segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

13º Capítulo - That should be me...



Eu poderia facilmente imaginar...
E tudo em câmera lenta.
O primeiro a entrar no meu quarto seria, obviamente, Justin. Ele abriria a porta, afinal, tem a chave do quarto de hotel, e andaria tranquilamente para dentro do aposento. Quatro ou cinco passos até que ele olhasse as portas abertas, que dividia o quarto da sala, e visse a cama completamente arrumada e sem sinal de que havia um hóspede ali. Confuso, ele jogaria o cabelo e me procuraria no banheiro, pegaria o celular e tentaria me ligar enquanto saía do banheiro e ia para a sala, chegando então perto da escrivaninha e vendo três envelopes. Sua boca abriria em uma feição de incredulidade e ele tomaria impulso para correr, sairia do quarto e correria, não para o hall, porque esperto como o mesmo é, saberia que não me encontraria ali e por me conhecer tão bem, saberia também que eu estaria provavelmente já dentro de um avião. Ele correria para o quarto de Usher, não para ver se eu estava lá e sim para avisá-lo. Ele bateria na porta do quarto e Usher não demoraria a abrir. Meu garoto talentoso não pediria licença para entrar no quarto, simplesmente entraria, sentindo-se desesperado. Ele colocaria as duas mãos na cabeça, mãos que estariam entrelaçadas em cima de seu cabelo. Ele olharia para o teto, tentando conter a tristeza que insistia em deixar seus olhos molhados por mais que ele se recusasse a aceitar o fato. Usher estaria confuso, Scooter entraria no quarto logo em seguida para ver o que estava acontecendo e qual era o motivo de tanta correria.
– Ela foi embora. – Seria tudo o que ele diria.
Usher e Scooter se entreolhariam, como sempre fazem, procurando respostas e palavras no olhar um do outro. Ambos abaixariam a cabeça por um momento, refletindo sobre a situação.
– Ela não está no restaurante? – Usher perguntaria.
– Não, não há malas, não há sinal nem de que ela esteve um dia ali, a não ser os bilhetes que ela deixou... – Justin diria, agora, de olhos fechados. Ele engoliria seco, como sempre faz em uma situação de stress.
– E onde estão? – Scooter perguntaria, olhando as mãos de Justin e não encontrando lá, minhas três cartas.
– No quarto. Eu... Não consegui pegar... – Ele diria, se sentando.
Usher olharia para Scooter e o mesmo entenderia de imediato, saindo do quarto e indo para o que eu estava, pegando então, as cartas e levando ao quarto de Usher.
– São três cartas... Uma para mim, uma para Usher e uma para você, Bieber. – Scooter diria, olhando as três cartas.
Justin olharia para os três envelopes e não teria uma reação. Scooter que teria que se aproximar para entregar a ele.
– Melhor você ler primeiro cara... - Scooter diria, por respeito ao amigo.
– Está bem... – Justin não conseguiria conter a curiosidade e abriria a minha carta.
– O que está havendo? – Pattie provavelmente apareceria. Porém, não dariam tanta atenção a ela nesse momento.
Justin pegaria o papel em que eu escrevi e então leria:
Querido príncipe encantado,
Deixei sua carta por último, mesmo sabendo que seria a primeira a ser lida. Talvez porque eu tinha que encontrar coragem para fazer isso. Talvez porque eu realmente não quisesse, mas precisasse.
Depois de tanto tempo decidindo como eu começaria, as únicas palavras que apareciam na minha cabeça eram: Por favor, não me odeie por isso.
Todo esse tempo em que estivemos separados e em que o único meio de eu realmente poder te ver era a televisão, já que você não tinha tempo para me ligar nem nada parecido, me fez entender uma coisa. Querendo ou não, Justin, nós somos de mundos diferentes. Querendo ou não, esse mundo que antes eu julgava ser um só, é composto de vários, realmente vários mundos.
Você é uma celebridade. Não o julgo por isso, muito ao contrário, acho que você é a pessoa que mais merece todo o reconhecimento que tem do que qualquer outro. Você é talentoso, é educado, gentil e engraçado, merece muito mais do que já tem.
Quando eu penso em você, a primeira pergunta que me vêm à mente é: Quem sou eu? Quem sou eu perto dele? Eu posso ser tudo para você, mas isso realmente parece não ser o suficiente. Sou uma garota normal, Justin, por mais que às vezes nós nos esqueçamos disso por conta de tantas viagens e acontecimentos. Sou uma garota normal, com uma vida normal. Uma garota normal sortuda, eu diria.
Eu tive uma chance e a aproveitei. Fiz um sonho se tornar realidade.
Eu posso ser uma garota normal, mas todos têm de reconhecer que além de sortuda, sou uma sonhadora e uma lutadora.
Sonhei com você, em te conhecer, como todas as outras fãs do mundo. Não sou diferente delas, a única coisa que me difere é que eu fui a “escolhida” para ter a oportunidade de te conhecer e estar com você, representando todas elas.
Sei que fiz muitas coisas que milhares de garotas gostariam de fazer. Sei que passei momentos com você que muitas garotas se matariam para passar. Eu não as esnobo ou as inferiorizo, eu as reconheço. Reconheço porque eu já fui uma delas.
Hoje, sou sua namorada. Essas três palavras soam como doce aos meus ouvidos e também ficam magníficas no papel. Sei que estamos hoje onde estamos por conta de tudo que passamos. Nossos momentos foram únicos e eu não me arrependo de nada.
Você me conquistou ao me mostrar quem você é e não quem a mídia quer que você seja.
Eu te conheço e eu te enxergo, Justin. Sei quem você é.
E você me conhece.
Isso que nos faz ter esse sentimento lindo que temos. Um amor misturado com amizade, uma coisa que só poucos conseguem, nós conseguimos.
E é por isso que eu, uma mera mortal, não consigo ficar longe de você.
Podem me julgar como quiser, isso é insuportável. Eu preciso de você mais do que imaginava que precisava, você me deixa feliz, me faz sonhar, me faz sorrir. Você me completa, me faz querer fazer loucuras, assim como fiz nesse final de semana.
