasil, sem todos esses eventos exagerados.
Tudo que eu queria era que chegasse sexta feira, para que eu pudesse descansar pelo menos um pouco mais...
Quando cheguei em casa da escola na quinta-feira, tive uma surpresa inesperada.
– Pai? Cheguei! – Eu disse, entrando pela sala e colocando minha bolsa no sofá.
Andei pela casa, suspeitando que meu pai estivesse em seu escritório. Fui até lá dar um abraço nele, já que ele viajaria amanhã à negócios. Me aproximei da grande porta de madeira fina e abri, sem pudor algum.
– Hey Daddy! – Eu disse, sorrindo, até ver que tinha um homem sentado na mesa conversando com o meu pai. – Oh! Me desculpe, eu não sabia que...
Quando o homem se virou, com um sorriso estampado na cara, fez com que eu ficasse em choque.
– Timberlake? Como é que... Como você... O que você... Por que vocês... O que... Ah! O que está acontecendo? – Eu disse, desistindo de formular uma pergunta mais complexa.
Eles deram uma gargalhada do meu jeito.
– Venha aqui Julie... – Meu pai disse, gesticulando para que eu me aproxime deles.
Me aproximei e cumprimentei Justin Timberlake, com um beijo no rosto e um abraço. Logo contornei a mesa e abracei o meu pai. Fiquei ao lado dele ali.
– Então... Do que se trata a conversa? – Eu perguntei, olhando os dois.
– Seu amigo aqui, Timberlake, veio me contar de como ele está impressionado com o seu desempenho vocal, Julie... – Meu pai disse.
– Ah... Sério? – Eu disse, assustada para Timberlake. Será que ele disse ao meu pai que eu fui para Los Angeles no fim de semana passado?
– Sim, Julie, eu estava contando ao seu pai que há meses eu venho cogitando a ideia de te fazer uma proposta de carreira... Desde aquele dia na festa na casa do Usher, quando você foi com o JB, e que eu tive a oportunidade de conhecer sua habilidade vocal... – Timberlake disse, piscando para mim. Se saiu bem, cara, se saiu muito bem.
A conversa sobre a minha suposta carreira musical ficou em discussão por horas! Sim, horas! Justin Timberlake até jantou na minha casa. O que sim, foi algo realmente inesperado e maluco.
Eu simplesmente não estava acreditando no que estava acontecendo. Qual é! Há menos de um ano atrás eu nem imaginava nada disso. Isso parece insano!
No fim de tudo, meu pai concordou em me levar à gravadora para olhar o ambiente, analisar a proposta de Timberlake sem pressa e pensar no meu futuro antes de tudo.
Ok... Agora eu tinha uma chance de ser uma cantora internacional. Quando isso aconteceu?
Quando esse sonho começou a acontecer?
Eu realmente não fazia ideia da resposta.
Era mais ou menos umas 11 horas da noite quando Timberlake disse que infelizmente tinha que ir. Quando eu fechei a porta e olhei pela janela ele indo embora com o seu carro, a realidade realmente caiu em cima de mim.
CARAMBA! TIMBERLAKE ESTEVE AQUI PARA PROPOR AO MEU PAI UM CONTRATO! WTF!
Foi o momento de eu ter um ataque de gritinhos histéricos e risadas. Eu estava ficando cada vez mais biruta, eu sei... Triste, não é?
Subi correndo para o meu quarto e liguei o meu computador, precisava falar isso para Ashley e a melhor maneira era pelo iChat.
Entrei no iChat pelo meu computador e logo comecei a conversar com Ashley por uma videoconferência. Contei tudo a ela e ela ficou em estado de choque, assim como eu. Por isso que amo ela, ela me faz sentir como se eu não fosse a única louca do mundo.
Fiquei uns 20 minutos conversando com ela, sabe, fofocas em geral. Até que desligamos. Eu estava cansada e o dia seguinte seria bastante cansativo, porém, para compensar, era a tão amada sexta-feira.
Fui colocar um pijama e estava voltando para desligar o computador quando alguém me chamou lá:
JBieber says: Acordada tão tarde?
Minha respiração parou por um segundo. Ele estava ali, online e falando comigo! Naquele momento parecia ainda mais difícil tudo que eu estava passando.
Evans says: Já estava indo para a cama, tive visitas hoje...
JBieber says: hmm :) tenha doces sonhos então, Julie...
Evans says: Você também, meu amor... A gente se fala.
JBieber says: Julie, espera!
Evans says: Sim?
JBieber says: Eu sei que aquelas fotos não são o que parecem ser...
Evans says: Oh... Eu... Fico muito feliz que tenha percebido isso...
JBieber says: Não foi difícil, no começo eu fiquei um pouco confuso.
Evans says: Ah... Não confia em mim...
JBieber says: Hey! Claro que eu confio! Eu só tenho medo de te perder...
Evans says: Nunca vai me perder.
JBieber says: Então porque eu não sinto isso?
Evans says: Por que talvez o que nós temos precise ser fortalecido.
JBieber says: Sim... E Julie eu sinto muito pelo que você viu em Londres.
Evans says: Não quero falar sobre isso, não quero chorar.
JBieber says: Eu te fiz chorar?
Evans says: Todo segundo longe de você me deixa triste.
JBieber says: Isso vai acabar, Julie, eu prometo.
Evans says: Quando? :(
JBieber says: Logo...
Evans says: Parece muito longe para mim.
JBieber says: Mas Julie...
Evans says: Eu estou muito cansada, vou dormir. A gente de fala Bieebs.
JBieber says: Durma com os anjos, meu anjo.
Foi então que eu desliguei o computador. Fechei os olhos e coloquei as mãos na boca. Não pude conter as lágrimas, eu só queria, eu desejava, eu implorava, para que tudo isso acabasse logo.
