quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

9º Capitulo - Up




Por que tudo que é muito bom passa tão depressa?

Eu me perguntava enquanto estava ali, presa no aquário das Bahamas com o meu namorado. 
Acredita que tivemos que ficar a noite inteira ali? A tempestade só foi amenizando lá pelas 4:30 da madrugada. Não que eu estivesse reclamando, foi tudo ótimo. Ter um momento a sós com ele era delicioso.
Ele estava sentado no chão com as pernas esticadas e eu sentada no seu colo de lado. Por mais cansados que estivéssemos, não conseguíamos dormir. Talvez pela chuva ou por que alguém poderia chegar a qualquer momento. Porém, eu sei que eu não queria perder um segundo com ele ali. 
Nós dois conversamos sobre muitas coisas. Ficamos juntos ali. Ele me abraçou para me esquentar quando eu disse que estava com frio. Dava beijos no meu rosto e sussurrava coisas lindas para mim. Eu olhava naqueles olhos lindos e me perdia. 
Se alguém me perguntasse o que eu mais amava nele eu não saberia o que responder. Falaria um lindo e belo cliche: "Eu amo tudo".
Mas se quiser detalhes, eu darei detalhes.
Eu amo o sorriso dele. Ele sorri de um jeito tão lindo. As vezes de uma forma bem safada, eu tenho que admitir. Mas eu amo esse jeito dele de espertinho.
Eu amo os olhos dele. São bem melhores do que aqueles olhos azuis de milhões de celebridades. Os olhos deles são como mel. Seu olhar diz muito sobre ele. Eu amo o jeito que ele me olha. 
Eu amo aquele cabelo dele! E como eu amo. O jeito que ele joga o cabelo para o lado e sorri. Ele sabe que mata uma fileira de garotas só de fazer esse movimento. E claro, eu sou a primeira da fila que morre.
Eu amo o rosto dele. A pele dele é tão perfeita, parece pele de bebê, sério. É uma delicia de fazer carinho. De tocar...
Sem contar no resto. O abraço dele é o melhor abraço do mundo. É acolhedor, faz você se sentir segura, confiante. A pegada dele te deixa sem ar. Ao menor contato de pele seu corpo se arrepia por completo. Só de ouvir a sua voz eu suspiro, seja em canções ou palavras soltas. 
Eu não sei o que esse garoto tem... Mas eu sei que eu fico louca perto dele. 
E antes que eu pudesse perceber, estava completamente apaixonada por ele. Eu não pude nem recusar, nem contestar. Quando eu vi, já estava feito. Eu não lembrava da minha vida sem ele. 
Era tanto sentimento que eu começava a ficar com medo. Medo de perder ele, medo de tudo acabar, medo do meu sonho acabar. Medo de voltar à tristeza. Medo de deixar de acordar sorrindo e de dormir sorrindo. Medo de nunca mais ficar hipnotizada enquanto ele cantava para mim. Medo de não ser boa o bastante. 
Ele era perfeito. Era meu príncipe em um cavalo branco que viera me buscar. 
E eu queria um final feliz, como eu queria. 
Enquanto eu sorria para ele, tendo aquele belo rosto em uma das minhas mãos, eu sentia que era a dona do mundo.
Pena que essa sensação não durou muito, tanto pelo sono quanto quando fomos interrompidos por Usher e alguns seguranças e policiais. Tivemos que sair do aquário, finalmente. Se bem que eu estava adorando aqueles momentos com ele ali. 
Chegamos no hotel e fomos cada um para o seu quarto. Não sei quanto a ele, mas eu sei que eu caí na cama como uma árvore caindo no chão. Só faltava alguém dizer: "Madeeeira".
Acordei com o meu celular tocando, de costume. Me assustei quando olhei o relógio e vi que era quase 16h. Atendi o telefone e era meu pai.
– Hmm... Oi pai. - Eu disse, com mais voz de sono impossível.
– Julie, querida. Estava dormindo? - Ele perguntou.
– Aham... - Eu disse, rindo de leve. 
– Eu soube do que aconteceu aí, fiquei preocupado. Está tudo bem, não é? - Ele perguntou, preocupado. Não gostava de deixar ele preocupado.
– Sim pai, está tudo bem.- Eu disse com uma voz melhor, tentando confortá-lo.
– Que ótimo, porque aqui não está. - Ele disse. Eu demorei alguns segundos para entender.
– O que aconteceu? - Eu perguntei, preocupada.
– Teve uma tempestade aqui também e parece que a sua escola foi bastante afetada. 
– Meu deus! Sério? - Eu coloquei a mão na boca, pasma. - Não acredito!
– Sim, há vários vidros quebrados, portas... Fez um belo estrago. - Meu pai me disse.