Eu não posso ficar longe de você, isso é um fato. Queria que pudesse, pois assim tudo seria realmente mais fácil. Mas o que eu posso fazer? Eu sou completamente e irrevogavelmente apaixonada por você, garoto dos olhos de mel.
E é por eu gostar tanto de você que eu tenho que fazer o que estou fazendo. Nós precisamos de tempo para achar uma solução para essa loucura. Talvez você não esteja vendo o quão longe estamos um do outro, mesmo ontem quando estávamos bem perto.
Eu quero que saiba que o que estou fazendo não significa um término, e sim, um novo começo. Um começo agora, na realidade.
Não pense que eu quero que você mude a sua vida por mim, não, quero apenas que entenda que eu não vivo sem você. Entenda, literalmente.
Você nunca estará sozinho, por mais que a distância nos separe, sabe que estou no seu coração e você no meu, mesmo que isso não pareça o suficiente comparando ao que eu sinto por você.
Minhas palavras podem parecer insanas para qualquer outro que as ler, porém, sei que você vai entender. Never let me go, Justin, never let me go.
E como você mesmo diz: As long as you’re with me baby, honestly, with the strenght of our love, we can go nowhere but up.
Chegou a hora de lutar pelo nosso amor.
Nunca se esqueça que eu estou com você, sempre.
Com amor,
Julie Evans.
A carta que eu fiz para ele era a maior, porém, pequena em relação aos meus sentimentos. Ele é tudo para mim, literalmente tudo. Agora, a razão disso tudo? A razão foi que eu me peguei pensando que o beijo da Jasmine quase acabou com tudo, algo tão ridículo, diga-se de passagem, quase comprometeu tudo o que nós dois sentimos, tudo o que criamos, tudo o que passamos. Nosso amor não poderia ser tão vulnerável assim, não poderia ter deslizes por qualquer coisa, teria que ser forte. Eu não poderia perder o amor da minha vida.
Não conseguia pensar em que tipo de reação ele teria, não queria deixá-lo triste ou chateado, queria que ele apenas entendesse o que a realidade me fez entender à força antes que a mesma coisa acontecesse com ele.
Por que tudo tinha que ser tão difícil?
Logo me peguei pensando que ele provavelmente leria a carta, deixaria no sofá e iria para a varanda do hotel respirar um pouco. Agora eu pensava qual seria a reação do Usher ao ler a carta que eu fiz.
Querido irmão mais velho,
Ou eu deveria dizer, Yo Usher? Bom, de um jeito ou de outro, você sabe o quanto é especial para mim, sem comparações, definitivamente.
Você é uma das pessoas mais importantes na minha vida e que eu jamais saberia viver sem. Você é um anjo, Usher, um anjo na minha vida. Eu nunca conseguiria agradecer à Deus pela oportunidade que ele me deu de poder te conhecer e ver essa pessoa linda que você é.
Sou uma garota muito sortuda por ter você na minha vida, essa é uma das minhas únicas certezas.
Quero que saiba que considero você meu irmão mais velho, uma pessoa que eu sei que posso confiar e que vai estar comigo sempre que eu precisar.
Quero também que saiba que eu faria a mesma coisa por você, sempre. Por que você merece, muito.
Espero que entenda o motivo pelo qual eu estou fazendo o que fiz.
Preciso da sua ajuda mais do que nunca, pois só você sabe como eu realmente me sinto à esse little man que nós dois tanto gostamos.
Fique ao lado dele nesse momento ok? Sei que não vai ser algo fácil de se lidar e que ele só escutaria você e o Scooter.
Obrigada por tudo Usher, por tudo mesmo.
Amo você, irmão mais velho, de verdade.
Espero que possamos nos ver logo, não consigo ficar muito tempo longe de você também!
Da sua pequena, como você mesmo diz,
Um beijo e fica com Deus.
Amo você, nunca se esqueça.
Eu não sabia realmente descrever o enorme amor e carinho fraternal que eu tinha por Usher. Eu me sentia segura quando estava perto dele porque sabia que ele estaria do meu lado caso qualquer coisa acontecesse. Porém, eu não poderia fazer ele escolher entre mim e Justin, claro que não. Mais um motivo para eu fazer toda essa loucura.
Eu suspirava só de pensar em toda a saudade que eu tinha deles. Eu tinha visto eles há menos de um dia e mesmo assim, nada havia mudado. A mesma saudade prevalecia.
Eu só queria que toda essa tempestade passasse, que tudo finalmente acabasse. Queria ter minha paz com meus amigos novamente.
Usher era a ultima pessoa que eu pensava em conhecer em toda a minha vida. A vida pode ser extremamente impressionante e imprevisível.
Eu me perguntava quando que todo esse sonhou se tornou realidade.
A minha carta para o Scooter tinha sido a menos sentimental, porém, ele entenderia por meio das minhas brincadeirinhas o quanto eu amava aquele cara. Vida sem o Scooteiro não é vida.
Querido Scott, Scooter, Scooty, Scootrash, Scrazy, Scotta',
Enfim,
Querido amigo,
Não sei nem por onde começar a falar sobre você. Não sei se te xingo ou se digo que amo você, não sei se te abraço ou te encho de socos que você diz que parecem mais massagens tailandesas. Simplesmente não sei, impossível definir você.
Você é a parte que chega a ser a "mais normal" da nossa gangue JBang! sinceramente... O que me faz me identificar muito com você e com o seu jeito sincero e amigo de ser. Eu fico impressionada que além de ser um empresário, você é um amigo. Um grande amigo por sinal, não só do Justin, mas meu também, apesar de insistir que todas as garotas do universo tem uma queda monstra por você.
Você, Scooter, é um realizador de sonhos, literalmente.
Não sei o que seria de mim sem você. Eu não seria nada, sério.
Você é um anjo muito bom, um ótimo amigo, um irmão sincero, um maravilhoso companheiro de risadas.
Você é parte essencial da minha vida, dude!
Nunca ouse pensar em sair dela, entendeu?
Não vivo sem o meu amigo.
