quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

10º Capítulo - Lonely Atlanta




Feche os olhos e faça um desejo.
Eu fechei e fiz.
Eu desejei que o tempo parasse. Somente isso.
Nunca desejaria que ele não fosse Justin Bieber. Nunca desejaria que ele não tivesse compromissos que não poderia faltar por minha causa. Nunca desejaria que ele trocasse a vida dele para ficar uns dias comigo em Atlanta.
Eu seria muito egoísta se fizesse.
Mas ao mesmo tempo... O que seria de mim sem ele?
Não havia passado mais do que dez minutos que ele havia me dado a notícia e eu já estava me sentindo sufocada.
Ele era o meu porto seguro. Meu refúgio feliz. O que fazia meu mundo ser colorido.
Sem ele... Nada fazia o menor sentido. 
Eu olhava nossas mãos entrelaçadas em silêncio enquanto estávamos no carro indo para o hotel. 
Em silêncio eu tomava uma decisão. Uma decisão muito difícil. 
Foi então que eu decidi que iria apoiá-lo em tudo. Em sua carreira, em suas decisões, em tudo. Eu sorriria mesmo que não quisesse sorrir. Eu sabia o quanto significava para ele me ter ao seu lado e eu continuaria assim. 
Levantei a cabeça e peguei no rosto dele, beijando-o de surpresa. 
Ele se surpreendeu porém logo retribuiu o meu beijo, sentindo o significado por trás dos lábios se tocando. Era difícil para nós dois, mas não havia muito a se fazer naquele momento. 
Quando aquele beijo acabasse, eu começaria com meus falsos sorrisos de apoio. 
E assim aconteceu.
Quando parei de beijá-lo, eu sorri e acariciei o seu rosto, logo sussurrando para ele.
– Eu quero que você fique tranquilo quanto a mim, está bem? Eu estarei tão ocupada com provas e trabalhos que o mês vai passar mais rápido do que pensamos. E a cada dia, cada hora, será uma hora a menos. - Eu disse dando de ombros. - E sinceramente, não aguento mais você. 
– Não aguenta é? - Ele disse rindo, descontraído. 
O que eu havia feito tinha dado certo. Eu teria que continuar para que ele não notasse minha tristeza. 
Logo chegamos no hotel e saímos dentro do estacionamento do mesmo. Entrelacei a mão com a do meu namorado e fomos para o elevador, só nós dois. Encostei minha cabeça no ombro dele e ele tocou com o dedo o botão do ultimo andar, a cobertura, onde nós estávamos. 
Um andar passou, outro passou, outro passou e outro... Até que tudo ficou escuro e sentimos uma parada repentina.
O elevador havia quebrado e uma luz de emergência foi acesa. 
Levantei minha cabeça e a primeira coisa que eu olhei foi Justin.
Justin Drew Bieber, meu namorado claustrofóbico. 
Que droga! Por que essas coisas realmente acontecem na vida real?
Corri para o telefone de emergência e esperei, olhando ele.
– Recepção, qual é o problema? - Uma mulher falou com uma voz de mixirica. 
– O elevador em que estou acabou de parar, dá pra mandar alguém para consertar depressa? - Eu disse, muito irritada e preocupada.
– Claro, mandaremos uma equipe aí o quanto antes. - Ela disse. Eu me irritei mais ainda, eles não mandariam o quanto antes coisa nenhuma. 
– Justin Bieber está dentro desse elevador. Ele é claustrofóbico. - Eu sussurrei. - Não vai ser bom para a imagem do hotel deixar um superstar preso em um elevador. 
– Estamos mandando uma equipe imediatamente. - Ela disse com firmeza. Assim que eu gosto.
Desliguei o telefone e fui próximo dele. Tadinho, ele realmente não estava bem. Também, aquele elevador não era muito grande. Ele havia sentado no chão do elevador e estava respirando com dificuldade. Eu não sabia o que fazer, estava com medo de ele desmaiar ali. 
Odiava ver ele mal, ele era muito precioso para passar mal. 
Me sentei ao seu lado e peguei sua mão, pensando em algo que o deixaria melhor.
– Calma amor... Eles já estão vindo! Daqui a poucos minutinhos já vamos estar no quarto, está bem? - Eu disse, acariciando seu rosto de leve.