– Caramba... E agora? - Perguntei.
– Parece que a escola vai ficar desativada por uma semana até eles arrumarem tudo... - Ele disse.
– Nossa... - Eu disse, suspirando.
– Pois é... Vocês voltam amanhã a noite, não é? - Ele perguntou.
– Sim... Devo chegar umas 11 da noite. - Comentei, me levantando já. 
– Ok, quer que eu te busque no aeroporto? - Ele disse, atencioso como sempre.
– Não vai estar no escritório? - Eu perguntei.
– Não tem problema querida... - Ele disse.
– Não pai, não quero te atrapalhar, eu pego carona com o pai da Ash! - Eu disse, sorrindo.
– Mas é uma boba... - Ele riu, brincando. - Está bem então. Nos vemos amanhã!
– Nos vemos! Amo você pai. - Eu disse sorrindo.
– Eu também querida. Estou morrendo de saudade! - Ele disse.
– Eu tambéém! - Nós dois rimos, nos despedimos e desligamos o telefone. 
Me levantei e fui direto para o banheiro, tomando um banho um pouco demorado para relaxar e ao mesmo tempo acordar. Eu queria que aqueles últimos dias nas Bahamas fossem inesquecíveis. Queria que nós fechássemos a viagem com chave de ouro. Mas eu me perguntava, dá pra ficar melhor?
O clima das Bahamas estava contribuindo para deixar meu cabelo com uns cachos que antes eu só conseguia com o meu babyliss. Joguei a franja de lado e deixei ele com essas ondulações. Coloquei um vestido branco de alcinha, colado no corpo na parte de cima e solto na parte de baixo, com um pouco de volume. Coloquei meu sapato de boneca preto&branco e coloquei uma flor no cabelo. Sorri e peguei minha bolsa. 
Desci esperando encontrar alguém no saguão de entrada do hotel... Nada. Não havia ninguém. Quando eu perguntei para a recepcionista ela disse que um carro havia saído por volta do meio dia. 
Fiquei sem chão e extremamente chateada. Como eles puderam sair sem me chamar? Poderia pelo menos ter me acordado. Que falta de consideração.
De qualquer maneira eu tinha que me ocupar de algum jeito. Comecei a andar pelo hotel, olhando tudo. Fui até a parte de fora e vi uma fogueira não muito longe da onde eu estava. Tirei meus sapatos e fui andando até lá, só para ver o que estava acontecendo. 
Quando estava perto o bastante, percebi que era um grupo de jovens tocando instrumentos. A maioria era homens, tinha só duas mulheres. Havia umas 15 pessoas em volta daquela fogueira sentadas em troncos que estavam caídos ali. Fiquei a uma distância considerável e fiquei apenas escutando. Eles eram muito bons!
Tocavam uma música em um estilo parecido com o mexicano, não sabia dizer ao certo. Só sabia que era muito divertida a música. Um ritmo contagiante. Depois de um tempo só observando, eles perceberam que eu estava ali. Fiquei envergonhada. 
Eles olharam para trás e me convidaram para me juntar a eles. No primeiro momento eu hesitei mas logo eles me convenceram. Me aproximei e me sentei ao lado de um cara que parecia muito o Johnny Depp, sério, muito. Fiquei ouvindo eles tocarem, agora de perto, sem saber a letra das músicas que eram em espanhol. Eu fazia umas dancinhas as vezes para descontrair. 
Foi então que o pior aconteceu. O cara que parecia o Johnny Depp falou comigo com um sotaque de inglês bem carregado:
– Você é da onde? - Ele disse em um intervalo entre uma música e outra.
– Sou Brasileira... Mas moro nos Estados Unidos... - Eu disse, sorrindo, um pouco envergonhada. 
– Você deve ter uma voz linda... - Ele disse. Eu arregalei os olhos.
– Como é? - Eu disse, arregalando os olhos sem entender.
– Você ouviu. - Ele sorriu. Cara ele realmente parece o Johnny Depp. Se eu estivesse em uma ilha do Caribe poderia jurar que era ele e até pediria um autógrafo. 
– Henrique tem um tato para encontrar pessoas que tem uma ótima voz só de olhar para elas... - Um homem que estava próximo me explicou.
– Hmm... Então você é um... Vidente de cantores? - Eu perguntei. Eles riram da comparação.
– Acho que pode-se chamar assim... - O Johnny Depp das Bahamas disse. - Então... Vai cantar o que?
– Eu...? Cantar...? Não é uma boa ideia! - Eu disse, com um certo tom de desespero.
– Não acredito nisso... Ande... Que música que você conhece? - Ele perguntou.
– Nenhuma dessas que vocês estavam cantando. - Eu disse, rindo de leve. 