Assim como pedi ao Usher, estou pedindo a você. Por favor, fique de olho no Justin enquanto eu não estou aí e principalmente agora em que toda essa confusão está rolando.
Ah, e deixei-o longe da Jasmeleca, por favor.
Amo você, pedacinho do inferno.
De sua lil' Jules,
Fique bem, Scoot.
Scooter é um grande cara, um bom homem, indescritível. Uma vez que você conhece, você não se imagina mais sem ele. Além de um grande amigo, ele é meu protetor. Apesar de passar a maior parte do tempo me zoando...
Essas três homens... Incríveis, inesquecíveis, insubstituíveis. Cada qual com a sua parte de mim. Como eu poderia, um dia, viver sem eles? Isso definitivamente não era uma opção. Pensando por esse lado, eu estava começando a compreender realmente toda minha loucura de deixá-los lá.
Também comecei a perceber que eu tinha tanto a perder, mas tanto...
Eu nunca percebi que eu tinha algo a perder até que perdi a minha mãe.
Antes dessa tragédia, eu era cega. Não literalmente, apenas psicologicamente cega. Eu não enxergava a realidade, não sabia o que era felicidade, não entendia o real significado de uma amizade verdadeira. Eu estava vivendo uma vida de ilusão, dentro de uma bolha de falsas esperanças.
Qual é a graça de se viver rodeada de pessoas mas ninguém realmente estar lá por você? Qual é a vantagem de chamar alguém de melhor amigo se essa pessoa é mais um companheiro de fotos do que qualquer outra coisa? Isso é um fato, pelo menos na minha vida.
Eu só entendi o real significado e valor da vida quando minha mãe morreu.
É como se eu tivesse nascido de novo.
Posso julgar o meu momento de depressão como uma adaptação à realidade, preparação para a vida real. Vida real que eu encontrei aqui em Atlanta, Georgia.
Eu achava que só as pessoas de filmes conseguiam um amor de verdade. Um daqueles romances históricos, cheios de lágrimas e promessas, sorrisos de alma e poemas.
Eu não achava que um dia conseguiria encontrar alguém que eu realmente amasse, alguém que eu pudesse confiar mais do que tudo na minha vida. Alguém que fosse o certo para mim, alguém que eu pudesse chamar de "meu".
Eu achava muitas coisas.
Hoje, não acho mais nada.
É como se eu estivesse em um mundo completamente novo e fosse uma nova pessoa com uma nova vida.
E sabe... Eu gosto disso.
Eu tive a chance de recomeçar. E recomecei.
Não vou errar novamente e acabar perdendo as pessoas que eu amo. Uma lição é o bastante.
Essa é a razão por eu estar fazendo o que faço.
Mas no fundo, tudo o que eu queria é estar nos braços dele, pegar em seu rosto, olhar fundo em seus olhos e praticamente ver a sua alma, sentir seu coração batendo e poder beijá-lo como se o mundo pudesse acabar a qualquer momento. Eu queria poder deslizar meus dedos por aquele cabelo macio, dando-lhe todo o carinho e amor que eu pudesse lhe dar.
Eu queria fazer ele feliz.
E queria ser feliz.
Sempre... E para sempre.
Por causa de toda a confusão do final de semana, voltei para casa em estado de completo transe. Estava completamente absorta em meus próprios devaneios e parecia estar em "piloto automático".
Não me lembro de ter pego meu porsche no aeroporto nem do caminho até em casa. Não me lembro muito bem de ter desfeito as malas, por mais que tenha feito. Só me lembro do que estava pensando enquanto fazia.
Vetei a aula de segunda feira, pois estava muito cansada. Ignorei as ligações de Ashley, por mais que soubesse que ela iria me matar no dia seguinte por isso.
Eu não poderia me considerar triste.
Eu estava chateada... E ansiosa.
Ansiosa para que toda essa enorme bagunça acabasse.
Passei o dia no computador, enrolada em um edredom e tomando chocolate quente. O inverno estava chegando e com ele, vinha o frio.
Mas a melhor parte é que não iria demorar para ter neve!
Eu estava extremamente ansiosa para ver neve, pela primeira vez na minha vida. Isso não seria demais?
De qualquer jeito eu não estava lá muito disposta para fazer algo que desse muito trabalho, portanto, fiquei fuçando na internet e passando o tempo.
Fiquei a maior parte do tempo no twitter, falando com algumas meninas que pelo jeito eram minhas "fãs". Não chamaria elas de fãs, acho que elas apenas vão com a minha cara. Não tenho algo para dar em troca a elas, sou só uma garota normal. Que hoje está enrolada em um edredom de zebrinha.
Respondi a maioria das pessoas que falava comigo no twitter e fiquei feliz pelos comentários doces que elas me mandavam. Elas mandavam coisas como: "Amei o clipe, Julie, você estava linda" e "Espero que você e o Bieber fiquem juntos, vocês se merecem, são lindos!" e também "Você me inspira, Julie!". Esse último era o que mais me deixava feliz.
Fiz um chat especial e mandei o link no twitter, não achava que muitas pessoas entrariam para falar comigo, até que eu vi o númerozinho no canto da tela marcando: 1.577.200 usuários. Pouco né? Também achei.
Não liguei a webcam, apenas fiquei respondendo questões que elas me mandavam. Ou melhor, respondi algumas, elas mandavam um monte! Era impossível responder tudo. Fui educada e tentei responder a maioria. Era algo cansativo, mas eu estava gostando de poder falar com pessoas do mundo inteiro.
Até que uma das garotas do chat me chamou a atenção com sua pergunta:
"Oi Julie, me chamo Ana e sou do Brasil, de São Paulo também! Você não sabe como as garotas brasileiras estão orgulhosas de você, tanto quanto eu! Gostariamos de saber se quando o Justin Bieber vier para o Brasil, se você vai vir junto?!"
Eu não tinha pensado nisso. Não seria uma má ideia!
Eu estava querendo ir para o Brasil logo, visitar o resto da minha família e o túmulo da minha mãe. Sem contar que eu estava morrendo de saudade do meu país! E do feriado do carnaval!
