sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

11º Capítulo - Starstruck



I'm going down down down down...
And I just can't believe my first love won't be around.
Thought you'd always be mine, mine...
Era incrível como a maioria das músicas dele se encaixavam perfeitamente nos nossos momentos juntos. Eu escutava cada música e sempre me lembrava de algum momento inesquecível que passamos juntos. 
E claro que isso só piorava a minha situação.
Apesar de que toda essa história esteja sendo bem difícil para eu suportar, eu passava a maior parte do meu tempo fingindo estar bem. Isso as vezes me fazia esquecer que eu não estava bem. 
Cheguei de Paris no sábado pela manhã e passei meu fim de semana fazendo um milhão de coisas para me distrair e também para tirar da minha cabeça o fato de que ele estava a milhões de quilômetros de mim. 
Ashley deveria ter comentado sem querer com o meu pai e meus avó sobre o que estava acontecendo. Pois assim que eu os encontrei no aeroporto pude sentir toda aquela tensão e preocupação exalando de todos. 
Minha ideia de me ocupar estava funcionando até eu perceber que não conseguia ficar muito tempo sem ouvir a voz dele. 
Foi então que meu Ipod virou o meu companheiro inseparável. Eu ficava com os fones no ouvido e ouvia toda a lista de reprodução dos dois CDs dele e até umas músicas cover que ele tinha feito. 
Poderia parecer loucura, mas essa era a minha maneira de lidar com a situação... E de não chorar.
É tão difícil se separar de uma pessoa. Principalmente se você passou o último mês vendo essa pessoa todo santo dia. Sem excessão. Passar horas e horas inesquecíveis ao lado dessa pessoa. Acordar pensando no que vai fazer com aquela pessoa naquele dia e no próximo dia. Você se acostuma. Esquece de como era sua vida antes de conhecer essa pessoa e você passa a depender disso. Depender dessa felicidade diária. 
Tudo piora quando você vê que está apaixonada por essa pessoa. Loucamente apaixonada, por sinal. Tudo fica mais complicado, mais difícil, mais insuportável. E você tem que encarar isso sozinha porque ninguém nunca irá entender se nunca passou realmente por uma situação igual.
Por que o amor faz doer tanto? Por que ele não sai da minha cabeça? 
Por que?
Por mais que eu quisesse deixar tudo mais fácil, era impossível.
Minhas memórias não me satisfaziam. Não faziam jus à situação em si. 
Eu precisava dele, ali comigo. Eu precisava conversar com ele, abraçar ele, sentir ele. Meu coração ficava apertado só de pensar que ele não estava ali e não chegaria tão cedo.
Eu não o veria tocando a campainha de casa e falando com a minha avó. Não passearia com ele no parque. Não ficaria no quarto dele conversando sobre coisas que não deveríamos conversar ali. Não faríamos uma guerra de travesseiros nem uma guerra de água na piscina. 
Eu me sentia sufocada, sinceramente. Sabe quando algo não está certo? Quando algo está faltando? Eu me sentia assim.
Eu não me alimentava direito, pois não tinha fome. Para contornar a preocupação dos meus pais eu dizia que havia conhecido uma nutricionista francesa e ela havia me dado uma dieta incrível e super saudável, mas que para isso eu deveria seguir à risca. Também não dormia muito, não conseguia, meus pensamentos não me deixavam. Para me ocupar eu ficava escrevendo no meu diário ou passava o tempo na internet. 
As vezes eu revia minhas fotos com ele e nossos amigos nas Bahamas e nossas fotos em Paris. Eu sorria lembrando, foram momentos ótimos. Eu não imaginaria que ficaria assim depois dessa viagem. Eu sentia falta dela e não queria que tivesse acabado. Eu poderia ficar lá para sempre. 
Enquanto eu via aquelas lindas fotos, para melhorar a situação começou a tocar "Where are you now?" no meu Ipod.
Essa música conseguia me deixar ainda pior, mais sufocada, com mais saudade e ainda mais triste sem ele.
E eu não estou exagerando...

Where are you now?
(Onde está você agora?)
When I need you the most...
(Quando eu mais preciso de você...)
Why don't you take my hand?
(Por que você não pega a minha mão?)
I wanna be close.
(Eu quero ficar perto.)
Help me when I am down.
(Me ajude quando eu estiver para baixo.)
Lift me up from of the ground.