– Uhmm... Conhece essa? - Eles começaram a tocar. Não reconheci nos primeiros acordes mas logo descobri.
– Shewolf? da Shakira? - Eu sorri e comecei a rir. - É muito para mim...
– Não, não é... Entre no ritmo... - Ele insistiu. Eu sorri e não conseguiria recusar. 
Os acordes foram tocados no violão e o ritmo foi tocado nos tambores. O ritmo era mais lento do que a música original, como se fosse uma versão acústica então eu entrei no ritmo.
Aquela situação me contagiou de uma forma tão intensa que eu não conseguia não cantar. Minha voz saiu melhor do que eu imaginava. Saiu doce e melodiosa, combinando perfeitamente com o ritmo soado pelos instrumentos. Eu estava tão a vontade, levando em consideração que estava cantando com estranhos nas Bahamas. Pois é, quando você pensa que a sua vida não pode ficar mais maluca, ela fica. (http://www.youtube.com/watch?v=p3vvR7xKE5Q)
Assim que acabou a música eu fui aplaudida por todos que estavam ali em volta da fogueira. Ouvi uns assobios e gritos atrás de nós, de pessoas de fora. Quando olhei para trás, não estava só o Justin, a Ashley, o Jeremy, Usher, Sean e Scooter ali, também tinha um monte de funcionários. 
– Ah... Meu... Deus... - Eu quase caí dura de vergonha. 
– Eu te disse... - O Johnny Depp sorriu para mim. - Vai lá...
Sorri e agradeci a eles ali, fui na direção dos meus amigos escondendo meu rosto.
– Depois você não quer acreditar em mim! - Usher disse, rindo enquanto me escondia entre seus braços. 
– Isso não foi legal! - Eu disse, de um jeito manhoso, porém rindo.
– Eu sabia... Você canta muito bem! - Sean disse, rindo.
– Estão piorando a situação! - Eu disse, rindo. 
– Minha amiga é tão talentosa! - Ashley fingiu estar emocionada. 
– Vamos... Vamos voltar para o hotel que daqui a pouco pode chover... Vem cantora. - Scooter disse, sorrindo e indo na frente.
– Ai aaaai! - Eu disse, rindo e começando a andar. 
– Hey hey hey! - Senti as mãos do meu namorado me envolverem.
– Heey namorado. - Eu disse, sorrindo para ele. 
– Quando pretendia me contar que canta tão bem? - Ele disse, sorrindo, admirado. Nós paramos um pouco enquanto os outros iam para o hotel. 
– Ah... Eu sempre tive vergonha... - Eu disse, sinceramente.
– Você sempre consegue ficar mais perfeita do que já é. - Ele disse, sorrindo e me dando um selinho. - E nós vamos fazer um dueto.
– É festa agora? Primeiro o Usher, depois você... Acho que estou prevendo uma ligação do Justin Timberlake! - Eu disse, rindo.
– Está tão requisitada assim, Julie? - Ele disse rindo e pegando na minha mão. 
– Sabe como é... Sou tudo de bom... - Eu sorri e roubei um beijo demorado dele. - Quem chegar por último vai ter que dançar Diva de salto alto no salão!
Eu disse e saí correndo, rindo, porque sabia que ele me alcançaria com facilidade. Rindo porque estava feliz que eles haviam gostado da minha voz. Rindo porque queria aproveitar cada segundo naquele lugar mágico. 
No fim ele chegou primeiro, como o previsto e eu cheguei bem depois, quase morrendo. 
– Não tem graça! Você deveria ter me deixado ganhar! - Eu disse, rindo.
– Você me faria dançar Diva no salão... - Ele disse, rindo.
– É, faria mesmo... - Eu ri e coloquei meus sapatos. - Ah! Antes que eu me esqueça... Ashley, Jeremy... Hey... Parem de se comerem aí e me escutem... 
– Hm? - Eles olharam pra mim e eu ri.
– Aconteceu uma coisa... Chata e ruim... - Eu disse.
– O que? - Eles me olharam com preocupação.
– Sabe a chuva que teve ontem aqui? Bom... Teve em Atlanta também... - Eu disse e agora todos ali me olhavam.
– O que aconteceu Julie? - Ashley me olhava.
– Nossa escola foi bastante afetada pela chuva e vai ficar desativada por uma semana, mais ou menos... - Eu disse, chateada.
Ashley colocou a mão na boca, pasma. Jeremy arregalou os olhos. Justin olhou Usher e os dois se encararam por um bom tempo.
– O que foi? - Perguntei, olhando os dois.
– Ahm... Julie pode vir aqui com a gente por um segundo? - Usher disse.
– Claro... - Disse, descontraída, indo para um lugar vazio com eles. 