Não demorei a responder:
"Um beijo especial para todos os brasileiros que tem estado ao meu lado, vocês não sabem o quanto isso significa para mim! E não se preocupe, irei para o Brasil sim, provavelmente. Se duvidar, vou até antes e arrasto o Bustin Jieber comigo! LOL"
Para quem não sabe, Bustin Jieber é o apelido que o Nick Jonas deu para o Justin em uma brincadeira. Eu as vezes costumo chamar o Justin assim, é legal de se falar. Bustin, Bustin, Bustin!
O dia se passou mais rápido do que eu poderia imaginar, foi divertido, sim, mas quando a noite chegou, eu corri para a minha cama e me joguei, dormindo tranquilamente, afinal, precisaria de energia extra para enfrentar os furacões que eu teria pela frente.
Um deles chegou antes do que o previsto.
– JULIE EVANS! - Ashley berrou, dentro do meu quarto, sendo que eu ainda estava dormindo.
Adivinhem qual foi a consequência disso?
Kabooom!
Julie is down down down down no chão.
Sim, tomei um BAITA susto e caí de cara o chão. Tive que ficar uns três minutos ali para me recuperar dos danos fisicos, morais e psicológicos.
– Bom dia para você também, Ashley. - Eu disse, me levantando e sentando na cama, enquanto passava a mão pelo cabelo, tentando dar uma arrumadinha.
– Como-você-ousa-sair-do-país-sozinha-e-me-deixar-apenas-um-bilhete-que-por-acaso-foi-num-guardanapo? - Ela disse, em um tom psicopata. Alguém me salve!
– Boom... - Eu tentei pensar em alguma desculpa. Até pressionei um pouco os olhos para ver se os pensamentos fluiam melhor, mas nada. No final, o que saiu foi um sorrisinho beeeeeeem sem graça. - Serve se eu dizer que estava bêbada?
– Eu vi você bebendo, você não tomou mais do que três garrafas de cerveja! - Ela me disse, me fuzilando com os olhos.
– Eu não sou muito forte para bebidas, sabe como é... Um gole e Puuft! Estou nas núvens. - Eu disse, rindo, tentando descontraír a situação sem muito sucesso.
– Não vai ter próxima vez entendeu? Eu morri de preocupação, sem contar que fiquei muito chateada de você nem ter me chamado! - Ela cruzou os braços.
– Você estava ocupada com o Jeremy. - Eu disse, sincera.
– E daí? - Ela perguntou, sem entender.
– E daí que você só passa o seu tempo agora aos beijos com o Jeremy, eu não vou ser mala de atrapalhar vocês, a gente quase mal se fala Ashley, você sabe muito bem disso, Jeremy é egoísta e só quer você pra ele. - Eu disse, com sinceridade até demais. Eu ficava meio doida pela manhã.
– Isso não é verdade! - Ela disse, sentando ao meu lado, agora carinhosa, e me abraçando.
– É sim. - Eu disse, abaixando o olhar.
– Own, tá com ciúmes? - Ela disse, sorrindo.
– O que? Eu? Eu com ciúmes? Olha bem pra mim Ashley! Eu? Puff... Puff, puff! - Eu debochava e bufafa, revirando os olhos, até que não resisti. - É, estou.
– Own, minha cheerleader linda! - Ela disse, apertando minhas bochechas, o que me fez pressionar os olhos e fuzilar ela com eles. - Desculpa!
– Tudo bem... - Eu disse, rindo. Ufa! Saí viva de um furacão!
– Vamos, eu te dou uma carona hoje, te espero lá embaixo, vá tomar um banho e não demore! - Ela disse, se levantando. - Temos muuuuitas coisas para fazer hoje. E ah! Você tem aula de música hoje.
– Mas não era ontem? - Eu perguntei, confusa.
– Era, mas o seu professor disse para ser hoje, ele não quer que você perca uma aula ou qualquer coisa do tipo. Ainda acho que ele parece meu primo... - Ela disse, pensativa.
– O seu primo que tem fama de Stifler? O cara do filme American Pie? Aquele seu primo loiro de olhos claros que já fez sexo com a maioria das mulheres desse estado? Aaah ta! - Eu disse, sendo sarcástica e revirando os olhos.
– Ele tem uma queda por você. - Ela disse.
– Ele tem uma queda por qualquer mulher do mundo! - Eu disse, gargalhando.
– Está com ciúmes? - Ela disse, me zoando.
– Do stifler? Ah claro! Olhe para mim, meu namorado é o Justin Bieber mas eu morro de ciúmes do cover bem mal feito do Stifler que é primo da minha melhor amiga! - Eu disse atacando uma almofada nela.
– Ai! - Ela disse, rindo. - Estou te esperando lá em baixo. E você ainda tem que me falar como foi essa viagem!
– Ok, talvez daqui um mês, tenho que checar na minha agenda. - Eu disse, dando um sorrisinho.
– Te encho de golpes de jiu-jitsu hem! - Ela disse, saindo do quarto e rindo.
– Ok, Jack Chan! - Eu disse, rindo e entrando no meu closet para escolher alguma roupa.
Tomei um banho rápido, passando mais tempo me arrumando para a escola. Logo desci e não tomei café da manhã, não estava com fome. Ashley me olhou feio, mas cedeu. Fui para a escola com ela e conversamos sobre a viagem no caminho. Eu não estava me sentindo muito confortável com a situação, mas mesmo assim, ela deveria saber.
– Mas que #$@$#@$#@#!#@$!@#!! Sem contar que ela foi uma baita de uma ¨$&¨$¨%$¨%#@$#@$#@$ descarada e $%#$#@#!$# eu quero que ela vá para a #@$#@$#@$#!$# e que também #@$#@#$@, aquela garotinha do cabelo ruim!
– Isso tudo é raiva da Jasmeleca? - Eu perguntei, morrendo de rir do ataque de raiva psicopata que ela tinha acabado de ter.
– Você não está? - Ela me olhou, curiosa.
– Lógico que estou! Só que eu já xinguei tudo que tinha para xingar ela em Londres. - Eu disse, rindo. Ashley riu junto.