(Me levante do chão.)
Teach me right from wrong.
(Me ensine o que é certo do que é errado.)
Help me to stay strong.
(Me ajude a permanecer forte.)
So take my hand and walk with me...
(Então pegue a minha mão e ande comigo...)
Show me what to be.
(Me mostre o que vai ser.)
I need you to set me free...
(Eu preciso de você para me libertar...)
Where are you now?
(Onde está você agora?)

Agora entende o que eu estou passando?
Porém... Ninguém me disse que seria fácil. E realmente não é.
Entre suspiros e lágrimas contidas eu me ergo e sorrio para todos que vierem me dar um abraço solidário. 
Amanhã seria o meu primeiro dia de aula depois de todas as viagens, confusões e aventuras, digamos assim. Seria algo engraçado de se ver.
Antes de eu ir para a viagem do Golden Ticket, muitas das pessoas já estavam comentando sobre a minha amizade com Justin Bieber. Porém, eles não comentavam discretamente, eles faziam tudo descaradamente.
Chegavam para mim e perguntavam, chantageavam e até imploravam para eu falar alguma coisa. A minha resposta era sempre a mesma: "Somos apenas amigos". 
Amanhã recomeçaria essa luta dentro da escola. Eu deveria sorrir e dar algumas risadinhas, sem esquecer de por em prática as frases prontas que eu deveria dizer.
"Nós dois somos só ótimos amigos, é só isso"
"Sim, a viagem foi ótima, ele é um doce e muito engraçado"
"Não passei muito tempo com ele, passei a maior parte passeando e conhecendo as Bahamas com a Ashley"
"Sério que você ouviu isso? Hahaha Não, não estamos namorando"
Os sorrisos falsos e as risadas doces seriam o ponto forte da semana. 
Talvez essa nossa separação por um tempo possa acalmar esses boatos, enfim alguma coisa boa em relação a tudo isso. 
Quando deu 20h30 eu saí correndo para a sala de televisão da minha casa. Pulei no sofá e encolhi os joelhos, pegando o controle remoto e colocando na BBC, aquele canal inglês. 
A razão? Hoje mais cedo eu recebi uma mensagem do JB falando que ele apareceria em um programa as 21h de hoje e seria ao vivo. Ele me avisou porque eu mandei ele me dizer todos os programas que ele iria se apresentar porque eu não queria perder nenhum. 
O ruim de tudo isso é que eu mal falava com ele. A promessa dos telefonemas fora em vão, eu nunca poderia ligar para ele porque poderia atrapalhar algum compromisso dele. Ele me ligava umas duas vezes por dia e ficávamos algum tempo no telefone, nada demais. Não sei o que é pior: ficar esperando ele me ligar ou quando ele ligar, ter que desligar.
Fiquei olhando os outros programas esperando que o dele começasse logo, eu estava mais do que ansiosa. 
Seria ao vivo... Uma forma de fingir tê-lo ali comigo. 
Fui para a cozinha pegar um copo de água e alguns guardanapos, caso eu começasse a chorar desesperadamente, o que não aconteceria, mas é bom prevenir. 
Quando voltei faltava apenas 5 minutos para começar o programa. Me ajeitei, colocando tudo em ordem e quase morri de ansiedade.
Os 5 minutos de tortura terminaram e o programa começou, claro, primeiramente falando de TUDO menos do meu namorado. Adoro esse suspense de emissoras londrinas. Ai cadê minha metralhadora quando eu preciso dela. Ok eu não tenho uma, mas se tivesse eu adoraria usar agora.
Eu poderia quebrar o controle remoto de tanta ansiedade, mas eu sabia que não poderia fazer isso. Não queria ter que levantar para aumentar o volume da TV para o máximo quando ele começasse a falar.
Não eu não sou surda, só estou com saudade mesmo.
Minutos por minutos, propagandas insuportáveis e papos super furados. Suspense suspense suspense. Eu não aguentava mais. Quando estava prestes a quebrar tudo, os apresentadores começaram a falar:
– Agora, chegou o momento mais esperado por todas as nossas telespectadoras do mundo inteiro, temos um convidado muito especial essa noite que por acaso já veio conversar conosco várias vezes. - O entrevistador começou.
– Porém, depois de um tempo ele volta para o Reino Unido para matar a nossa saudade e responder algumas perguntas das fãs londrinas completamente obssecadas. - A entrevistadora completou.