Ele apenas assentiu com a cabeça. Senti que ele começou a suar. 
Como um hotel de Paris poderia deixar um elevador quebrar? Eu hem.
– Já sei... Você precisa se distrair... Esquece que está aqui ok? Vamos lá... - Eu tentava pensar depressa para ajudá-lo. - Já sei! Vamos cantar!
Eu disfarçadamente peguei meu celular e coloquei um vídeo de um show dele para tocar.
– O que...? - Ele disse rindo de leve.
– Não está ouvindo? Você está prestes a entrar no palco, em um lugar enooooooorme, cheio de fãs! - Eu sorri, tentando incentivá-lo a entrar naquela minha loucura. 
Ele riu de mim, mas mesmo assim entrou na minha brincadeira. 
– Hmm... E eu vou cantar o que? - Ele disse, se distraindo daquela loucura e dando atenção a minha. Isso era ótimo e significava que estava funcionando... seja lá o que eu estivesse fazendo. 
– Eenie Meenie! - Eu disse, rindo. - Foi a primeira música que veio na minha cabeça. 
– Ah claro, chama o Sean Kingston aí. - Ele disse rindo.
Eu peguei o boné roxo dele e coloquei na cabeça, com a parte da frente para trás.
– Eu serei o Sean Kingston! - Eu disse, rindo.
– Sabe que olhando assim, você bem que parece com ele? - Ele disse colocando a mão no queixo. 
– Obrigada! Me sinto linda e famosa agora. Sem contar no talento. - Eu disse, sorrindo. 
– Você já é tudo isso e sabe muito bem... - Ele disse, sorrindo de leve.
– Não sei não! - Eu disse rindo. - Mas não me enrole vamos cantar sim! 
– Estou esperando você começar... - Ele disse.
– Por que? - Eu perguntei.
– Porque você é o Sean. - Ele disse.
– E o que tem? - Eu perguntei.
– O Sean começa a música, Julie. - Ele disse, gargalhando.
– AH! É! CLARO... Que maluca que eu sou... - Eu disse rindo e escondendo o meu rosto. - Ok, preparado?
– Essa eu quero ver... Eu estou preparado sim. - Ele disse sorrindo.
– Eenie meenie miney mo. Catch a bad chick by her toe! If she holla' if, if, if she holla, let her go!– Eu disse começando a cantar, com um jeito muito rapper esquisito. Eu tentava imitar os gestos costumeiros de Sean e do Justin, mas tudo saia muito pior. - She's indecisive. She can't decide, she keeps on lookin' from left to right. Girl, c'mon get closer, look in my eyes. Searchin' is so wrong, I'm Mr. Right!
Eu gostava da reação que estava causando nele. Ele estava rindo, rindo de verdade, de um jeito delicioso como quem estava vendo uma das melhores comédias. Se bem que a comédia era eu... O que eu não fazia por aquele garoto?
– You seem like the type, to love 'em and leave 'em...– Eu fazia o sinal de coração e depois de mandando alguém se afastar. - And disappear right after this song.– Teve direito até a parte de tchauzinho. - So give me the night to show you, hold you... Don't leave me out here dancin' alone.
Eu continuei cantando, super descontraída até que chegou a parte dele de cantar. Eu não tinha certeza se ele cantaria, até que fui surpreendida. 
– Let me show you what your missin', Paradise. With me you're winning girl, you don't have to roll the dice. Tell me what you're really here for, them other guys? I can see right through ya'– Ele cantava dançando também. Eu ri bastante, mas ele estava uma graça.
Começamos a cantar juntos, como dois doidos em um elevador parado. Sem realmente se importar. Até que o elevador começou a subir novamente.
– Yay! - Eu disse, rindo e me levantando. Estendi os braços para puxar ele.
– Nossa... - Ele se levantou e respirou. - Você... Realmente me ajudou. Eu estaria tendo um ataque se não fosse por você. Eu nunca tinha conseguido acabar com a claustrofobia em lugares assim até agora...
– De nada amor... Ah! Eu adoro Dolce&Gabbana ok? - Eu disse, rindo e abraçando ele. 
Logo estávamos no nosso andar e saímos. Paramos um na frente do seu quarto. 