Corri para a minha cama e me deitei, fiquei abraçada ao meu ursinho e depois de um tempo, caí no sono.
Acordei no dia seguinte um pouco abalada, mas prometi a mim mesma que não me deixaria ficar assim por muito tempo. Tomei um banho um pouco mais demorado que o de costume, para relaxar.
Ao sair do banho, fui para o meu closet escolher a roupa. Senti que estava ficando cada vez mais frio, então logo peguei o meu inseparável sobretudo, nada melhor para ficar super quentinha! Coloquei um jeans preto básico, uma blusa leve preta e botas pretas de cano alto e um salto mediano. Coloquei alguns acessórios como pulseiras, brincos e um anel. Estava tudo muito preto, e mesmo sendo inverno, um pouco de cor nunca é demais. Peguei um lenço branco e rosa que eu tinha para combinar com a minha bolsa rosa da Chanel e sorri ao ver minha roupa separada na cama. (http://bit.ly/b4sFNj)
Fui para o banheiro e dei uma secada no meu cabelo, deixando ele liso ao natural. Penteei ele e arrumei a minha franja. A maquiagem foi básica, porém com um tom mais delicado. Passei um delineador, puxando para o lado, para dar mais destaque ao verde dos meus olhos. Um batom rosa um pouco clarinho, simplesmente para dar uma cor; um blush para dar vitalidade porque nesse frio, a moda Edward Cullen prevalece.
Me troquei rapidamente e dei uma ultima checada no espelho, gostando do que via. Peguei minha bolsa e desci a escada com certa pressa, dando um beijo nos meus familiares e saindo sem tomar café da manhã. Por mais que seja a refeição mais importante do dia, eu não estava com a menor fome.
Meu pai entendeu e foi comigo para o seu carro, pronto para me dar carona. Entrei no Lamborghini exageradamente maravilhoso do meu pai e coloquei o cinto. Ele me levou até a escola e eu me despedi dele com um abraço. Fui tranquilamente até dentro da escola, peguei meus livros e como tinha um horário livre na primeira aula, fui encontrar com Ashley na sala do comitê para ver como estava a checagem de materiais.
– Hey Barbie. – Eu disse, sendo a segunda a chegar ali depois dela.
– Hey Ken! – Ela disse, sorrindo para mim, nós rimos.
– Wanna go for a ride? – Eu disse, rindo e gesticulando com as mãos de forma engraçada.
– Nop! Muito trabalho a fazer... Vem Julie, você é meu braço direito de confiança. – Ashley disse, eu coloquei minha bolsa em uma cadeira e fui até ela.
– Então... O que posso fazer? – Eu perguntei.
– Tudo! Nossas aulas foram anuladas pelo dia, ficaremos aqui na sala a prova de sons pelo resto do dia! – Ela disse, sorrindo de uma maneira engraçada.
– Sem matemática, química e biologia? – Eu disse, ficando pensativa. – É, tentarei sobreviver.
– Essa é a minha garota! – Ashley disse, me abraçando de lado.
– Mãos a obra? – Eu disse, levantando as sobrancelhas rapidamente, logo rindo.
– Mãos a obra! – Ashley disse, começando a pegar os materiais para a checagem. Eu girei os calcanhares e fui checando tudo com a lista principal.
Tínhamos MUITA coisa para fazer, preparar todas as decorações e fazer um esquema em design gráfico de como tudo deveria ficar para ajudar o pessoal que montaria a decoração do baile. Porém, por mais que tivéssemos milhões de coisas para fazer, ao lado de Ashley, o tempo passava mais rápido e era tudo mais divertido.
Quando chegou a hora do almoço, aconteceu algo beem estranho.
– Heey! Hora do almoço Ash, vamos lá? – Eu disse, saindo da minha mesa e indo pegar a minha bolsa.
– Ah! Espera! – Ashley gritou, eu me assustei e a olhei confusa. – É que primeiro eu preciso te fazer uma surpresa. É algo da decoração do baile que eu me inspirei em você, aí eu queria ver se você vai gostar...
– Wow... Sério? – Eu disse, sorrindo. – Que fofo isso Ash!
– Sim, sim... Maas... – Ela disse, pegando um pano preto que tinha ali.
– Heey! Sem chance! – Eu disse, sabendo que ela iria me vendar.
– Ah Julie! Faça isso por mim! – Ela fez beicinho. Era impossível dizer não àquela cheerleader de beicinho.
– Está beem! – Eu disse, sorrindo e deixando ela me vendar. – Heey, cuidado aí.
– Não se preocupe. Sente aqui que eu só vou no banheiro rapidinho e eu já venho ok? – Ela disse, sorrindo e me sentando em uma cadeira.
– Ok, só não me deixe aqui para que algum atleta venha me visitar que eu juro que te mato depois... Não estou afim de brincar de 7 minutos no paraíso... Ou seja lá onde for. – Eu disse, cruzando as pernas e os braços.
– Relaxa garota! – Ela disse, rindo, parecia um pouco tensa, mas logo ouvi a porta batendo e ela provavelmente indo ao banheiro.
Não demorou mais do que alguns poucos minutos para Ashley voltar.
– Pronto! – Ela disse, animada e não mais tensa. O que eu achei muito, muito estranho. – Preparada?
– Ahm... Claro... – Eu disse, sorrindo, tentando parecer animada e nada desconfiada.
Ashley me levantou e me guiou por um longo caminho. Eu não estava entendendo mais nada, para que andar tanto?
Continuamos andando por alguns minutinhos até que ela me fez subir uma escada, estava silêncio demais para o meu gosto.
Ah! Quer saber? Eu confio na Ashley... Seja lá o que ela estiver aprontando, sei que não vai me fazer nada de ruim...
Foi aí que ela tirou a minha venda e eu vi a minha escola inteira olhando para mim e eu, ali, em cima de um palco cheio de instrumentos.