– Ele, um fenômeno mundial de 16 anos que dirige um Range Rover dado por seu mentor Usher, está aqui hoje para nos contar como é ser um sonho vivo. - O entrevistador continuou.
Nesse exato instante, eu recebi uma mensagem. Peguei meu celular e vi, era uma mensagem dele, do meu namorado. Meu sorriso não poderia estar maior. Na mensagem ele dizia:
"Hey, você está assistindo? Estou prestes a entrar. Hora do Show!"
– Batam palmas para o garoto mais desejado e talentoso do mundo, Justin Bieber! - A entrevistadora anunciou.
A plateia foi ao delírio, eles gritavam, aplaudiam, tudo. Eu olhei do celular para a televisão e meu sorriso só ficou maior. Ele estava lindo. O cabelo jogado de sempre, uma calça jeans escura, o tênis novo roxo, uma blusa roxa por baixo e a jaqueta preta de couro que eu dei pra ele umas semanas atrás. Ele sorria e acenava, foi em direção aos entrevistadores e apertou a mão do homem e de um abraço na mulher. 
Logo ele se sentou, junto com os dois entrevistadores. 
– Bem vindo de volta ao nosso programa, Justin Bieber! - O entrevistador disse.
– É ótimo estar de volta. - Ele disse, sorrindo. 
– Faz um tempo que você não volta para Londres, não é? - A entrevistadora comentou.
– É, faz algum tempo, estive um pouco ocupado demais... - Ele disse, eu dei uma risada.
– Claro, ocupado demais comigo jogando videogame no chão da sala. - Eu comentei rindo.
 Mas estamos felizes que você arranjou um tempo para conversar conosco! - A entrevistadora comentou sorrindo.
– Sempre. - Ele disse gentilmente. 
– Então Bieber, como está sua vida ultimamente? - O entrevistador perguntou.
– Bem romântica porém agitada. - Ele disse, sorrindo.
– Romântica? - Eu abri a boca. 
– Ora só, parece que alguém está finalmente apaixonado? - A entrevistadora perguntou.
– Talvez... - Ele disse, rindo. - Na verdade eu estive em Paris, por isso o romantismo.
– Ah, certo... - A entrevistadora disse, rindo.
– Vamos fingir que acreditamos. - O entrevistador brincou, logo rindo. - Então, dessa vez nós perguntamos às suas fãs quais são as coisas que elas mais querem saber da sua vida agora e selecionamos algumas das melhores perguntas. Preparado para esse ataque de perguntas?
– Eu nasci preparado. - Ele disse, se acomodando na poltrona e rindo. 
– Mas é um metidinho... - Eu disse, rindo do jeito dele.
– Descreva sua vida nesse momento com apenas uma palavra. - O entrevistador perguntou.
– Incrível. - Ele disse, sorrindo.
– O que espera dos próximos anos em relação à sua carreira? - A entrevistadora perguntou.
– Hmm... Eu não sei. Quero continuar fazendo a minha música e caminhando junto com os meus fãs, eles são tudo para mim, eu não estaria aqui hoje sem eles. -  Ele disse, profissional como sempre.
– Quem é o artista vivo que você mais admira? - O entrevistador perguntou. 
– Usher. - Eu respondi rápido, antes dele, para a televisão.
– Usher. - Ele respondeu rapidamente.
– Ha! - Eu disse, comemorando. 
– E o artista morto que você mais admira? - A entrevistadora perguntou.
– Michael Jackson. - Eu disse, rápido novamente. 
– Michael Jackson. - Ele respondeu, tranquilamente. 
– Com quem você gostaria de fazer um dueto no momento? - O Entrevistador perguntou.
– Beyoncé. - Eu disse.
– Julie Evans. - Ele disse, sorrindo de uma forma safada.
– O QUE? - Eu quase caí dura. 
– Depois vamos voltar nesse assunto. - A entrevistadora disse, rindo. - É verdade que a sua relação com Jasmine Villegas vai além do profissional?
– Bleeergh. - Foi tudo o que eu disse.
– Sim... Somos amigos. - Eu poderia ficar brava, mas eu acabei rindo da cara da entrevistadora quando ele cortou ela completamente, afinal era óbvio que estava querendo uma resposta mais como "Sim, nós namoramos".