– Ahm... Amor eu estava pensando... É... que... Sabe... - Eu adorava o jeito que ele ficava envergonhado quando queria me pedir alguma coisa.
– O que foi, Justin? - Eu perguntei, olhando os dois.
– Sabe que o novo single que vai para as rádios do meu CD será UP, não sabe? - JB disse.
– Ahaaam. Você me disse isso semana passada. - Eu respondi.
– Então, vou gravar um clipe! - Ele disse, parecendo animado.
– Que eu vou ajudar a dirigir, por sinal... - Usher disse, sorrindo.
– Olha sóó... Ok e onde eu entro nisso? - Adoro ser direta.
– Eu queria que você fosse a garota do clipe... - Justin disse pegando a minha mão.
– Espera ai... - Eu me afastei, peguei um copo de água no bar e voltei. - Repete.
– Eu quero que você seja a garota do clipe Julie... - Ele sorria. Eu tomei um gole e cuspi tudo pra um lado em uma forma de incredulidade quando ele disse.
– O QUE? Sempre quis fazer isso... Mas... O QUE? SÉRIO? - Coloquei o copo em uma mesa e as mãos na boca.
– Sim! Quero muito... Seria perfeito se você aceitasse... - Justin se aproximou de mim e entrelaçou as mãos com as minhas. - Seria uma forma ótima de dizer ao mundo do nosso namoro. 
– Quer dizer ao mundo que estamos namorando? - Eu estava boquiaberta. 
– Lógico que quero! - Ele riu de mim.
– Caramba... - Eu disse, bege. - Me dê uns 5 minutos para que eu consiga digerir toda a informação ok?
– Ok mas... Tem um problema... - Justin disse. 
– Qual? - Eu olhei para ele.
– Não vou gravar nos Estados Unidos... - Ele disse.
– Vai gravar onde então? Na Austrália? - Eu disse, rindo e meio debochando.
– Não... Em Paris. - Ele disse, esperando minha reação.
– EM PARIS? - Eu gritei.




– Não acredito que estou indo para Paris! - Eu disse, enquanto estava quase morrendo dentro do avião. 
Os últimos dias nas Bahamas passaram e para completar a perfeição eu estava indo viajar para a cidade mais romântica do mundo. A bela e iluminada Paris. Eu nunca tinha ido até lá, mas sempre morri de vontade. E agora... Eu estava indo para Paris com Justin Bieber. 
Hoooooooooooora do infarte, JÁ! Ok... Não deu certo.
– Pode acreditar... - Ele disse e me deu um selinho demorado que eu retribui claro.
– Mas que fogo hem criançada? - Scooter disse, dando um tapa na cabeça de Justin e fazendo a gente parar de se beijar. 
– Vai dar em cima da aeromoça, Scooter! - Justin disse, rindo.
– Pooode deixar. - Scooter disse enquanto olhava a aeromoça de longe. 
– Já estou com saudade da Ashley! - Eu disse, fazendo biquinho.
– Meu deus hem... Não para de falar da Ashley. - Ele disse, fingindo estar irritado.
– Ciúmes? - Eu disse, rindo.
– Nãão! - Ele disse, franzindo a testa.
– Aham... - Eu disse, rindo.
Fomos conversando sobre como seria quando o vídeo fosse ao ar daqui a algumas semanas. Eu estava com o meu estômago cheio de borboletas por causa dessa viagem, desse vídeo, de tudo.
Justin acabou dormindo. Eu não consegui pregar o olho. Meus pensamentos estavam em um completo caos. Eu não conseguia acreditar na vida que eu estava tendo... As vezes eu não me reconhecia. 
Quem diria que uma brasileira de São Paulo conseguiria isso tudo? 
As horas passaram e eu fiquei jogando alguns joguinhos no Ipod Touch do meu namorado. As horas pareciam demorar para passar propositalmente. 
Quando finalmente consegui cochilar, foi quando chegamos ao aeroporto. Justin ainda dormia, como um anjo. Sorri e dei um beijo em seu rosto, fazendo ele acordar.
– Que forma ótima de acordar... - Ele comentou.
– Pois é... Não se acostume. - Eu brinquei.
– Já estou me acostumando... - Ele riu e se ajeitou. Jogou o cabelo para o lado e eu ri.
– Você tem que parar de jogar esse cabelo. Mata umas 500 garotas só de fazer isso... Sério, é um genocídio! - Eu balançava a cabeça negativamente.
– Ah é? - Ele começou a jogar o cabelo para o lado várias vezes para me provocar. Entrei na brincadeira e fingi que desmaiei.
Ele começou a me fazer cócegas e eu logo acordei do meu "desmaio".