WTF! Foi tudo o que eu pensei.
Eu pude ver tudo lentamente. Me virei, meu cabelo esvoaçou e eu vi uma bateria, uma guitarra com desenho de alvo, reconhecível até demais. Me virei novamente, agora para o outro lado, vendo Dan Kanter, o guitarrista de Bieber, entrando no palco e me cumprimentando com um aceno de longe.
– Você só pode estar de brincadeira comigo... – Eu sussurrei para mim mesma.
Olhei para os lados e não achei Ashley. Quando pensei em sair correndo dali era tarde demais. Começou a tocar Somebody to Love e logo eu ouvi o famoso “OH!” de Bieber, seguido por ele entrando no palco e uma gritaria enormemente histérica vindo da platéia.
For you I'd write a symphony!
(Por você eu escreveria uma sinfonia!)
I'd tell the violin
(Eu diria ao violino)
It's time to sink or swim
(Que é agora ou nunca)
Watchin' it play for yaaaa!
(Vendo ele tocar para você)
For you I'd be
(Por você eu seguiria)
Wohaaa
But in a thousand miles just get you where you are
(Mil milhas só para chegar onde você está) 
Step to the beat of my heart.
(Sigo o ritmo da batida do meu coração)
I don't need a whole lot
(Não preciso de muito)
But for you I need I
(Mas para você eu preciso)
I'd rather give you the world
(Eu preferia te dar o mundo todo)
Or we can share mine!
(Ou nós podemos dividir o meu)
I know I won't be the first one giving you all this attention
(Eu sei que não sou o primeiro a te dar toda essa atenção)
But Baby listen,
(Mas, baby, escute)
I just need somebody to love
(Eu só preciso de alguém para amar)
I-I
I don't need too much
(Eu não preciso de muito)
Just need Somebody to love.
(Só de alguém para amar)
Ele estava ali. Cantando. Dançando. Sorrindo.
Ele estava ali perto de mim, com a sua voz linda e seus passos precisos de danças cuja maioria dos passos foram ensinados por Usher, com certeza. Ele cantava Somebody to Love em um show particular na minha escola, enquanto eu ficava ali no palco com ele, na frente de todo mundo. Tudo era tão insano... Como se ele quisesse que todos vissem que sou importante para ele.
Quando ele se aproximava de mim, me dando aquele sorriso perfeito e me olhando com aqueles olhos maravilhosos, eu perdia o ar. Ele pegava na minha mão e entrelaçava com a sua, me puxando para perto e cantando especificamente para mim. Às vezes me girava, me fazia dançar, só por diversão. Eu não conseguia conter o sorriso e a felicidade que eu estava sentindo por ele ter feito aquela surpresa. Apesar de tudo, ele se importava, ele tinha feito aquilo para me impressionar. E cara! Tava dando certo.
A música continuou e eu cantava e dançava junto com ele, me divertindo como nunca. As risadas eram intermináveis, até que eu vi Usher e corri para abraçá-lo enquanto JB terminava de cantar a música.
– Você não tem jeito! Aposto que ajudou nele nisso tudo! – Eu disse, rindo e abraçando Usher.
– É, você me conhece bem... – Usher disse, rindo.
– Não cumprimenta mais os pobres? – Sean disse, rindo e abrindo os braços.
– Eenie Meenie! – Eu disse, correndo para abraçá-lo.
– Miney Mo! – Ele respondeu, enquanto me abraçava.
– Vocês são uns pilantras! – Eu disse, limpando os olhos por estar emocionada.
Foi quando Justin começou a cantar One Time. Eu comecei a rir e disse.
– Cara, o Ryan deveria estar aqui! – Eu disse, rindo e lembrando dos vídeos com o melhor amigo de Justin.
– Falando de mim? – Ryan apareceu.
Eu olhei para trás e dei um gritinho histérico, correndo para abraçá-lo também.
– E aí, Canadá! – Eu disse, rindo.
– E aí, Brasil! – Ele disse, rindo também.
– Estou tão feliz que esteja aqui! – Eu disse, sorrindo.
– É a nossa música, acho que deveríamos honrá-la! – Ryan disse, rindo.
– Eu também acho. – Eu disse, sorrindo e esfregando as mãos com o jeito de quem apronta.
Ryan e eu começamos a dançar junto com os dançarinos de Justin, mas do nosso jeitinho especial. Quando eu digo “jeitinho especial” quero dizer que nós dois estávamos parecendo dois malucos dançando que nem gazelas anestesiadas na primavera. Nossa, nem eu entendi essa minha descrição.
As outras músicas vieram e com elas, mais dancinhas engraçadas minhas, de Ryan, Ashley (que agora apareceu mesmo com medo de apanhar de mim), Usher e Sean.
As únicas duas músicas que eu acho que não fiquei me divertindo foi Baby – que eu fiquei dançando a coreografia exata junto com Justin e os dançarinos, para a surpresa dos meus colegas escolares – e One Less Lonely Girl, que finalmente conseguimos terminar a música com tudo o que eu tinha direito por ser uma Lonely Girl.
Eu fiquei sentada no meio do palco e ele cantou para mim, olhando nos meus olhos, profundamente. Ele cantava e sorria, acariciava meu rosto e eu até ganhei um buquê enorme de rosas vermelhas. Dancei junto com ele e no final dei um beijo em seu rosto.
Quando o show acabou, todos nós saímos do palco e fomos para um backstage improvisado do Justin enquanto ele não voltava para tirar foto com algumas fãs.
Eu saí na frente porque sabia exatamente o que aconteceria a seguir e sinceramente, eu não estava gostando da ideia.
Para confirmar minhas teorias, Justin me seguiu correndo.
– Julie! Espera! – Ele disse, pegando na minha mão e me fazendo virar e abraçar ele.