– Eu vou... deitar um pouco. Ok? - Ele disse, como se esperasse a minha aprovação.
– Claro! Lógico amor... Tome um banho, coma alguma coisa aí mesmo e descanse, você precisa... Quer que eu chame a sua mãe? - Eu disse.
– Não... Eu chamo ela mais tarde, ela deve estar jantando essa hora. - Ele disse sorrindo. 
– Ok amor... Boa noite então. - Eu sorri.
Ele olhou o corredor e viu que não tinha ninguém, se aproximou e me abraçou pela cintura, me tirando do chão. Eu comecei a rir. 
– Amoor! - Sussurrei. 
– Um beijo de boa noite. - Ele disse.
– Não precisa pedir duas vezes! - Eu sorri e dei um selinho demorado nele. Logo ele me colocou no chão. - Tá fortinho hem?
– Pois é... - Ele disse rindo e indo para o quarto. - Boa noite amor.
– Tchau príncipe. - Eu disse entrando no meu quarto. Esperei ele fechar a porta e logo fechei a minha, encostei nela e escorreguei até o chão. - Olá solidão.
Eu fiquei algum tempo ali, pensando, sem saber realmente o que fazer.
Eu só fazia uma coisa quando não sabia o que fazer.
– Alo? - Uma voz linda disse do outro lado da linha.
– Ashley? - Eu perguntei.
– Julie? - Ela perguntou.
– Oi amor... - Eu disse, tentando parecer animada.
– Que saudaaaaaaaaaaade! - Ela quase berrou. Eu dei uma risada.
– Sim amiga, muita saudade! - Eu disse, tentando de novo parecer animada, só que ainda sem sucesso.
– O que aconteceu? - Ela disse repentinamente. Ashley me conhecia muito bem.
– Ah... Não foi nada... - Eu tentei esconder.
– Você não me ligaria a esse horário se não fosse nada Julie. - Ela disse, começando a ficar com o tom de irritação.
– Desculpa... É que é algo muito difícil para mim dizer... - Eu disse, tentando evitar as lágrimas que já começavam a tentar sair.
– Me diz amor... - Ela estava preocupada comigo agora.
– Eu vou voltar amanhã... - Eu comecei, com dificuldade.
– Sim eu sei... O que tem demais nisso? - Ela perguntou, inocentemente.
– Eu vou sem o Justin... Ele vai ficar. - Eu disse, rindo para disfarçar a tristeza.
– Como assim? - Ela perguntou.
– Ele tem que ficar para alguns compromissos que ele tem aqui em relação ao CD dele e... Bom, eu tenho que voltar para a escola... - Eu expliquei.
– Ah... Que... Péssimo... Você deve estar se sentindo horrível amiga. - Ela disse.
– Sim... Estou... - Eu ri de novo, sentindo as lágrimas em meus olhos.
– Eu queria poder estar aí com você... - Ela disse.
– Também queria... Muito... - Eu disse.
– Olha... Toma um banho, se deite e tudo vai ficar bem ok? Eu prometo. - Ela disse.
– Como pode prometer uma coisa que sabe que não vai acontecer? - Eu perguntei, limpando uma lágrima que deslizava pelo meu rosto.
– Vai acontecer sim Julie... Por que desde que você veio para cá você passou a maioria do seu tempo com ele. Superou até comigo! Você tem se entregado demais a ele, tem que parar de depender dele. Tem que se concentrar em você por algum tempo, respirar. Não pode focalizar toda a sua expectativa de felicidade no Bieber e sabe disso... - Ela disse.
Eu odiava quando ela estava certa. 
– Você... tem razão. - Eu sussurrei.
– Claro que eu tenho... Agora faz o que eu disse, amanhã vem pra casa e vai ficar tudo bem. - Ela dizia.
– Está bem Ash... Vou tomar um banho agora... - Eu disse me levantando.
– Isso amor, se precisar me ligue depois ok? Qualquer hora! - Ela disse.
– Tudo bem amor... Obrigada Ash. - Eu disse sorrindo e logo desliguei.
O dia passou depressa. Tomei um banho e me deitei, aproveitando minha última noite naqueles lençóis franceses magníficos. 
Por mais incrível que parecesse, eu dormi super bem. Talvez pelo conselho de Ashley ou talvez por aqueles lençóis e travesseiros maravilhosos.