– Se pudesse ter qualquer famosa, quem gostaria de namorar? - O entrevistador perguntou.
– Não posso falar a Beyoncé porque o J-Z não vai gostar... - Ele disse rindo. - Eu viveria feliz com a Kim Kardashian.
– Aaah safado! - Eu disse rindo. Peguei meu celular e escrevi uma mensagem que eu mandaria para ele no intervalo. 
– Escolha apenas um: Loiras, Morenas ou Ruivas? - O entrevistador perguntou. 
– Morenas. - Ele disse, rindo quando as morenas da plateia gritaram.
– Olhos: Castanhos, Verdes ou Azuis? - O entrevistador perguntou. 
– Eu não tenho preferência, mas se tem que escolher um, eu diria que adoro olhos verdes. - Ele disse, sorrindo da maneira safada dele de sorrir.
– Cabelos longos, medianos ou curtos? - O entrevistador perguntou.
– Ahm... - Ele fez como quem não sabe. - Eu não sei! Longos? 
Eu estava rindo, muito, sério. Estavam colocando ele em uma super calça justa!
– E parece que as perguntas das fãs finalmente acabaram. - O entrevistador disse, rindo. - Mas agora as perguntas serão nossas!
– Yay. - Ele disse, parecendo desanimado de propósito. Todos riram.
– Ouvimos muitas coisas sobre você nos últimos meses. - A entrevistadora começou.
– Pra variar... - O Entrevistador disse, Justin riu.
– Mas algumas coisas chamaram mais atenção... Como por exemplo... - Apareceu uma foto minha com o Justin e uma fã no aeroporto indo para as Bahamas.
– AH MEU DEUS! - Eu coloquei a mão na boca e contive um grito histérico. - Minha foto está na TV! 
Passou também outras fotos minhas no telão, eu não estava acreditando! 
– Pode nos dizer quem é essa garota? - A entrevistadora perguntou de uma forma muito subjetiva.
– Claro... - Ele começou.
– Você não vai fazer isso! - Eu disse.
– Bom... Essa foi a vencedora do concurso do Golden Ticket do My World 2.0 - Ele explicou, ligeiramente.
– Isso não vai dar em coisa boa... - Eu disse, olhando para a TV.
– Qual é o nome dela? - O entrevistador perguntou e logo se dirigiu à entrevistadora - Ela é bem bonita, não acha? 
– Eu achei ela linda. - A entrevistadora disse, logo voltando a falar com Justin. - Vocês meio que combinam muito!
– Ah... - Ele riu sem graça e procurou palavras para dizer. - Na verdade o nome dela é Julie Evans e eu também acho ela muito bonita. 
– Acha que vocês dois combinam também? - O entrevistador disse, sorrindo.
– Ahmm... Então... Eu tenho que agradecer a todos os meus fãs por todo o apoio que têm dado para mim todo esse tempo e eu não seria nada sem eles. - Justin disse, mudando completamente de assunto de propósito.
– Não mude de assunto Bieber! - Ela disse, rindo.
– Como se conheceram? - O entrevistador perguntou.
– Nós nos conhecemos na casa do Usher por causa do Golden Ticket. - Ele explicou. 
– Na casa do Usher? Parece algo bem íntimo para uma fã que ganhou um concurso... - O entrevistador comentou.
– É, eu também achei estranho na hora que o Scooter me pediu para ir lá que ele havia achado as Golden Girls, como nós costumávamos brincar de chamá-las. - Justin disse, sorrindo.
– Então porque acha que ela foi para lá com o Scooter? - A entrevistadora perguntou. 
– Scooter é meio impulsivo as vezes. - Ele não falaria nada, ainda bem.
Eu me peguei pensando... Cara! Essa é só a primeira entrevista que ele dá e tem que falar sobre a gente, uma hora ou outra todos vão acabar sabendo tudo. 
– Como foi a viagem para as Bahamas? - O entrevistador perguntou.
– Na verdade foi ótima, muito incrível, eu amo as Bahamas. - Ele disse, ainda sorrindo e tentando ser discreto.
– Qual é Justin, nos dê alguma coisa sobre essa garota, todos nós sabemos que ela não é só mais uma fã. - O entrevistador pediu. 