Saímos do avião e fomos para o hotel deixar nossas coisas. Não, eu não havia saído das Bahamas e vindo direto para Paris. Passei em casa para perguntar ao meu pai se eu poderia ir e pegar algumas roupas. Eu não ficaria mais do que 3 dias em Paris, disso eu sabia, afinal, eu tinha que arrumar tudo para voltar a escola. 
Logo, como era ainda de manhã quando chegamos em Paris, fomos direto para o estúdio onde estava o diretor do clipe e Usher. Eu teria que conhecê-lo, conversar com ele, ele me daria umas dicas e me mostraria todo o planejamento para o clipe. Justin estaria comigo e Usher também. Eu estaria mentindo se dissesse que não estava nervosa e que não achava que iria estragar tudo. Muita coisa dependia de mim. 
Justin como sempre me acalmava, era um amor. Eu me sentia segura depois de falar com ele. 
Como o planejado, fizemos tudo o que nossa agenda para aquele dia em Paris prometia. Conheci o diretor, que por acaso foi um amor comigo, e ele explicou tudo nos mínimos detalhes para mim e para o JB. 
O clipe se passaria em vários lugares turísticos de Paris, como por exemplo: o museu do Louvre e claro, a torre Eiffel. Também andaríamos pelas ruas de Paris e a história do vídeo se resumiria à uma brincadeira de esconde-esconde, onde eu, a "garota do vídeo Up" levaria propositalmente o Justin até o topo da torre Eiffel. 
Eu mal poderia esperar. Passei o dia com o Justin conhecendo os lugares que gravaríamos e vendo como a cidade era maravilhosa. E claro, fugindo das fãs. 
Não havia lugar mais mágico do que Paris. 
A gravação do vídeo foi marcada para o dia seguinte e levaria o dia inteiro. Estava cansada só de imaginar... Mas seria ótimo!
Voltamos para o hotel lá pelas 18 horas e jantamos com Usher, foi um momento ótimo. Depois do jantar, liguei para o meu pai e para Ashley, contando como tudo ali era lindo e os presentes que comprei para eles. 
Fiquei assistindo alguns programas franceses na televisão sem entender bulhufas do que eles falavam. Era um pouco irritante se quer saber, mas eu queria aprender francês. Inveja do Justin por saber falar francês. Vou pedir pra ele me ensinar.
Lá pelas 21h30, quando eu estava quase cochilando, bateram na minha porta. Sem entender, porque eu não havia chamado serviço de quarto, fui lá abrir. Quando abri, arregalei os olhos.
– O que você está fazendo aqui? - Eu gritei em um sussurro.
– Te sequestrando. - Justin sorriu e entrou no meu quarto, pegando no meu rosto e me beijando, enquanto fechava e trancava a porta do meu quarto de hotel francês. Retribui o beijo caindo na tentação daquela cobra do Éden, até que me toquei da situação.
– Hmm... Ei! - Parei de beijá-lo e ri. - Acha que pode entrar aqui, a essa hora da noite, em um ataque surpresa? 
– Ahm... Não foi a intenção eu... Só estava com saudade de você. - Ele disse, me olhando de um jeito muito fofo.
– Own... Sério? - Eu disse, caindo na tentação da cobra de novo.
– Sim... Sabe que eu não consigo ficar longe de você por muito tempo minha princesa... E além do mais, ninguém vai saber. - Ele disse, sorrindo daquele jeito lindo dele de sorrir.
– Ah... Você tem certeza... Por que alguém pode... - Eu tentei dizer, mas ele colocou o indicador na frente da minha boca e me fez parar de falar.
– Não se preocupe... Nada vai acontecer com você enquanto eu estiver aqui. - Ele disse, acariciando meu rosto. Eu devia estar com uma cara de pata enooorme. Isso se eu não estivesse babando. 
– Eu sou uma moça de família, ouviu? - Eu disse, sorrindo de leve.
– Eu sei... É uma princesa e eu vou te tratar como uma. - Ele disse, roçando o nariz dele com o meu, como dois coelhinhos. Cara, agora eu sei da onde veio a inspiração da música One Less Lonely Girl. Ele é pior que o Don Juan. 
– Acho que não tem nenhum problema... - Eu sorri. E lá estava eu, Julie Evans, mordendo a maçã da tentação.
– Essa é a minha garota. - Ele sorriu e me beijou outra vez, levando uma mão para o meu cabelo e a outra para a minha cintura, onde ele me puxou para mais perto de si. 
Eu retribuia o beijo sem pensar em nada mais do que ele ali. Ele era tudo que eu queria, tudo o que eu precisava, definitivamente. Ele andou um pouco comigo pelo quarto, sem deixar de me beijar, até que acabamos batendo com tudo numa mesinha. Mesmo assim não paramos de nos beijar. Andamos mais um pouco e batemos em outra, tropeçamos e caímos no chão, os dois. Eu olhei ele, ele me olhou, começamos a rir muito.