O dia, infelizmente, passou mais depressa do que eu pensava que iria passar. 
Passei o dia com Justin e Pattie, sua mãe. Ele ficou tocando violão e nós duas cantando baixinho, sorrindo. Eu amava quando ele fazia isso. 
Quando eu vi, já estava na hora de arrumar as malas e ir para o aeroporto. O sentimento de sufoco aumentava a cada segundo. 
Justin segurou as minhas malas enquanto íamos em direção ao carro. Nenhuma palavra se quer foi pronunciada. Porém, isso já significava muitas coisas. 
William Shakespeare um dia escreveu:
"Perguntei a um sábio, a diferença que havia entre amor e amizade, ele me disse essa verdade... O Amor é mais sensível, a Amizade mais segura. O Amor nos dá asas, a Amizade o chão. No Amor há mais carinho, na Amizade compreensão. O Amor é plantado e com carinho cultivado, a Amizade vem faceira, e com troca de alegria e tristeza, torna-se uma grande e querida companheira.  Mas quando o Amor é sincero ele vem com um grande amigo, e quando a Amizade é concreta, ela é cheia de amor e carinho. Quando se tem um amigo ou uma grande paixão, ambos sentimentos coexistem dentro do seu coração."
Essas belas palavras ecoavam na minha mente de vez em quando. Hoje elas gritavam. Meus lábios diziam sim... Mas meu coração dizia não.
Nós entramos no carro e ele me abraçou, envolvendo meu ombro com seu braço. Eu adorava seu abraço e ele sabia disso. 
Eu não queria que nós chegássemos ao aeroporto. 
Por que amar poderia doer tanto? 
Infelizmente uma hora nós chegamos no aeroporto. Aquele lugar, por mais bonito que fosse, era horrível para mim naquele momento. Nós dois saímos do carro e esperamos o motorista pegar minhas malas. Entramos no aeroporto e fomos em direção a entrada. Já estava quase na hora.
A cada passo era uma batida de coração. A cada passo acelerado, uma batida acelerada. A cada passo, uma lágrima contida. Eu sentia sua mão entrelaçada na minha. Tentava guardar na memória, afinal, iria ficar um bom tempo sem ele.
Eu poderia estar fazendo um baita de um drama naquele momento.
Mas no fundo, eu não estava. 
Quando se está apaixonada, qualquer coisa ruim que acontece parecia que era o fim do mundo. Para mim, ficar um mês sem Justin Bieber, seria pior do que tudo nesse mundo. Esperei na fila para entregar a minha passagem, tinha uns 4 ou 5 na minha frente. Tempo para me despedir. 
– Bom... - Eu não olhava em seus olhos. - Acho que é isso... O sonho acabou.
– Como assim o sonho acabou, Julie? - Ele perguntou, em um tom confuso.
– Estou indo embora... - Olhei a passagem que me esperava com receio.
– Mas não para sempre... Não fala isso... Vamos nos ver logo, eu prometo. - Ele pegou no meu queixo e me fez olhá-lo. - Não fala isso por favor... Tudo já está sendo tão difícil... Ficar sem você... Vai ser como estar no inferno.
– Não seja bobo... Você vai se dar bem... É o meu Justin alegre e divertido, sempre. Com ou sem Julie. - Eu sorri de leve. Era difícil fingir um sorriso e conter as lágrimas ao mesmo tempo.
– Você vai ficar bem? - Ele perguntou olhando nos meus olhos.
Eu tive que respirar bem fundo depois dessa.
– Sim... Sim eu vou. - Foi tudo que saiu. 
– Eu vou sentir muito a sua falta, princesa. Muito... - Ele dizia, acariciando meu rosto. Toquei com a minha mão a dele que estava no meu rosto.
– Vai passar mais rápido do que podemos imaginar... - Eu disse, tentando sorrir. 
– Última chamada vôo 76887 para Atlanta - EUA. - A recepcionista disse.
Eu fechei os olhos e tentei me concentrar. 
– É minha deixa... - Eu ri de leve e voltei a encarar a passagem. - Tenho que ir amor...
– Eu sei... - Ele disse com um cara muito triste. 