– Ahmmm... Está bem. - Ele disse e a plateia gritou, ele riu. - Eu conheci a Julie realmente por causa do Golden Ticket, mas de cara já me identifiquei muito com ela, ela é incrível como alguns fãs já puderam notar. Ela é um doce de garota, muito confiável e muito amiga. É o tipo de pessoa que você quer ter ao seu lado pelo resto da vida. O tipo de pessoa rara hoje em dia. Desde então nós nos tornamos inseparáveis, realmente ótimos amigos... - Ele disse, sinceramente.
E aquilo não deixava de ser uma pura verdade.
Acima de tudo nós confiávamos no outro para contar tudo, como ótimos amigos. Era ótimo tê-lo assim, como meu amigo e meu namorado, tudo ficava mais fácil. 
– Nós vimos pelo twitter que ela tem milhares de seguidores, realmente muitos! Quase alcançando sua marca de 2 milhões. O que nos faz pensar: Ela está com essa fama por sua causa ou o que? - A entrevistadora perguntou enquanto olhava minha página do twitter no telão.
– Aiaiaiaiai! - Eu disse escondendo o rosto.
– Eu não acho que ela tenha tantos seguidores por minha causa. Ela é realmente um doce e sempre fala com todas as pessoas quando tem um tempo, ela trata todos muito bem, independente se são famosos ou não. Ela nunca ligou muito para essas coisas... - Justin disse.
– Own, ele me conhece tão bem. - Eu sorri.
– Onde ela está agora? - A entrevistadora perguntou.
– Ela está em Atlanta agora. - Ele respondeu, um pouco mais sério do que antes.
– Sente a falta dela? - O entrevistador perguntou.
No telão apareceu uma foto minha que eu tinha postado no twitter. Na verdade era uma foto minha e da Ashley no iate do pai dela no meio do mar. Com nossos cabelos esvoaçando e muitos sorrisos. 
Justin olhou para a tela e riu da foto. 
– É... Eu posso dizer que sim. - Ele disse, ainda olhando para a foto.
– O que mais sente falta nela? - A entrevistadora perguntou.
– Eu sinto falta da risada de criança dela! E dos gritinhos de indignação! - Ele estava rindo enquanto falava. - Ela é muito engraçada.
– Eu não tenho risada de criança! - Eu gritei indignada.
– Então Justin, qual é a sua música que mais descreve a sua vida nesse momento? - A entrevistadora perguntou.
– Ótima pergunta... - Eu disse.
– Stuck in the Moment, com certeza. - Ele disse, sorrindo.
– Pode cantar ela para nós? - O entrevistador sugeriu.
– Vai ser uma honra. - Justin sorriu e se levantou, indo em direção a onde seu grupo de backin' vocals Legaci e sua banda estavam. 
Eu não lembrava muito bem da letra de Stuck in the Moment porque não havia escutado tantas vezes assim como Baby e as outras. 
Ele se posicionou e falou alguma coisa com a banda, até que eles começaram a tocar Stuck in the Moment.
(http://www.youtube.com/watch?v=6hWoFCDJgaE) (http://bit.ly/ckN9N5) 

With you, With you,
I wish we had another time,
 I wish we had another place
Now Romeo and Juliet,
They could never felt the way we felt,
Bonnie and Clyde,
Never had the highlight, we do, we do
You and I both know it can't work, 
It's all fun and games,
'til someone gets hurt,
And I don't I won't let that be you
Now you don't wanna let go,
And I don't wanna let you know,
There might be something real between us two, who knew
Now we don't wanna fall but,
We're tripping in our hearts and it's reckless and clumsy, cause
I know you can't love me here...

A letra falava exatamente o que estávamos passando agora. Como nossas vidas mudaram e o que estávamos vivendo. Eu fiquei paralisada vendo ele ali, cantando. Aquela letra me deixou pior do que eu pensei que ficaria. Aquilo tudo era verdade e não havia nada que nós poderíamos fazer. Eu fiquei ali, sentada na minha sala de televisão vendo ele continuar cantar enquanto ele estava ali, do outro lado da TV, do outro lado do mundo. 