Logo fomos para a escola e eu fiquei o dia inteiro fugindo de Brooke que provavelmente estava querendo me enforcar por causa do clipe com o Justin. Eu e Ashley estávamos rindo da cara dela, claro, mas eu não queria ir para a diretoria.
O dia passou tão depressa que quando eu pude perceber, estávamos almoçando já. Assim que acabou o almoço, fui sozinha para a minha aula de História enquanto Ashley foi para a dela de Italiano. Porém, assim que eu entrei na sala, o professor me chamou e me entregou um bilhete da diretora, pedindo para que eu fosse até a sala dela.
Não me demorei para ir, não estava muito confiante, devo admitir. Não tenho bons históricos em salas de diretores e coordenadores, sempre acontece algo ruim.
Bati na porta e ouvi ela dizendo que eu poderia entrar, assim o fiz, entrei e me sentei na cadeira na frente dela.
Susan Dellord é a diretora da minha escola, ela parece uma atriz de Hollywood, com certeza. Porém, ela é um doce de pessoa, sempre muito atenciosa e disposta a ajudar todos os alunos da escola.
– Julie querida, que bom poder falar com você. - Ela disse, sorrindo.
– Digo o mesmo, sra. Dellord. - Eu disse, sorrindo gentilmente.
– Te chamei aqui para uma conversa especial... Especial porém muito importante. - Ela disse, eu apenas escutei. - Não quero que pense que estou me intrometendo na sua vida, de jeito nenhum, mas como deve ter ouvido, eu estou aqui para ajudar e aconselhar da melhor maneira possível. Tendo isso em mente, quero tratar com você um assunto que vem criado bastante polêmica na nossa escola, que é a sua relação com aquele garoto famoso, Justin Bieber, estou certa?
– Sim, senhora, está sim... - Eu disse.
– Quero que primeiramente fique tranquila, a conversa que tivermos aqui dentro não sairá daqui de maneira alguma, está bem? - Ela disse.
– Claro... - Eu sorri. Já sabia o que esperar.
– Eu venho acompanhando seu desempenho escolar por todo esse tempo em que você esteve aqui e, com base nisso, concluí que você é uma ótima aluna. Uma das melhores que temos aqui. Porém, há um impecilho. Sua vida tentando acompanhar o ritmo desse garoto faz com que você se prejudique. As viagens, saídas, estamos a par de todos os acontecimentos, pois a mídia não nos deixaria de fora disso. Eu queria saber se você acha que essa aventura realmente vale o seu futuro acadêmico, porque a situação é complicada e eu vejo que você vai acabar se prejudicando e eu não quero isso.
– Ah... - Eu disse, sorrindo sem graça. - Eu tenho que dizer que tudo isso foi algo extremamente inesperado e imprevisível, eu nunca poderia imaginar que eu teria alguém como ele na minha vida. Sei que acabei perdendo algumas aulas mas tudo estará recuperado, eu tenho tudo sob controle, foram só alguns pequenos deslizes, eu não deixo que isso entre no meu caminho como estudante e vice e versa...
– Vê como isso é complicado? Você está vivendo um sonho e isso pode acabar custando caro para você mais para a frente... - Ela comentou.
– Eu sei... Mas também sei que eu posso recuperar tudo e entrar no fluxo novamente, eu vou me dedicar e dar o meu melhor para que tudo fique certo.
– Está bem, confio no seu desempenho. Mas acho que devo alertá-la, que por querer o seu bem, vou ter que comunicar os seus responsáveis caso suas notas não voltem à estabilidade que tinham no começo do ano. - Ela comentou, um pouco severa, mas eu sabia que ela estava no fundo certa.
– Nada mais justo. - Eu disse, sorrindo de leve.
Iria ser bem dificil, sem contar que a maioria das vezes eu me perdia em vocabulário inglês em aulas como matemática e física. Eu iria me adaptar, tinha bastante gente me ajudando e no fim, tudo daria certo. Tinha que dar.
Assim que a minha conversa com a diretora acabou, fui dispensada. Eu havia perdido as duas ultimas aulas e tinha um tempo extra sobrando. Aproveitei para encontrar Luke na sala de música.
– Toc toc, Somerhalder. - Eu disse, batendo na madeira da porta e me encostando na entrada da mesma.
– Olha só quem voltou... A garota rica e famosa, seguida por paparazzis por todos os lugares! - Ele disse, se levantando e abrindo os braços. - Se não é a Paris Hilton!
– Ah cala a boca! - Eu disse, rindo e abraçando ele.
– Está matando aula? - Ele me olhou, sério, tentando bancar o professor chato.
– Desista, Luke, você nunca irá parecer um daqueles professores chatos, carecas, gordos e com espírito de Homer Simpson. - Eu disse, rindo e colocando a minha bolsa em uma mesa.
– Ah claro, porque segundo você, eu sou um vampiro de 150 anos que persegue um amor por todo esse tempo e que está com o coração ferido, porém é mal demais para admitir. - Ele disse, ironizando a história.
– Não fale mal do Damon! - Eu disse, indignada, mas logo rindo.
– Desculpe, madame. - Ele riu e fomos até os instrumentos.
– Piano? - Eu perguntei.
– Nop. - Ele respondeu. Eu o olhei, confusa. - Vamos tentar algo novo hoje, aproveitando que você tem um tempo extra já que matou aula porque estava louca para me ver.
– Louca para te ver e encontrar o seu ego gigante, não é, Lewis! - Eu disse, rindo.
– Olha o respeito, eu ainda sou seu professor! - Ele disse, tentando ficar sério, mas logo rindo. - É, você tem razão, realmente não dá.
– Eu falei! - Eu disse, rindo e me sentando. - O que vai ser, então?
– Coloque os dedinhos para funcionar, minha querida, porque hoje você vai conhecer a Emilee. - Ele disse.
– A vocalista do Evanescence? - Eu perguntei, inocentemente.
– Não é Amy Lee... é Emilee... - Ele disse, irritado.
– Não vi diferença. - Dei de ombros, rindo.
– Enfim... - Ele disse, revirando os olhos e rindo. - Vamos lá, revisar uns acordes, tirar umas músicas, relembrar o compasso e fazer uma introdução de composição.