Eu me aproximei e acariciei o seu rosto, tentando sorrir. Me aproximei e beijei ele, carinhosamente. Demorei um pouco, não muito. Logo me afastei e peguei a minha mala, dando tchau de longe para o motorista francês. Entreguei a passagem para a moça verificar. Justin correu até mim.
– Acho que morro se não perguntar... Você não... poderia ficar, poderia? Quer dizer... Eu... Não sei... - Ele gaguejava. Eu achei lindo da parte dele.
– Eu queria... Mas meu pai não vai deixar... Tem a escola e tudo mais... É complicado. - Eu disse, com muito pesar.
– É... É eu entendo... Eu pensei nisso mas... Não custava... Tentar... - Ele dizia, rindo e tentando esconder a tristeza, assim como eu costumo fazer. 
– Nós vamos ficar bem... Ok? Vai tudo dar certo... - Eu disse, tentando encorajá-lo a ficar bem. 
– Você tem razão... Nosso amor é mais forte que tudo... - Ele disse, sorrindo. 
– Sim... And we can go nowhere but Up. - Eu ri dizendo uma parte da música dele que caia bem na situação.
– Sim... - Ele riu e acariciou o meu rosto. 
– Não me troque por uma francesa... - Eu disse, rindo. 
– Nunca... Jamais... - Ele disse, sorrindo. 
A mulher checou minha passagem e disse que estava tudo bem. Sorri para Justin e comecei a andar em direção ao avião. A medida que eu andava, as lágrimas enchiam os meus olhos em uma forma incrível. Eu estava ficando sufocada, eu não conseguia  mais andar. Eu tinha que olhar para trás para ver se ele ainda estava ali. Eu me virei...
E ele estava. 
Estava ali, me olhando andar para longe dele. 
Meu coração ficou apertado e as lágrimas começaram a cair. Eu não poderia chorar na frente dele mas eu não conseguia! 
Eu era fraca. 
Não consegui prender também meus pés no chão. Saí correndo até ele para me jogar em seus braços e abraçá-lo mais uma vez antes de partir. Ele me pegou e me girou no ar. 30 dias. 30 dias sem ele. Isso doía. Beijei ele mais uma vez, de uma forma apaixonada e triste. Minhas lágrimas escorriam e eu não conseguia impedi-las. 
Quando paramos de nos beijar, ele me olhou e mordeu o lábio, como se tentasse se conter também. 
– Você não está nada feliz, não é? - Ele perguntou. Eu não conseguia mentir para ele, olhando naqueles olhos.
– Não... - Sussurrei e balancei a cabeça negativamente. 
– Eu prometo que vamos nos falar todo dia... todo dia. - Ele pegou meu rosto com as duas mãos e me beijou novamente.
Eu não queria, mas eu tinha que ir. Depois daquele beijo eu olhei ele mais uma vez e saí correndo para pegar a minha mala. Eu tinha que correr, porque se não eu voltaria para ele. Peguei a mala e só olhei para trás de novo quando estava a uma distância considerável.
Ele ainda estava lá, me olhando subir as escadas para o avião.
Acenei pela última vez e entrei no avião. Procurei minha cadeira e me sentei. Fechei os olhos e finalmente deixei que as lágrimas saíssem. 
Eu sentei no avião e estava chorando, nem vi que havia pessoas do meu lado.
Alguém havia me oferecido um lenço. Quando eu olhei, era uma garota. Parecia ser mais nova do que eu, porém, com um aspecto bem maduro. Ela tinha um cabelo castanho não muito longo e uma franja para o lado. Seus olhos eram castanhos e carinhosos e sua feição era solidária. Ela parecia ser uma ótima amiga. Peguei o lenço e agradeci, utilizando-o logo em seguida.
– Qual é a sua história? - Ela me perguntou.
– Abandonar o namorado nunca tem um final feliz. - Eu disse, rindo de leve.
– Sei o que quer dizer... Ou pelo menos, imagino. Futuramente, quem sabe. - Ela brincou, tentando descontrair.
– Eu acho melhor não... Não desejaria isso para ninguém. - Eu disse, olhando minhas mãos.
– Qual é o seu nome? - Ela perguntou.
– Julie Evans... - Eu respondi, distraída.
– A suposta namorada de Justin Bieber? - Ela abriu a boca, surpresa.