I wish we had another time, 
I wish we had another place,
But everything we have is stuck in the moment,
And there's nothing my heart can do (Can Do),
To fight with time and space 'cause,
I'm still stuck in the moment with you 
See like Adam and Eve,
Tragedy was a destiny,
Like Sonny and Cher,
I don't care,
I got you baby
See we both, Fightin' every inch of our fiber,
'cause in a way, It's gonna end right but,
We are both too foolish to stop
Now you don't wanna let go,
And I don't wanna let you know,
There might be something real between us two, who knew
And we don't wanna fall but,
We're tripping in our hearts and it's reckless and clumsy,
And I know you can't love me here

E a realidade novamente veio me alertar de que tudo vai ser ainda mais difícil daqui para frente. Mas o que eu posso fazer? Eu amo ele. Estamos juntos nessa. 
See like, Just because this cold cold world saying we can't be,
  Baby, we both have the right to decide we,
And I ain't with it,
And I don't wanna be so old and grey,
And it isn't 'bout these better days,
But convince just telling us to let go, So we'll never know
I wish we had another time, I wish we had another place,
'cause everything we did, And everything we have is stuck in the moment,
Yeahhh I wish we had another time,
I wish we had another place,
But everything we have is stuck in the moment,
And there's nothing my heart can do,
To fight with time and space 'cause,
I'm still stuck in the moment with you, Yeah...

As vezes a vida te dá uma excelente oportunidade para você ser feliz. Você pega, mas aí é quando você começa a ter algo muito precioso para perder. É aí também que começa a luta para manter tudo onde está.
Após a música ele se despediu e saiu do programa, que por acaso logo acabou. Quando eu vi já estava bem tarde e eu nem havia percebido. Corri para o meu quarto, andando bem devagar enquanto passava na frente do quarto do meu pai.
Entrei no meu quarto e corri para a cama, estava exausta e precisaria descansar um pouco. Eu achava que não iria conseguir dormir, como sempre não conseguia.
Me surpreendi. Dormi muito bem e acordei no dia seguinte quase que atrasada.
Quando abri os olhos estava de manhã com o meu despertador "berrando".
Eu levei um baita de um susto. Levantei correndo e fui para o banheiro tomar banho, fiz tudo correndo até perceber que eu ainda tinha bastante tempo e não precisaria correr. 
Eu peguei uma roupa que eu achava bonita e coloquei. Uma roupa que combinasse com o meu estado emocional. No fim acabei aparecendo com um estilo romântico e um pouco roquinho. (Roupa: http://bit.ly/b4BtOP)
Quando fui tomar café, apenas encontrei a minha avó.
– Vovó? Onde está meu pai e o meu avô? - Eu disse, me aproximando da mesa.
– Nossa Julie... Você está linda. A França realmente fez muito bem a você. - Ela disse, me admirando. - Dê uma voltinha.
– Vó! - Eu reclamei, ela me olhou feio e eu sorri, dando então a voltinha que ela pediu. - Satisfeita?
– Muito... - Ela sorriu e indicou o local para eu me sentar. - Adoro quando você deixa seu cabelo liso ao natural assim.
– Obrigada... - Eu sorri. 
– E então, preparada para o dia de aula? - Ela me perguntou, me olhando.
– Sim... Estou. - Eu disse, sorrindo.
– Não precisa sorrir para mim se não quer sorrir, Julie. - Droga, por que ela tinha que me conhecer tão bem?
– Ah... - Eu me encostei na cadeira e suspirei. - Vai ficar tudo bem vovó. 
– Eu sei que vai... Mas não precisa entrar em uma bolha da felicidade comigo, pode me dizer o que está acontecendo. - Ela disse, tranquila, enquanto seria um pouco de leite para mim. 
– Eu adoraria, mas mais tarde, se não eu posso me atrasar para a escola... - Eu disse, rindo de leve.
– É tanta coisa assim? - Ela disse, rindo.
– Você neeem imagina. - Eu disse, sorrindo. 
– Vou cobrar nossa conversa. - Ela disse, gentilmente.
– Pode deixar. - Eu sorri sinceramente agora.
– Vai com o seu carro novo para a escola? - Ela perguntou.
Ah! O meu carro novo... Novo e lindo, com aquele cheirinho delicioso de couro novo. Sim, eu tinha acabado de ganhar um carro do meu pai juntamente com a minha carteira de motorista que havia chego enquanto eu estava nas Bahamas. O meu carro novo era a última esperança para a minha felicidade. Ok, eu estava exagerando, mas ele é lindo! Eu já até tinha dado um apelido para ele! O nome do meu carro lindo era Diamond.