Eu sorri e retribui, estava com muita saudade daquele abraço, mas mesmo assim, todo aquele sonho não mudava a realidade dos nossos mundos diferentes.
Eu soltei ele um pouco e olhei nos seus olhos. Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e sorriu. Eu abaixei o olhar e suspirei.
– Algo errado? – Ele perguntou.
– Não... É que... – Eu tentei dizer.
– Diz... – Ele pegou no meu queixo e me fez olhar para ele.
– Justin... Isso tudo foi lindo... Sério... Mais do que eu poderia imaginar... – Eu disse, acariciando o rosto dele com a ponta dos dedos. – Mas... Achou mesmo que vir aqui e fazer um show para mim fosse concertar tudo e nos livrar da realidade?
– Ér... Sim? – Ele disse. Eu franzi a testa e revirei os olhos. – Não! Não! De jeito nenhum, nem pensei nisso, nunca...
– Então entende que eu realmente adorei a surpresa, mas ainda me sinto insegura em relação a nós não entende? – Eu disse, olhando nos olhos dele.
– Sim... – Ele suspirou, parecendo chateado. – Eu quis evitar, durante esses dias, a realidade. Pensei que se eu te fizesse uma homenagem ou algo assim tudo iria voltar ao normal... Mas Julie, eu estou tentando, de verdade!
– Precisa fazer mais do que apenas uma homenagem, Justin... – Eu disse, suspirando.
– O que eu preciso fazer? O que você quer de mim? – Ele perguntou, em um tom de súplica.
– Como assim o que eu quero de você? – Me ofendi com a pergunta.
– É... Por que parece que tudo o que eu faço nunca é o bastante. – Ele disse.
– Ah... – Eu abri a boca, sem acreditar no que eu estava ouvindo. – Não acredito que disse isso de mim... Praticamente me chamando de ingrata...
– O que? Não! Eu não quis dizer isso... – Ele disse, em tom de súplica novamente.
– Quis sim... – Eu disse, balançando a cabeça negativamente. – Se me quer de volta, vai ter que fazer melhor do que um show na minha escola.
– O que você quer? Uma jóia? – Ele disse. Eu cheguei ao cúmulo da indignação.
– Acha que eu estou com você por dinheiro? Por benefícios? – Eu disse, sem acreditar o que ele estava me dizendo. – Não acredito que me disse uma coisa dessas!
– Julie eu não sei o que fazer! – Ele disse, colocando as mãos na cabeça.
– Achei que me conhecesse melhor... – Eu disse, balançando a cabeça negativamente e dando passos para trás. Logo me virei e saí de perto dele.
– JULIE! – Ele gritou. Eu parei. – Não vai...
– Por quê? – Eu disse, me virando e olhando para ele. – Melhor eu ir, Justin, você já fez demais por hoje...
Eu disse, com os olhos cheios de lágrimas e uma voz chorosa. Meu coração estava partido.
Saí correndo dali, fui para a sala, peguei a minha bolsa e saí da escola, dizendo à inspetora que estava passando mal. Peguei um taxi e fui para casa.
Quando cheguei, para melhorar, todos já tinham ido embora. Sem despedidas. O dia não poderia ficar melhor. Suspirei de raiva e subi para o meu quarto, jogando minha bolsa em uma cadeira e me sentando na cama, abraçando o meu ursinho e começando então, a me permitir a chorar.
As lágrimas deslizavam pelo meu rosto sem pudor algum. Não cessavam, de maneira alguma. Eu sentia um aperto enorme no coração, como se um buraco estivesse se abrindo ali.
As palavras dele eram praticamente gritadas na minha mente e o meu choro aumentava ainda mais. Cheguei a ficar trêmula, cansada e quanto mais eu limpava o meu rosto mais as lágrimas caiam.
Fiquei o resto do dia chorando, sem me cansar. Até que chegou uma hora que eu desisti.
As lágrimas deveriam ter acabado, era a única resposta. Fui tomar um banho para tentar relaxar, mas não consegui. Aquela situação não saia da minha cabeça de jeito nenhum.
Ao sair do banho, me enrolei em uma toalha e depois no meu robe de banho, deslizei a mão pelo espelho, para limpá-lo do vapor e poder pentear o meu cabelo.
Não gostei do que vi. Eu estava com uma feição realmente triste, e por me ver assim, acabei ficando pior.
Eu e Justin sempre fomos melhores amigos, sempre compartilhávamos segredos e opiniões um com o outro. Nos conhecíamos muito bem, mas claro que ainda tinha muito para ser descoberto. Desde o primeiro dia que eu comecei a conhecê-lo melhor, cada descoberta era uma vitória, uma conquista, um pedacinho a mais no quebra cabeça.
Eu gostava das nossas conversas, dos nossos momentos. Eram únicos e eu nunca senti o que sinto com ele com mais ninguém.
Talvez fosse isso. Talvez nós tenhamos sido feitos apenas para sermos amigos.
Mas para isso, eu queria esclarecer tudo. Os sentimentos teriam que ser revelados e tudo teria que ser resolvido.
E eu não queria ficar sem ele.
Saí do banheiro, indo diretamente ao meu closet. Como meu quarto é quente, resolvi colocar um vestido curto, só para ficar confortável. Peguei um vestido meu de bolinhas branco e preto, com alcinha e um cinto fino abaixo dos seios. Abaixo dos seios ele caia solto, com um segundo pano um pouco maior por baixo em xadrez clarinho. Coloquei uma sapatilha preta com um elástico um pouco grosso em cima e desci para a cozinha para pegar um pouco de suco.
No dia anterior eu tinha dito ao meu pai que não tinha nada demais em ficar sozinha por um fim de semana e que eu provavelmente chamaria Ashley para ficar comigo. Hoje, eles fazem muita falta e eu realmente não quero falar com ninguém da escola.