– Isso foi tão sexy... - Eu disse, começando a rir.
– Tão profissional... - Ele comentou, eu ri ainda mais. 
– Você é um bobo mesmo! - Eu disse me virando e ficando de lado, olhando ele. Peguei em seu rosto e lhe dei um beijo leve, apenas roçando os lábios e logo parando e sorrindo. - Um bobo muito lindo por sinal.
– Amor, assim você atiça o meu ego... - Ele disse rindo e acariciando meu cabelo. 
– Ah não começa, Bieber! - Eu disse, beliscando ele.
– Ai! - Ele deu um berro.
– Que gritinho foi esse? - Eu comecei a rir e beliscar ele mais. Ele levantou um braço e pegou uma almofada do sofá, logo, atacou em mim.
– O QUE FOI ISSO? - Eu gritei indignada e rindo.
– Guerra... - Ele disse em um tom de desafio. 
– Ah é? Ótimo! - Me levantei para pegar uma almofada mas ele me impediu, pegando minhas pernas.- ME SOLTA! 
– Jamais! - Ele disse rindo. Eu não tinha forças porque também estava rindo.
Fui me arrastando com esforço até conseguir pegar uma almofada. Porém, quando peguei...
– Está morto Bieber! - Começamos então uma guerra de almofadas, com direito a pedacinhos de almofada por todos os lados.
Depois de ficarmos submersos à tanta espuma e plumas de almofadas e travesseiros, caímos na cama de cansaço. 
– Você... Parece... O coelhinho... da Duracell... - Eu disse, sem querer em português.
– O que? O que você disse? - Ele se virou para mim, rindo. 
– Ahn? - Eu não tinha percebido o que tinha feito.
– Você acabou de dizer alguma coisa que eu não entendi. 
– Ah! Eu... Ahm... Eu... Deixa pra lá! - Eu ri sem graça.
– Não! Agora você vai me dizer! - Ele me beliscou.
– Não vamos começar de novo Bieber! - Eu ri.
– Está bem... - Ele riu. - Mas fala de novo... Gostei de ouvir você falando espanhol.
– O QUE? - Dei um tapa no braço dele bem forte.
– AI! Dá onde você tira tanta força? - Ele disse acariciando o próprio braço.
– Eu não estava falando espanhol seu idiota! - Eu disse, muito brava.
– Estava falando o que então? Mandarim? - Ele brincou comigo.
– Não! O que você faz enquanto estuda com a sua professora, fica no twitter? - Eu perguntei, brava.
– Ahmm... - Ele sorriu sem graça.
– JUSTIN! - Eu ri indignada e dei outro tapa nele.
– Você tem que parar de fazer isso! - Ele riu e subiu em cima de mim, prendendo meus braços.
Fiquei em choque por um segundo com aquela atitude. Inicialmente inocente, porém, se alguém de fora visse, não pareceria nem um pouco inocente.
– Justin... Drew.... Bieber. - Eu só disse isso.
– Ok amor, ok eu entendi... - Ele saiu de cima de mim e sentou na cama, com as pernas esticadas. Eu olhei ele e ri, balançando a cabeça e engatinhando até ele. 
– Bom menino... - Dei um selinho demorado nele e sorri. - Assim que eu gosto.
– Vou ganhar um biscoito Scooby? - Ele disse sorrindo e me dando outro selinho.
– Ah vai... - Eu ri e dei outro nele.
Eu ri mais e bati na coxa dele, ele abriu as pernas e eu me coloquei ali no meio, me encostando nele. Entrelaçamos nossas mãos e ele ficou me dando beijos no rosto.
– Queria poder ficar assim para sempre. - Eu disse, sorrindo. 
– Eu também... Não tem nada melhor do que estar com você. - Ele sorriu e roçou o nariz na minha bochecha. Eu dei uma risadinha.
– Você acha? - Olhei ele.
– Eu não acho... Eu tenho certeza. - Ele me deu um selinho e eu retribui.
– Por que você gosta de mim? - Eu perguntei, olhando nos olhos dele.
– Por que sempre me faz essa pergunta? - Ele riu.
– Por que... Quer dizer... Eu... Sou uma garota de Atlanta e você poderia ter a irmã mais nova da Kim Kardashian... Ou ter a própria Kim Kardashian se isso não fosse ilegal... - Eu disse, séria.
– E de que isso adiantaria? - Ele perguntou.
– Elas são... famosas e... - Eu comecei.
– Não são você. - Ele me interrompeu.