Que carro que era? Nada menos do que um Porsche prata. Eu quase desmaiei e saí rolando quando eu percebi que ele era todinho meu. Eu estava começando a ficar mimada, mas quem liga? Tudo isso é bom demais para ser de verdade. Mas se eu acordar desse sonho, acho que eu fico em um mau humor eterno!
Depois de tomar meu café da manhã com a minha avó, escovei os dentes e fui direto para a garagem pegar o meu carro lindo. Entrei nele e fiquei uns 5 minutos só "sentindo" ele. Depois fui para a escola. 
E que comece o show de horror.
Quando cheguei na escola com o meu carro novo, foi o auge das fofocas.
Se já não bastasse todas as pessoas dali falando sobre mim, agora, falariam sobre mim e sobre o meu carro. Estacionei e saí do carro, sendo seguida por todos os olhares das pessoas por quem eu passava. Andei, de cabeça para cima e sem me intimidar, fui até o meu armário e o abri, pegando os meus livros e logo encontrando Ashley, que estava linda como sempre. (Roupa: http://bit.ly/9VIJd8)
– Hey, Swift! - Eu disse, rindo porque ela estava com alguns cachos no cabelo. Logo abracei ela.
– Senti sua falta hoje no meu carro... Ele está tão vazio sem você! - Ela retribuiu o abraço e sorriu. Logo me olhou com um olhar que praticamente perguntava: "Você está bem, não está?"
Ashley era a melhor amiga que alguém poderia ter. Porém, em uma situação como essa, ela não tinha muito o que fazer e eu sabia que ela não queria ouvir que eu não estava bem. Hora dos fake smiles.
– Eu estou ótima, bem melhor! Você tinha razão sobre essas coisas de dependência, é bom que nós dois fiquemos um tempo separados e... - Eu disse, andando junto com Ashley pelo corredor, indo em direção à sala. 
– Nós dois quem, Julie Evans? - Brooke disse, se intrometendo na nossa conversa.
Brooke Amélie McCohen. A bruxa do mal da escola. Ela me odiava, literalmente. Não sei se era pura inveja, mas ela sempre comentava tudo sobre mim, ficava me irritando e sempre tentava me superar, sem muito sucesso. 
Eu tinha teorias sobre o motivo de tanto ódio. Primeira teoria: O pai dela abandonou a mãe dela por uma brasileira. É, isso pode ser mal. Segunda teoria: Ela era obcecada pelo JB, literalmente, conseguia ser mais do que a Ashley. Terceira teoria: Ela é maluca.
Eu gostava mais da terceira, mas de qualquer maneira, ela nunca me agradou também.
A mãe dela é uma executiva muito rica e ela esnoba muitas pessoas por isso. Eu odeio essa personalidade superior dela, quando ela não é superior a ninguém. Brooke era a Jasmine V da minha escola. Até que as duas se pareciam bastante. Brooke era um pouco morena, tinha um baita de um bocão e olhos negros. Seu cabelo era pura chapinha, mas não é aquela chapinha que fica bonita não. Ela tem as seguidoras dela e eu e Ashley temos as "nossas". Eu não gostava de me referir a elas assim, achava uma sacanagem, afinal, quem sou eu para ter seguidoras? Só no twitter. 
Eu as vezes fazia a Brooke cometer umas gafes lindas. Ela nas aulas tentava se fazer de inteligente, mas as vezes errava coisas muito toscas. Eu tentava ajudar, corrigindo-a, mas ela levava para o lado da humilhação. Eu realmente não entendo esse tipo de garota americana. 
Voltando à situação. Ela tentava descobrir as coisas do Justin Bieber por mim, mas nunca conseguia. Porém, isso não quer dizer que ela desistiria.
– Hem... Nós dois quem, Julie? Você e o Justin? - Ela perguntava, ironicamente.
– Não, Brooke. - Eu sorria e respirava fundo. - Eu e o Michael Jackson. Vou ser sincera dessa vez e parar de ironias com você. Meu pai vai viajar por duas semanas para fechar um negócio, vou ficar sem ele. Está satisfeita agora?
Eu era uma ótima atriz. Ashley também, não sei como ela conseguia conter o riso.
– Hmm... Sei. - Brooke fez uma careta e saiu de perto da gente.
– É melhor você manter a boca fechada... Afinal, as paredes dessa escola tem um milhão de ouvidos alertas. - Ashley disse, voltando a caminhar comigo.
– Pior que papparazzis. - Eu disse, suspirando.