Peguei o suco e voltei para o meu quarto para assistir um pouco de televisão. Tomei enquanto assistia a um programa qualquer, me cansando facilmente e depois me deitando na cama para ver se conseguia dormir um pouco. É, dormir pode ser o melhor para mim nesse momento.
Consegui descansar um pouco, sem sonhos. Porém, o meu único momento de paz naquele fim de tarde foi interrompido por batidinhas constantes na janela do meu quarto. Como se estivessem atacando pedrinhas...
Abri meus olhos e percebi que estava chovendo, pensei inicialmente que o tal barulho poderia ser por causa da chuva, mas desisti quando o barulho começou a ficar muito constante.
Estava chovendo muito, literalmente uma tempestade.
Me levantei e puxei um pouco a cortina do meu quarto, para ver o que estava acontecendo.
Meu queixo caiu com a visão que eu tive.
Lá em baixo, na frente da minha casa, atacando pedrinhas do meu jardim na minha janela estava ele, Justin Bieber, no meio da tempestade.
– Ele só pode ter enlouquecido. – Eu disse, balançando a cabeça e colocando a mão na testa.
Me assustei com as pedrinhas que atacaram minha janela mais uma vez. Suspirei e saí correndo pela casa, procurando um guarda-chuva.
Não achei nenhum para a nossa sorte. De qualquer maneira eu tinha que tirar ele da chuva. Desci as escadas e abri a porta rapidamente, gritando em sequência.
– O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? ESTÁ CHOVENDO, JUSTIN! VOCÊ VAI FICAR DOENTE! – Eu gritei, preocupada.
– EU NÃO VOU SAIR DAQUI ATÉ VOCÊ ME ESCUTAR, JULIE! – Ele berrou em resposta.
Suspirei e coloquei as mãos no cabelo, sem saber o que fazer. Eu não poderia deixar ele ali. Não consegui resistir e corri até ele, começando a ficar completamente molhada, assim como ele.
– NÃO TENHO MAIS NADA PARA ESCUTAR, JUSTIN! – Eu disse, mesmo estando perto, a chuva e os trovões faziam com que tivéssemos dificuldade de nos ouvir.
– VOCÊ TEM SIM! – Ele disse, pegando nos meus braços e me fazendo ficar próxima dele. – JULIE EU SINTO MUITO PELO QUE EU DISSE... EU NÃO QUERIA TER DITO AQUILO, EU TE CONHEÇO, SEI QUE NÃO ESTÁ COMIGO POR INTERESSE.
– NÃO FOI O QUE PARECEU! – Eu disse, me soltando dele, as lágrimas já fazendo menção de aparecer.
– ESTOU SENDO SINCERO! – Ele disse, jogando o cabelo molhado para o lado. Eu conseguia ver as gotas de chuva contornarem a pele perfeita dele. – POR FAVOR, ME ESCUTE.
– ESTOU AQUI, JUSTIN... – Eu disse, olhando para ele. Eu olhava em seus olhos com um pouco de incredulidade e tristeza ao mesmo tempo.
– EU SÓ PRECISO SABER O QUE VOCÊ QUER DE MIM... EU JURO QUE EU FAÇO. – Ele disse. Eu fechei os olhos e coloquei as mãos no cabelo novamente.
– NÃO SOU EU QUE TENHO QUE TE DIZER O QUE FAZER... VOCÊ FAZ O QUE ACHA CERTO! – Eu disse, mordendo o lábio e tentando não chorar.
– EU NÃO SEI! EU QUERO FAZER TUDO POR VOCÊ, EU JURO QUE QUERO, MAS EU NÃO SEI ADIVINHAR O QUE VOCÊ PENSA... – Ele disse. Eu desviei o olhar, mordendo o lábio e tentando com todas as minhas forças não chorar.
– NÃO TEM O QUE ADIVINHAR! É SÓ VOCÊ VER COMO ESTAMOS QUE DÁ PARA PERCEBER... VOCÊ FICOU UM MÊS EM OUTRO CONTINENTE, JUSTIN! EU TENHO CERTEZA QUE VOCÊ MAL PENSOU NA MINHA SITUAÇÃO. EU ENTENDO QUE VOCÊ TEM A SUA CARREIRA E A SUA VIDA, MAS EU TAMBÉM TENHO A MINHA... E NA MINHA EU QUERO QUE VOCÊ FAÇA PARTE DELA. – Eu disse, sem conseguir mais conter as lágrimas.
– EU QUERO ESTAR COM VOCÊ JULIE... MAS COMO QUER QUE EU SAIBA O QUE FAZER? – Ele disse, acariciando o meu rosto.
– EU QUERO QUE VOCÊ ESTEJA COMIGO... REALMENTE COMIGO. NÃO QUERO SER APENAS UMA HISTÓRIA PASSAGEIRA NA SUA VIDA. QUERO QUE O QUE TEMOS SEJA REAL. EU ME SINTO TÃO INSEGURA, COMO SE EU ESTIVESSE A UM EMPURRÃO DE CAIR E ME MACHUCAR. EU PRECISO DE VOCÊ... E EU PRECISO QUE VOCÊ LUTE POR MIM! – Eu disse, gritando com todas as minhas forças e em meio a muitas lágrimas. Meu coração doía e eu tremia, não só pelo frio, mas por tristeza também. – EU PRECISO TER CERTEZA DE QUE VOCÊ ME QUER, CERTEZA DO QUE VOCÊ SENTE... EU JÁ PERDI UMA PESSOA QUE AMAVA MUITO UMA VEZ... NÃO SEI SE VOU CONSEGUIR SUPORTAR ISSO DE NOVO.
Eu fiz uma pausa para respirar e continuei.