– Eu só não entendo... - Abaixei o olhar.
– Nem se eu tivesse a Beyoncé seria a mesma coisa que eu ter você. O que nós temos é especial e você sabe disso. Além de ser minha namorada você é a pessoa que eu mais confio no mundo. Eu conto coisas pra você que nunca contaria pra minha mãe e nem para o meu melhor amigo. - Ele disse e eu não olhei ele. - Você me diz o que pensa sem se importar o que eu vou achar. Você não olha pra mim e vê uma estrela, você olha pra mim e vê um garoto. Você é meu porto seguro, meu down to earth. Eu não sei o que seria de mim sem você e não me imagino sem.
– Isso é muito lindo... - Voltei a olhar nos olhos dele.
– E é a mais pura verdade. - Ele acariciou o meu rosto. 
– Diz que nada pode separar a gente? - Eu disse, olhando em seus olhos.
– Nada vai separar a gente... De verdade. - Ele disse, sorrindo e me beijou. 
Ficamos até tarde conversando e assistindo um filme na televisão do hotel, sem se importar com o horário, por mais que deveríamos, afinal, iríamos acordar cedo no dia seguinte. 
Quando era lá pelas tantas da madrugada, ele teve que ir embora, afinal, se alguém visse ele saindo do meu quarto com a mesma roupa do dia anterior, ia pegar muito mal.
Nos despedimos com pesar e ambos caímos na cama como pedras. Antes que eu pudesse sentir que estava dormindo, eu fui acordada pelo telefone. Dessa vez não era o meu celular e sim o telefone do hotel. A recepcionista ligou para nós as 6h30 da manhã. Para que a gente tinha que acordar tão cedo, hem? Ah é, para filmar antes que as fãs francesas, e doidas para dar um beijo francês no meu namorado, aparecessem. Os pontos em campo aberto seriam filmados de manhã e os pontos em lugares reservados pela tarde. Eu teria que usar bastante maquiagem para sumir com as olheiras monstruosas. 
Justin não as teria obviamente, porque ele é um andróide da pele perfeita. Como alguém tem aquela pele? 
Me levantei, ou melhor, me arrastei até o chuveiro e tomei um banho rápido. Dei uma secada no cabelo a la Bieber e me troquei, colocando uma roupa de frio. Encontrei todos no salão reservado para que tomássemos nosso café da manhã. Depois disso fomos finalmente encontrar o diretor. 
Depois de revisar tudo com o diretor, fomos para a parte da beleza. Cabeleireiros, maquiadores e tudo o que tinha direito estavam lá para cuidar de mim. 
No fim, me senti mais linda do que nunca. Estava com um vestido vermelho maravilhoso, cheio de detalhes bordados. Ele era sem alça e beeem colado na parte de cima, tendo em baixo um volume com conteúdo preto. No topo do vestido, na parte "tomara-que-caia" havia uma flor preta em um canto. Coloquei uma meia calça daquelas bordadas e um sapato lindo de boneca, o mais lindo que eu já vi. Me colocaram também um bolero de renda preto com mangas curtas e luvas de renda da mesma cor. Fui maquiada com uma linha de delineador puxada no canto do olho, como um olho-de-gata. Bastante rímel, um pouco de blush e um batom vermelho. Minha franja ficou reta e meu cabelo com cachos a partir da metade. 
Sinceramente? Eu estava um arraso. 
Não consegui ver o Justin por algumas horas, porque ele tinha se arrumado mais rapidamente do que eu, óbvio. Ele foi gravar umas partes em que ele canta sozinho, de praxe. Fiquei conversando com as maquiadoras enquanto esperava ele. 
Depois de um tempo vi que ele estava demorando e fui em direção à saída pra ver se ele estava chegando. Antes que eu chegasse lá ele entrou com Usher e Scooter.
Ele estava lindo.
Usava uma calça preta e um tênis vermelho, uma blusa social preta e um colete vermelho com botões e traseira preta. Eu parei repentinamente enquanto andava só para admirá-lo.
Ele andou mais um pouco até me ver na frente dele. Quando me viu, parou repentinamente da mesma maneira que eu. Ele me olhou de cima a baixo e piscou algumas vezes até fazer alguma outra reação. Usher sorriu e se aproximou antes dele, veio me abraçar até que a minha estilista quase esfaqueou ele.
– WOW WOW WOW! Cuidado com a roupa! - Ela disse, quase dando um ataque.
– Tuudo bem! Não tocarei na vossa majestade. - Ele disse levantando os braços como quem se rende, eu revirei os olhos e ri.
Quando olhei de novo Justin estava se aproximando de mim, ainda com o olhar bobo.
Eu não precisaria de blush aquela hora porque estava muito corada. 