– Você acha que eu sou o que? Uma orquestra sinfônica? - Eu perguntei, franzindo a testa e olhando feio para ele.
– Não, mas no final desse ano letivo, será! - Ele disse, sorrindo.
– Você é maluco. - Eu ri, enquanto pegava o violão. - Heey Emilee...
– E você também, ja que está falando com o violão. - Ele gargalhou.
– Eu sempre falo com os meus intrumentos, até falo com a ex do Justin. - Eu disse, descontraída.
– Quem é a ex dele? - Ele perguntou, confuso.
– A ex dele é a guitarra dele chamada "AAAHHHHHHH" - Eu disse, descontraída, como se tudo fosse normal.
– Eu disse que esse menino está pulando a adolescencia e ficando maluco, eu disse, mas você me ouve? Não, ninguém me ouve só porque eu tenho menos de 25 anos e leciono! É algum preconceito? - Ele perguntava, indignado enquanto eu gargalhava.
– Você simplesmente não existe! - Eu morria de rir.
A aula estendida com Luke foi muito divertida, além de eu relembra alguns acordes e aprender uns novos, ficamos até brincando de compor canções. As canções pareciam aquelas como "Atirei o pau no gato-to" mas tudo bem...
Assim que a aula acabou, fui saindo da escola com Luke e indo em direção ao estacionamento. Até que meu celular tocou:
– Alo? - Eu disse.
– Julie, é a Ash, eu acho melhor você não sair da escola agora, porque aqui fora está lotado de paparazzis, sério mesmo, tem dezenas! - Ashley disse, pasma.
– O QUE? - Eu disse, parando de andar e colocando a mão na boca.
– O que foi garota? - Luke perguntou, rindo.
– Dezenas... de... paparazzis. - Foi tudo o que eu disse.
– Depois eu falo que você é a Paris Hilton e você não acredita! - Ele disse, rindo. - Vamos, eu te dou uma carona.
– Do que você está? - Eu perguntei, enquanto desligava o telefone com Ashley.
– Moto. - Ele disse, dando de ombros.
– É rapida? - Eu perguntei.
– Muito. - Ele respondeu, sorrindo de canto.
– Perfeito. - Eu disse, andando com Luke até o estacionamento de professores e nos aproximamos de sua moto.
– Vamos ter que passar por eles de qualquer maneira. - Luke disse, olhando o caminho.
– Ahm... Se não tem outra maneira. - Eu disse, dando de ombros.
– Pega... - Ele me deu o capacete descontraído. Eu fiquei olhando o capacete e pensando. - O que foi?
– Meu pai vai me matar. - Eu disse, pensativa.
– Eu sou um ótimo motorista. - Luke disse. Eu olhei para ele e ele riu. - Sério Julie.
– Está bem! - Eu disse, colocando o capacete e fechando a parte da frente, mantendo meu rosto escondido.
Eu subi na moto logo depois de Luke, me agarrei ao seu corpo com firmeza, pois eu nunca tinha andado de moto antes. Ele acelerou e andou com rapidez entre o estacionamento. Os paparazzis, nada idiotas, perceberam o que estava acontecendo e começaram a tirar fotos. Alguns começaram a correr atrás e outros entraram em seus carros para nos seguir.
– Estão nos seguindo. - Luke comentou.
– Típico. - Eu respondi.
Luke foi mais rápido, passando pelo tráfego de Atlanta com agilidade, eu estava morrendo de medo, claro, dando gritinhos internos e com mil borboletas de medo no estômago.
Por mais que tentássemos despistá-los, sempre tinha algum atrás de nós.
– Não vai dar para te deixar em casa Julie. - Luke disse, olhando para trás.
– É, eu percebi! - Eu disse, bufando. - Conhece algum lugar?
– Uhmm... Conheço sim. - Ele disse, sorrindo e então mudando o rumo.
– Só não me sequestre! E vá rápido por favor, estou ficando enjoada de andar nesse treco! - Eu disse, me agarrando mais a ele com medo de cair.
– Não a chame disso! - Ele disse, rindo.
O caminho foi um pouco longo, mas pelo visto, valeu a pena, pois eu não vi sinal de mais nenhum paparazzi. Quando Luke estacionou e saiu da moto, eu saí logo depois e tirei o capacete, jogando meu cabelo e dando uma ajeitadinha.
Fiquei muito impressionada quando percebi onde estávamos.
Luke havia me levado a um parque extremamente lindo! Completamente verde e com jardins magníficos. Era um dos lugares mais lindos que eu já vi na minha vida. Era um refúgio perfeito.
Eu sorri e me aproximei dele.
– Uau... Como conheceu esse lugar? - Eu disse, sem tirar os olhos da linda paisagem.
– Eu costumava vir aqui desde que era pequeno... - Ele disse, dando de ombros. - Vamos, você tem que ver o lago, é lindo!
– Vou adorar! - Eu sorri e comecei a andar com ele.
Porém, o que a gente não sabia, é que escondido entre algumas árvores estava um único e sortudo paparazzi que faria muito dinheiro naquela noite.
Cada click de sua câmera era uma garantia de uma ótima quantia de dinheiro entrando na sua conta e uma ótima quantia de desgraça entrando na minha.
E a gente não fazia a menor ideia do problema que estava por vir.
Andei junto com Luke até o tal lago que ele me disse, ficando boquiaberta assim que ambos chegamos ao local.
– Oh my God! - Eu disse, abismada. - Esse lugar é divino!
– Eu sei... - Ele sorriu, olhando o lago.
Naquele local havia um grande lago, envolto de pedras e uma pequena floresta extremamente verde e com seus ápices coloridos de flores diversas. Vi Luke se sentar na grama e me sentei ao lado dele, olhando aquela paisagem linda e reconfortante. Eu sentia uma paz imensa naquele lugar.
– E então, garota, o que está acontecendo? - Luke me olhava. O dia estava ensolarado e o sol batia nos olhos dele, deixando-os mais claros.
– O que quer dizer? - Eu olhei para ele e perguntei.
– Seu romance às escondidas com o superstar. - Ele disse, sorrindo. - Eu vi o vídeo.