– DEPOIS QUE A MINHA MÃE MORREU, EU PENSEI QUE JAMAIS ME SENTIRIA SEGURA E FELIZ NOVAMENTE. O MUNDO TINHA ACABADO PARA MIM, ATÉ EU TE CONHECER. VOCÊ FOI A MELHOR COISA QUE ACONTECEU PARA MIM E EU SIMPLESMENTE NÃO AGUENTARIA TE PERDER... E CARA, TEM TANTAS COISAS QUE PODEM FAZER VOCÊ ME DEIXAR, E EU FICO COM TANTO MEDO! – Eu dizia para ele enquanto chorava, minha voz estava trêmula e chorosa. Logo parei de gritar. – Eu nunca acreditei em contos de fada... Nunca acreditei em príncipes encantados de verdade... Eu gostava, assistia aos filmes, mas sempre pensei que isso nunca iria acontecer comigo. Mas aconteceu... Eu consegui o meu próprio príncipe encantado e ele está bem aqui à minha frente. Mas é como dizem... Não existe final feliz.
Eu não estava aguentando mais aquela situação. Meu coração estava completamente partido e não havia nada que eu pudesse fazer. Eu já tinha feito tudo que estava ao meu alcance. Não queria mais ficar ali, eu estava ficando a cada segundo mais ferida.
– Me desculpe por fazer você perder o seu tempo. – Eu tentei sorrir, mas não consegui, virei o rosto e saí andando em direção à minha casa.
É, acabou. Talvez seja melhor assim.
Olhei para a porta da minha casa cada vez mais próxima e a cada segundo que eu me aproximava, mais eu queria que ela estivesse longe de mim.
Porém, fui surpreendida por Justin. Ele pegou a minha mão, fazendo eu me virar e me puxou para ele em um movimento rápido. Após me puxar para ele, ele pegou no meu rosto e me beijou. Me beijou como nunca, como se não nos víssemos há anos. Me beijou como se nada mais no mundo importasse. Me beijou com sentimento, com paixão, com intensidade.
Ele tocou seus lábios macios nos meus, selando uma paixão que era mais intensa do que nós dois um dia percebemos. Uma paixão que não tínhamos controle, simplesmente estava lá, nos possuindo e nos mantendo vivos somente para que ela exista.
Eu sentia o toque do polegar dele ao acariciar o meu rosto. Porém, depois de um tempo ele parou o beijo e me olhou nos olhos.
– Finais felizes existem sim, Julie... E nós estamos tendo o nosso. – Ele disse, sorrindo para mim. – Eu amo você, Julie.
Eu fiquei sem palavras, meu queixo caiu e eu soltei um suspiro leve. Estava paralisada.
Ele... Ele realmente disse que me ama?
Tudo o que eu fiz foi sorrir. Sorrir e pegar no rosto dele e beijá-lo mais uma vez. O beijei com a intenção de demonstrar a ele como eu estava feliz por ouvir aquelas três palavras.
Três palavras. Nove letras. Tudo o que eu precisava ouvir.
Ao parar de beijá-lo, encostei minha testa na dele e sorrindo, sussurrei:
– Eu também amo você. – Eu disse. – Sempre e para sempre.
Ele sorriu de volta para mim, me puxando para ele, me abraçando, me tirando do chão e me girando no ar. Um gritinho saiu da minha boca, logo depois risadas.
Entrelacei a minha mão com a dele e corri para dentro de casa, afinal, chega de chuva por hoje. Entramos dentro da minha casa e eu fechei a porta. Justin me virou e me encostou na mesma, pegando na minha nuca e voltando a me beijar. Parecia insanidade, mas depois de tanto tempo sem tocá-lo, naquele momento parecia tudo o que deveríamos fazer.
Seus lábios tocavam os meus, sua língua a minha. Suas mãos deslizavam pela pele do meu braço e as minhas acariciavam o seu rosto. Depois de um tempo, para provocá-lo, parei o beijo e mordi meu próprio lábio.
– Vamos... Quero ver se você consegue me pegar! – Eu disse, rindo e saindo correndo dele, subindo as escadas e indo em direção ao meu quarto. Soltei um gritinho em meio as risadas quando percebi que ele conseguiria me pegar.
Corri o mais rápido que pude para chegar no meu quarto, porém foi em vão, antes que eu alcançasse a porta ele conseguiu me pegar e me puxou para ele, me colocando em seu ombro propositalmente e me deixando sem poder andar.
– Me soooolta! – Eu disse, dando tapas nas costas dele. – JUSTIN!
Eu não conseguia ficar brava com ele, nós dois estávamos rindo demais. Ele me levou até o meu quarto e entrou nele, ainda me levando em seu ombro. Ao chegar perto de minha cama, me colocou ali. Propositalmente eu o puxei para junto, fazendo-o cair na cama também, em cima de mim, mais especificamente.
– Heeey... – Ele disse, rindo de mim por tê-lo puxado.
– Você é um bobo! – Eu disse, acariciando o cabelo molhado dele.
– Eu? Tem certeza? – Ele disse, rindo e roçando o nariz no meu, em um ato muito fofo.
– Sim, tenho sim... Mas por conviver com você eu acabo pegando... Sabe como é, Bobice de Bieber é contagioso... – Eu disse, dando um selinho nele e sorrindo.
– Boom saber! – Ele disse, rindo.
Ele riu e se jogou no meu lado na cama. Foi então que eu percebi que ainda estávamos molhados e poderíamos ficar doentes por causa disso.
– Hey, precisamos nos trocar... Não estou a fim de pegar uma pneumonia. – Eu disse, me levantando e indo até o closet. – Você tem sorte de que eu sempre roubei umas roupas suas para ficar aqui comigo, se não, teria que usar um vestido meu.
– Olha só... Nunca pensei que ficaria agradecido por alguém roubar as minhas roupas. – Ele disse, rindo.
– Eu sei, adoro a minha eficiência... – Eu disse, do closet.