– Ahm... Segredo de estado. - Eu olhei ela e sorri sem graça.
– Wow... Não é sempre que se encontra a namorada famosa de um cara famoso no avião... - Ela disse, sorrindo. Eu acabei rindo.
– Não sou famosa.
– Ah é sim... - Ela brincou comigo, eu ri mais ainda.
– Qual é o seu nome? - Eu perguntei, interessada. 
– Mary Lobato. - Ela respondeu, sorrindo para mim. 
– Belo nome, Mary. - Eu elogiei, amigavelmente.
– Obrigada Julie, digo o mesmo... - Mary disse. - Mas então... Por que teve que abandonar a sensação pop?
– Porque... Bom... - Eu acabei rindo da comparação que ela fez. - Eu tenho que estudar... E ele de continuar com a carreira. Mundos diferentes. É meio difícil...
– Separações, mesmo que não completas, sempre são difíceis... Despedidas então, nem se fala. Porém eu não concordo com uma coisa que você disse...
– O que? - Eu perguntei.
– Não são mundos diferentes, Julie. O mundo é apenas um. A forma de vê-lo sim, é diferente. Na França ou nos Estados Unidos, estão em um mesmo mundo. A distância pode parecer insuportável ao primeiro olhar, mas no fundo, é muito sábia. Faz você conhecer também um monte de outros sentimentos... Você vai ver que nada acontece por acaso... No fim, tudo vai se encaixar.
Era incrível como as palavras daquela garota faziam sentido. Ela tinha um tato para falar comigo que me acalmava. Me fazia encarar a realidade de outra maneira. Apesar de ainda triste, eu começava a pensar mais em coisas mais reais. A realidade pode ser uma aliada, isso é certo.
Sorri para ela quando ela terminou. Ela mal sabia o quanto havia me ajudado só em dizer aquelas palavras que ninguém havia dito. Era tudo o que eu precisava ouvir para ter força e continuar o meu caminho. E quem ela era? Uma garota que eu conheci da forma mais inusitada possível. Em 5 minutos conversando com ela, eu já sentia que ela era confiável. Além de muitas outras coisas, o tipo de amiga que você guarda pela vida, pois são pessoas muito raras. 
Você não precisa conhecer uma pessoa há 9 anos para saber que ela é sua amiga. Não, você sente isso. Amizades de verdade vão muito acima de números e anos. Amizades são momentos, choros, alegrias, comentários, conselhos, motivações e planejamentos.
Ashley também era assim, como aquela garota. Eu a havia conhecido e já sentido que ela era confiável. Poucas pessoas sentem isso.
Nada é mais importante do que uma amizade. A força de um amigo é a maior força que existe.
Eu passei a viagem inteira conversando com aquela garota. Aquilo foi realmente uma surpresa do destino. Como um sinal de um anjo de que eu deveria ser forte acima de tudo. Infelizmente Mary teve que parar no Aeroporto de Los Angeles (LAX) porque iria ver sua melhor amiga, que por acaso era uma atriz.
Eu sabia que uma forma ou de outra, eu iria encontrá-la algum dia.
Eu não sabia como, mas sei que iria.
E isso não tem nada a ver com adicioná-la no facebook, sério.
Mais algumas horas sozinha, ouvindo a voz do Justin no meu Ipod, logo cheguei à Atlanta.
Fui recebida por meus avós, Ashley, Jeremy e até os pais da Ashley.
Parecia uma festa. Eu diria que era irônico eles festejarem eu ter deixado meu namorado, se eu não tivesse tão feliz de vê-los.
Em momentos difíceis, nada melhor do que estar com a família e amigos.
Eu só esperava que isso fosse suficiente para completar o espaço que o Justin tomou na minha vida.
30 dias...
Acho que vou para o hospital, porque a minha Bieber Fever está mais alta do que nunca.
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Quem quer continuação? COMEEEEEENTEM õ/
E boa noite Beliebers <3 Ananda

3 comentários:

  1. Vc já pensou em escrever um livro amr??? vc tem um certo talento com as palavras! isso é um dom. A #IB está mto boa :))

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  2. caramba, você escreve bem e sua história é linda. Parabéns. Está indicada ao oscar. haha

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