– Ooh... Meu professor vendo o vídeo de Justin Bieber? Essa vai para o twitter. - Eu disse, rindo.
– É sério, Julie. - Ele disse, rindo. - Pode me contar, sabe disso.
– Ah... É tudo tão complexo que as vezes nem eu sei... - Eu disse, me deitando na grama.
Luke se deitou também.
– Desabafe, faz muito bem, acredite. - Ele disse, olhando para o céu.
– Bom... - Eu comecei a contar para ele. Disse tudo, até coisas que poucas pessoas sabiam. Eu estava ali, em um parque sabe-se lá onde, contando toda a minha vida para o meu professor de música. Eu devo estar ficando maluca!
Não foi rápido que eu contei tudo pra ele. Levou pelo menos uma hora, de verdade. É tanto para contar, tanta loucura para relembrar. Eu gostei de contar tudo para ele, eu ria, me divertia, me lembrando dos momentos ótimos ao lado do meu Justin. Sim, meu, só meu.
O resto do dia passou depressa, logo estava escurecendo e ele teve que me levar para casa, me deixando lá pouco tempo depois, pois não tinha tanto tráfego na volta.
Eu estava entrando em casa quando me dei conta de que deveria fazer algo.
– Hey... Luke... Espera! - Eu disse quando ele já estava se aproximando da moto.
– Sim? - Ele se virou e me olhou, voltando a se aproximar.
– Eu tenho que te agradecer por ter me ajudado hoje, ninguém faria isso... - Eu sorri, meio sem graça. - E foi muito bom o tempo que conversamos lá no parque... Que por sinal é um parque lindo!
– Não precisa agradecer, Julie. Além de ser seu professor, quero que confie em mim como um companheiro, ok? - Ele disse, sorrindo.
– Pode deixar. Obrigada mais uma vez... - Eu disse, sorrindo e abraçando ele, amigavelmente.
Click, click, click. Smile to the camera! Uma bomba nuclear está vindo na sua direção.
– Hey, você vai na festa da Holly na sexta? - Eu perguntei, depois de soltá-lo.
– Um professor em uma festa? - Ele disse, rindo.
– Ah qual é! Ninguém te vê como um professor! - Eu disse, dando um soquinho no ombro dele.
– Não fui convidado. - Ele deu de ombros, rindo.
– Eu estou te convidando, panaca! - Eu disse, rindo.
– Sou seu professor! - Ele disse, rindo.
– Sim, dentro da sala. Fora da sala você é apenas um cara normal que me lembra o Ian Somerhalder! - Eu disse, rindo.
– Certo... Vou pensar na sua proposta. - Ele disse, indo em direção a moto.
– Dirija com cuidado! Não quero ver você tocando violão de braço quebrado! - Eu disse, rindo enquanto ia para a porta de casa.
Acenei antes de ver ele ir embora e entrei em casa, fechando a porta e subindo para o meu quarto.
Me troquei, colocando um pijama confortável e me jogando na cama tranquilamente.
Logo adormeci, meu dia foi cheio e eu estava morta de cansaço.
O resto da semana não foi diferente. Eu tinha um milhão de coisas para fazer junto com Ashley, que mesmo tendo um milhão de coisas pra fazer comigo, ainda assim passava mais tempo com o Jeremy.
Desde reuniões com o comitê dos bailes até ensaios de coreografias para os jogos em que eu participaria como líder de torcida (é, nem eu acreditava nisso), minha agenda estava mais lotada do que nunca. Sem contar que eu tinha que ter o dobro de disposição para estudar, porque tinha que recuperar todas as minhas notas.
O único dia que eu realmente tive mais liberdade e folga foi sexta. O dia da festa da Holly. Adoro os Estados Unidos e suas festas sem motivo algum!
Fiquei depois da escola na casa da Ashley, nos trocando juntas, pois iríamos juntas à festa. Contei a ela que chamei Luke e começou o furacão:
– O QUE? - Ela gritou.
– Calma Ashley, não tem nada demais. - Eu disse, achando estranho a atitude dela.
– Claro que tem algo de mais! - Ela disse, parecendo abismada. - Você convidou ele para uma festa, parece segundas intenções e você tem namorado!
– Não precisa me lembrar disso que eu sei muito bem. Eu chamei ele por educação, ele sabe que foi um convite de amigos. Ele é meu professor, que horror Ashley. - Eu disse, rindo e revirando os olhos.
Ashley realmente não tem jeito.
Nos aprontamos e logo fomos para a festa no range rover dela, tranquilamente. Naquela noite eu queria me divertir com os meus amigos da escola, fazia tempo que eu não fazia isso.
Chegamos na festa e parecia tudo estar bombando!
Pessoas do lado de dentro e fora da casa, uma música alta e várias risadas poderiam ser ouvidas do lado de fora.
Na verdade dava pra ouvir há uns 10 km.
A festa estava ótima! Bem ao estilo americano, tudo aquilo parecia um sonho. Ou melhor, eu achava que estava dentro de um daqueles filmes sobre adolescentes americanos!
Isso era demais!
As horas foram passando e eu fui recusando as bebidas, para não parar na China dessa vez.
Porém, me diverti muito mesmo assim, todos rimos, brincamos, contamos piadas e até experiências. Várias fofocas e muita música.
Até brincamos de uma típica brincadeira americana, chamada: Eu nunca.
Inocentemente, é claro. Ok, não tanto, mas foi engraçado.
– Eu nunca dei um fora em todo o time de pólo aquático do colégio. - Ashley bebeu a bebida que tinha em seu copo. Todos rimos. Porém, rimos mais ainda quando outras garotas também beberam.
– Eu nunca fui à Paris! - Uma garota que eu não conhecia disse.
Eu bebi, rindo.
– Eu nunca beijei Justin Bieber. - Brooke chegou e disse.
Eu bebi de novo.
– Eu nunca tive inveja de Julie Evans. - Ashley disse, dando um sorrisinho para Brooke. - Anda querida, beba tudo, engula a garrafa.
Todos riram da maldade de Ashley. Eu amo essa garota!