– Eficiência para crime organizado? – Ele disse, rindo.
– Também... – Eu disse, rindo.
Logo voltei com uma roupa para mim e as roupas dele para que ele também se trocasse. Coloquei-as na cama ao lado dele e peguei suas mãos, puxando-o para que ele se levantasse.
– Vaamos, Bieber. – Eu disse, enquanto puxava ele e o fazia ficar de pé na minha frente.
– Sem pressa amor... – Ele disse, me abraçando. Retribui o abraço e encostei minha cabeça no seu ombro.
– É tão bom te ter aqui... – Eu disse, enquanto acariciava o tórax dele.
– Eu digo o mesmo, meu amor... – Ele disse, me dando um selinho logo depois.
Eu sorri para ele e acariciei o seu rosto. Logo depois um trovão muito alto soou, me assustando muito e me fazendo dar um gritinho e colocar a mão na boca. Justin ficou me encarando com uma sobrancelha levantada, confuso.
– Isso foi a coisa mais fofa que eu já vi na minha vida... – Ele disse, começando a gargalhar e me abraçando de novo.
– Não tem graça! – Eu disse, beliscando ele.
– Ooouch! – Ele disse, rindo.
Foi aí que tudo ficou escuro e dessa vez nem foi porque eu tinha desmaiado. A luz acabou. Óóótimo.
– Viu, isso é um sinal para nunca mais me violentar! – Ele disse, rindo.
– Eu te belisquei! – Eu disse, rindo e bagunçando o cabelo dele.
– Me violentou! – Ele disse, rindo, me fazendo virar e me abraçando por trás. – Vamos, temos que procurar algumas velas...
Sorri com o abraço e fui com ele até a despensa da casa, tudo o que achamos foram algumas velas perfumadas que a minha avó guardava ali. Fiz ele carregar tudo enquanto eu segurava a lanterna e o acendedor de velas. Ao chegar no meu quarto, colocamos as velas em lugares estratégicos e seguros, claro, tudo que eu menos queria era um incêndio na minha casa.
Acendi todas as velas e quando olhei como tudo ficou lindo. Meu quarto estava à luz de velas e eu estava com o meu namorado, Justin Bieber, sozinha em um fim de semana chuvoso.
Não poderia ficar mais romântico. E eu não poderia ficar mais feliz.
Depois que olhei as velas, fui puxada por Justin para ficar mais perto dele. Envolvi meus braços em seu pescoço e ele me abraçou pela cintura. Olhei aqueles olhos castanho-claros, que ficaram ainda mais claros por causa da iluminação, tão lindos e hipnotizantes. Levei minhas mãos para o rosto dele e acariciei sua pele perfeita.
– Diz de novo... – Eu disse.
– Eu te amo. – Ele disse, sem nem precisar perguntar.
Eu sorri e o beijei delicadamente, enquanto acariciava o seu rosto. Após o término do beijo, insisti sobre ele trocar de roupa.
– Amor... Se ficar doente não vai poder cantar... – Eu disse, fazendo beicinho.
– Hmm... Como eu posso resistir a você? – Ele disse, sorrindo. – Ok, com uma condição.
– Que condição? – Eu disse, sorrindo de leve.
– Vai ter que me ajudar. – Ele disse, enquanto acariciava meu rosto.
– Hmm... Mimadinho. – Eu sorri e comecei a desabotoar sua camisa, tirando-a logo em seguida e colocando em uma cadeira próxima, para que secasse. Ajudei ele também a tirar a blusa branca de manga comprida que ele usava por baixo, que também estava super molhada. Ele levantou os braços e eu tirei.
A visão do abdômen dele me fez ficar paralisada por alguns segundos. Justin nunca foi um Taylor Lautner com seus músculos contáveis. Não, ele é diferente, único como sempre. Mesmo não tendo tanquinho, braços extremamente fortes e músculos definidos, mesmo assim, ele tem um corpo lindo, normal, real e ao mesmo tempo sexy.
Quando fui pegar a outra blusa para ele colocar, ele me impediu. Pegou a minha mão e entrelaçou com a sua, me fez dar um giro e ficar de costas para ele.
– Minha vez de te ajudar. – Ele sussurrou e deu um beijo na minha cabeça.
Suas mãos foram aos meus ombros, deslizando lentamente por eles e fazendo a alça do meu vestido cair. Ele não parou, deslizou as mãos pelo resto do meu braço até entrelaçar novamente suas mãos com as minhas e me abraçar por trás. Eu virei meu rosto um pouco para o lado para tentar olhá-lo e ele sussurrou no meu ouvido.
– Você não faz ideia de como eu senti a sua falta. – Ele disse.
Eu fechei os olhos ao ouvir suas palavras. Meu coração batia depressa, minha respiração acelerava aos poucos. Eu não acreditava que ele finalmente estava ali comigo.
Ele me soltou do abraço e colocou o meu cabelo completamente para frente. Suas mãos foram para o zíper do meu vestido, abrindo ele cautelosamente, como se esperasse alguma rejeição vindo de mim. Nada aconteceu, ele continuou. Naquele momento, a gravidade virou poesia. Meu vestido foi de encontro ao chão, eu o olhei ali, levantei uma perna e depois a outra, para tirá-lo de perto de mim. Ele voltou a me abraçar, segurando dessa vez na minha cintura. Beijou meu ombro carinhosamente, me fazendo ficar arrepiada.
Por algum motivo, minha inexperiência nada impressionante com relação a namorados não atrapalhou aquele momento. O toque de peles parecia ser perfeito, a ocasião parecia perfeita. Ele era perfeito. O que eu sentia era perfeito. Eu não me importava com a pouca quantidade de roupa de ambos, não me importava no que poderia ou não acontecer. Tudo o que eu me importava era o meu amor por ele.