– Você está... - Ele suspirou. - Eu nem sei o que dizer.
– Acho que isso já foi o bastante. - Eu sorri de leve e mordi o lábio. 
Nós fomos para o carro que nos levaria para o próximo set de filmagem. Não falávamos nada, só nos olhávamos e sorríamos. Aquilo tudo era perfeito demais para ser de verdade.
O dia passou até que depressa, as filmagens pareciam ter ficado lindas e o esforço havia valido mais do que a pena. Eu mal esperava para vir na estréia do clipe. Seria maravilhoso!
Não só pelas roupas lindas, cenário fabuloso, companhia perfeita... E sim porque aquele vídeo significava mais do que um simples vídeo. 
Era o começo de um caos mundial de garotas revoltadas. 
Medo? Magina. 
Depois da gravação e de nós nos arrumarmos - e de eu lutar porque queria ficar com aquela roupa linda e acabar conseguindo ela de presente - voltamos para o hotel. 
No carro fomos apenas eu e Justin - e o motorista é claro - e eu senti que ele estava um pouco tenso. Encostei minha cabeça em seu ombro e peguei a sua mão.
– Príncipe, o que tem de errado? - Eu perguntei, docemente.
– Ahm... Não é nada amor... Nada demais... - Ele disse, eu não acreditei.
– Tem que mentir melhor para alguém que te conhece melhor do que ninguém. - Eu sorri e olhei ele. - Anda príncipe... 
– Ah é que... Aconteceu uma coisa chata. - Ele disse, sem me olhar, apenas olhando nossas mãos.
– Me conta... - Incentivei.
– Amanhã você volta para Atlanta... - Ele começou.
– Sim, nós volt... O que quer dizer com "Você volta para Atlanta"? - Eu perguntei com um péssimo pressentimento.
– Ah... Julie... Você tem que voltar para a escola e para a sua família... - Ele disse ainda sem me olhar.
– Sim... E você vem junto não é? É esse o combinado. - Eu disse, olhando ele.
– Era... Até o Scooter aceitar uma turnê de entrevistas e pequenos shows pela Europa. - Ele disse, me olhando de relance e logo desviando o olhar.
– O que isso quer dizer? - Eu perguntei sem querer acreditar.
– Eu... Vou ter que ficar na Europa... E você vai ter que ir. - Ele disse, com pesar.
Foi então que a realidade caiu sobre a minha cabeça como um piano em cima do frajola. Meu coração se apertou e as lágrimas começaram a encher os meus olhos sem que eu pudesse evitar.
– Por quanto tempo? - Foi tudo que saiu da minha boca. Afinal, eu não poderia impedi-lo de viver a sua vida. Cedo ou tarde eu me lembraria que ele não era só o meu Justin, era o Justin Bieber, de todas as garotas do mundo.
– 3 ou 4 semanas... - Ele disse, mordendo o lábio com força.
– Vou ficar sem você por um mês? - Eu disse, ofegante e indignada.
– Não necessariamente sem mim... Eu vou te ligar e podemos nos falar pelo computador e... - Ele tentou amenizar a situação.
– Vou reformular a frase... Vou ficar sem te ver, te tocar e te abraçar por um mês? - Eu não conseguia suportar a ideia.
– Eu sei que é difícil... Mas vai passar rápido. - Ele me olhou e acariciou o meu rosto.
– Vai... Vai sim... - Eu tentei sorrir e incentivá-lo.
Mas no fundo... Eu não conseguia. Eu estava me sentindo sufocada, com náuseas e tonta. Um mês sem ele. Um mês sem o amor da minha vida.
Isso já estava doendo.
Eu queria chorar, queria gritar, queria fugir dali para que ele não me visse chorar. Mas tudo o que eu fazia era sorrir e falar que tudo estava bem. 
Por que? Por que eu era a melhor namorada do mundo. Incentivava o trabalho dele e ajudava ele, não poderia ser um empecilho.
E ser a melhor namorada do mundo... doía. 
Meu coração estava quebrado e a saudade já estava ali, presente.
E eu nem havia entrado no avião.
O que vou fazer sem ele?
-------------------------------------------------------
HEEEEEY, 
Estão gostando beliebers?
Comentem comentem!
Beijos :* - Ananda 

7 comentários:

  1. maaaaaais, meu Deus isso aq tá mto bom :DD

    ResponderExcluir
  2. Tá lindo!Nossa muito mais que perfeito. MAS ESSE FINALZINHO AÍ FICOU TRISTE MIMI.

    ResponderExcluir
  3. O SEU IMAGINE É PERFEITOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

    ResponderExcluir
  4. sei que ja posso ler o proximo, mas ta tarde vo durmi muito curiosa

    ResponderExcluir