Depois da brincadeira, todos fomos para a piscina, rir dos garotos do time de futebol americano que tentavam afogar uns aos outros na água. Eu estava rindo muito, esperando Ashley voltar com as nossas bebidas.
Estava sendo uma ótima noite, até que...
– JULIE! - Ashley, que voltava correndo, me chamou.
– Uhm? - Eu disse, me aproximando dela. - O que foi?
– Vem aqui comigo, é urgente! - Ela me puxou.
Eu fui, sem entender, ainda estava rindo de uma piada que haviam me contado, adoro o humor americano, já disse isso?
Fui direcionada à sala tranquilamente, descontraída.
– Hey, Julie! - Eu vi Luke chegando, sorri e abracei ele.
– Que bom que veio! - Eu disse, sorrindo.
– Não temos tempo para isso... Se quiser venha conosco, professorzinho. - Ashley disse, ironicamente, me puxando com força para correr para a sala.
– Ashley, o que deu em você? Por que raios está... - Eu me calei.
Justin Bieber estava passando na televisão.
E o engraçado é que só eu estava assistindo, todos estavam me observando, vendo a minha reação.
Era um programa de fofoca que recebia convidados durante a semana, o programa era gravado, era basicamente um "Chelsea Lately" mais pobre.
Eu fiquei paralizada enquanto ouvia o que a apresentadora dizia.
– Bom, bom, bom! Finamente chegamos ao momento tão esperado por todas as fãs de Justin Bieber! A polêmica com Julie Evans está indo de mal a pior! Paparazzis fotografaram Julie nessa terça feira fugindo de moto com um rapaz bem mais velho e passando o dia inteiro com ele em um parque no interior de Atlanta! Será que Justin e Julie realmente são só amigos? Será que o beijo do videoclipe UP não significou nada? Será que todos os elogios da parte de Justin para Julie foram falsos ou a nossa brasileira preferida, que superou Gisele ao ser reconhecida por sua simpatia e por ser cativante, traiu seu namorado Justin Bieber descaradamente? O que vocês acham? Duvidam? Pois temos fotos!
As fotos apareceram na televisão, eu fechei os olhos e suspirei. Eram minhas fotos no parque com Luke.
– Não acredito. - Eu ouvi Luke dizer.
Nem eu, nem eu... Acredite.
Eu só pensava nele... Justin. O que estaria pensando de mim agora?
Como se ela lesse meus pensamentos, a apresentadora respondeu:
– O que será que Justin está pensando de Julie ao ver essas fotos reveladoras? Há rumores que eles estão um bom tempo separados. Provavelmente nossa brasileira não aguentou de saudades e teve que se contentar com outro cara! Mas me diga, quem trocaria Justin Bieber? Eu sei que eu não! Agora, para partir o coração do mundo inteiro, vocês vão ver a performance de Justin Bieber no nosso estúdio, gravado na quarta, logo após de ele ter visto as fotos.
Meu coração se acelerou, minhas mãos tremiam. Eu não sabia o que fazer.
O vídeo começou. Para a minha tortura, Justin começou a cantar "That should be me."
Para piorar, ele não cantou, simplesmente, por cantar. Não, dava pra sentir a emoção na voz dele, o sentimento, a tristeza, a verdade nas palavras que ele cantava. Eu estava causando isso nele e nada era proposital. Isso estava indo de mal a pior.
Meus olhos se encheram de lágrimas e eu coloquei a mão na boca. Não me importava mais com os olhares. Eu não acreditava no que estava acontecendo.
Ele cantou, lindo como sempre, mas com um pesar que só nós dois sentíamos.
Assim que a música acabou e o programa foi encerrado, eu voltei meus olhares para todos. Meus olhos estavam cheios de lágrimas e todos me encaravam sem dizer nada. Olhei para Luke e balancei a cabeça negativamente, olhei para Ashley e fiz o mesmo. Saí do local, roubando a chave do carro de Ashley e saindo em alta velocidade do local. Eu não enxergava muito bem, pois meus olhos estavam cheios de tristeza.
Eu não conseguia pensar no que poderia acontecer daqui por diante.
Meu coração doía só de imaginar.
Eu estava correndo pela estrada quando o carro de Ashley começou a fazer barulhos estranhos, até pifar completamente.
– O QUE? - Eu gritei, com raiva. Não era raiva do carro, era de mim mesma.
Saí do carro batendo a porta, as lágrimas escorriam o meu rosto, mas eu não chorava, elas só saiam. Eu estava muito ocupada pensando nele para chorar em desespero.
Comecei a andar sozinha pela estrada, após travar o carro de Ashley. Andei e pedi carona para alguns carros que passavam, nenhum me ajudou.
– Que mundo altruísta, não? - Eu disse, ironica, chutando uma pedrinha.
Depois das lágrimas, eu estava me sentindo melhor.
Não melhor, apenas, em transe.
Meu rosto estava seco mas meu coração ainda estava quebrado.
Eu peguei meu celular e tentei ligar para ele.
– Atende... Atende por favor... Por favor... - Eu implorei.
Nada.
Eu já esperava isso.
Ouvi o barulho de outro carro se aproximando, tentei mais uma vez, mesmo achando que seria inutil. Pedi carona, acenando com um braço para o motorista me ver.
O carro era uma Ferrari cinza chumbo e eu não consegui ver quem estava dentro dela. Revirei os olhos, quem quer que esteja lá dentro, jamais iria parar.
Por mais ironia do destino, o dono da Ferrari parou, um pouco mais à frente da onde eu estava. Corri em direção ao carro e abri a porta, respirando e tentando fazer nascer um sorriso de agradecimento no meu rosto.
– Obriga... - Paralisei.
Eu fiquei que nem uma boba parada ali, olhando a pessoa dentro do carro.
Minha vida, definitivamente, é um milk-shake.
Eu comecei a gaguejar e o homem que dirigia aquela Ferrari maravilhosa riu, amigavelmente, do meu jeito.
– Precisa de uma carona? - Ludacris disse.
Adivinha qual foi minha resposta?
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Que resposta você daria ao Ludacris? 
Obrigada por lerem.
Comentem amores!
Beijos

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