Me virei para Justin, agora, tão próxima dele que eu quase poderia sentir nossos corações batendo, acelerados e em sincronia. Me aproximei e dei um beijo no rosto dele, me afastando um pouco, o bastante para ficar dessa vez próxima de seus lábios. Ele se aproximou e tocamos nossos lábios mais uma vez.
Dessa vez, foi diferente. Não havia mais preocupações, não havia mais inseguranças. As lágrimas não iriam mais aparecer e não havia mais um coração partido. Tudo o que havia ali, naquela noite, eram beijos apaixonados, toques delicados e sentimentos aprofundados. Tudo se resumindo, no fim, por apenas uma palavra: Amor. O mundo havia parado.
Foi exatamente naquele momento em que nós percebemos que não viveríamos sem o outro.
Os toques foram se intensificando, sem deixar que a sutileza do momento seja esquecida. O desejo se unia ao amor e juntos, faziam aquela noite ser a mais inesquecível de todas.
Justin me deitou em minha cama, ficando em cima de mim, me aquecendo enquanto me beijava, me tocava, fazia eu me sentir amada.
Nos unimos completamente, sem nem pensar duas vezes. Aquilo era exatamente o que queríamos: a certeza de que ficaríamos juntos para sempre.
E o momento era pura poesia.
Nos meus sonhos, eu nunca havia se quer pensado em algo dessa maneira. Pois é, eu posso confirmar que a vida pode ser mais surpreendente do que se pode imaginar.
Os toques só cessaram quando nós nos fizemos por satisfeitos, quando sentimos finalmente que nada poderia nos separar.
Depois de uma noite inesquecível como essa, acabamos dormindo, juntos, abraçados. Afirmando inconscientemente de que um era feito para o outro.
Aquela foi a melhor noite da minha vida e nos meus sonhos, eu o via, comigo, sempre comigo.
Acordei mais tranquila do que jamais estive, com mais segurança e felicidade do que jamais senti.
Acordei antes dele, fiquei feliz por isso, pois tive a oportunidade de vê-lo dormir. Ele fica ainda mais lindo quando dorme, parece um anjo, tão tranquilo, tão amável.
Me levantei lentamente e coloquei uma roupa qualquer, aproveitando que naquele fim de semana eu estava sozinha em casa, literalmente, fui até a cozinha e preparei um ótimo café da manhã para nós dois. O momento pedia isso.
Levei tudo em uma bandeja e subi as escadas com ela, com o maior cuidado, claro. Coloquei em uma mesinha ao lado da cama e me deitei para acordá-lo.
Dei-lhe um beijo no rosto e fiquei acariciando o seu rosto.
– Amor... – Continuei fazendo carinho nele. – Acorda...
– Hmm... – Ele resmungou, eu sorri. – Eu gosto quando você me acorda assim...
– Que bom... – Eu disse, acariciando o cabelo dele.
– Pelo menos não me fez cair da cama. – Ele me disse, sorrindo, ainda de olhos fechados.
– Uhmm, bobo... – Eu disse, dando um selinho nele. – Anda, eu trouxe nosso café da manhã.
Ele se levantou aos poucos, se espreguiçando e bocejando várias vezes. Peguei a bandeja especial e coloquei na cama.
– Hmm... Que ótima forma de acordar, vou me acostumar com isso. – Ele disse, sorrindo e acariciando meu rosto.
– Pode se acostumar... – Eu disse, colocando minha mão sob a dele e dando um beijo na dele.
– Uhmm... Parou de chover. – Ele disse, olhando para trás e abrindo um pouco a janela para olhar. Logo olhou para a minha outra mesinha de cabeceira e viu dois envelopes roxos ali. – O que é isso?
– Oh my God! – Eu disse, colocando a mão na boca. – Não é nada!
– É sim! – Ele disse, rindo e pegando o envelope, abrindo e olhando o que tinha dentro.
– Para de fuçar as coisas alheias, Bieber! – Eu disse, rindo e tentando pegar o envelope dele.
– Hmm... Olha sóó... Atlanta High School cordialmente lhe convida para o Baile de Inverno. – Ele disse, lendo o que estava no cartão. – Você vai ter um baile?
– Hmm... Yeap, na verdade a escola vai... Eu estou organizando com a Ashley. – Eu disse.
– Como assim a escola vai? – Ele me perguntou, confuso.
– Eu não estava pensando em ir... – Eu disse, dando de ombros.
– Como assim pensando em não ir? – Ele disse, arregalando os olhos, incrédulo.
– Ah... É só um baile... – Eu disse.
– Não, Julie, não é só um baile... É o Baile de Inverno da sua escola... Você tem que ir... – Ele me disse, quase me convencendo.
– Mas eu não preparei nada... Roupa, nada... – Eu disse.
– Quando que é? – Ele disse, olhando o cartão.
– Semana que vem. – Eu respondi.
– Ainda dá tempo! – Ele disse. – Qual é Julie, um baile é uma experiência muito importante, acredite...
– Eu não sei... – Eu disse, pensativa.
Ele pegou na minha mão e deu um beijo, logo olhou nos meus olhos e disse:
– Julie, quer ir ao Baile de Inverno comigo? – Ele disse, me dando aquele sorriso lindo.
Mais uma vez, eu fiquei sem ação. Logo acabei rindo e balançando a cabeça.
– Claro! – Eu disse, sorrindo e dando um beijo nele.
Eu não poderia acreditar em como tudo estava se ajeitando, tudo no seu devido lugar. Naquele mesmo dia, começou a nevar. Sim, eu fiz guerras de neve, montei um boneco com cachecol e uma cenoura. Tudo ao lado dele, Justin Bieber, o amor da minha vida.
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Beliebers! Como ta a Bieber Fever agora? *o*
Haha, consegui uma internet meia boca aqui e vamos seguindo com o blog.
Beeeijããos , Ananda.