– Eles te deixaram em paz? - Ashley perguntou.
– Um pouco, sim, enquanto ele está na Europa... - Eu disse, revirando os olhos.
– Que aulas temos hoje? - Ashley me perguntou.
– Hmm... Inglês, História, Francês, Biologia, Geografia e Educação Física. - Eu disse pensativa. - Depois eu tenho extra-classe de música.
– Temos aula de educação física hoje? - Ashley sorriu do nada. - Perfeito!
– O que foi Ash? - Eu disse, com medo da cara dela.
– Você vai fazer o teste para cheerleader hoje! - Ela disse, batendo palmas. 
Eu comecei a tossir e rir ao mesmo tempo.
– Eu vou o que? - Eu disse.
– Sim, você ouviu muito bem. Eu sei que você sempre quis ser mas tem muita vergonha para tentar... Então eu, como uma boa amiga e ótima chefe das líderes de torcida estou te intimando a fazer o teste. - Ela disse enquanto nós entrávamos na sala da aula de inglês. - Sem contar que você vai entrar para o comitê de eventos comigo.
Eu encarava a Ashley e ria. Ela era um doce querendo me colocar nas atividades com ela, mas ela queria tudo! Era engraçado.
– Está bem, mãe. - Eu dizia, rindo. Ashley realmente parecia minha mãe ao me mandar fazer as coisas.
– Sua extra-classe de música é só de segunda, certo? - Ela me perguntou e se sentou em sua cadeira preferida e eu me sentei ao seu lado.
– Sim... - Respondi, colocando os livros na mesa.
O professor entrou correndo na sala, pois estava atrasado de novo. Ao entrar, cansado, se dirigiu à classe.
– Classe, façam um círculo por favor, vamos fazer um debate hoje. - Ele disse, entre ofegos. - Será duas aulas de debate, seu professor de história deve estar chegando.
Todos se levantaram e arrumaram o círculo na sala. Nos sentamos e o professor de história entrou na classe.
– Bom turma, o debate hoje irá envolver um tema com dois tópicos. O tema é... - O professor começou a escrever na lousa. - A mídia criada pelos Estados Unidos. E os tópicos são: Como isso afeta o mundo e como afeta o nosso país. 
Eu fechei os olhos e já sabia tudo que estava por vir. Quando abri meus olhos, meu olhar se encontrou diretamente com os de Brooke. Aquela seria uma looonga aula.
O debate foi discutido por todos os alunos da sala, mas quem falou mais foi Brooke, Ashley, Jeremy e eu. Foi até engraçado as caras de raiva dela quando a gente cortava seus argumentos completamente. 
Depois dessas duas longas aulas de debate, o resto do dia passou bem rápido. Inclusive o meu teste para líder de torcida, que por acaso eu saí melhor do que imaginava e acabei entrando para a equipe. 
Que bonitinho, eu, Julie Evans, era uma líder de torcida. Vou torcer pelo meu namorado... ME DÁ UM J... ME DÁ UM U... ME DÁ UM... É, não vai rolar. 
Passei bastante tempo na minha aula extra-classe de música. Não era exatamente uma aula e sim uma demonstração prática e composição de músicas. Não havia muitas pessoas fazendo essa aula, até porque quem dava ela era um estagiário de uma faculdade de música de Atlanta. Era engraçado como as pessoas não queriam fazer as aulas de música com ele só porque ele era um estagiário. Luke Lewis tinha 24 anos e é o professor mais legal que eu já tive na minha vida. Talvez por ele ser bem jovem, não sei. Ele é muito engraçado e um ótimo professor. 
Para implicar com ele, eu costumava chamá-lo de Ian. Por que? Por que Luke tem cabelo castanho um pouco grande e olhos verdes bem claros assim como o Ian Somerhalder. Era engraçado, eu implicava e ele implicava de volta me chamando de Favorite Girl. Ele era um cara legal.
Desde pequena eu havia aprendido a tocar piano, pois minha mãe tocava. Era o único instrumento que eu realmente sabia tocar e poderia me entregar a ele sem medo de errar. Luke me ensinava a criar algumas músicas junto com o piano e eu gostava de fazer isso. Eu entregava meu coração às musicas. 
Luke disse que iria me ensinar a tocar violão e mais alguns instrumentos de uma maneira mais profissional, pois disse que eu tenho talento para isso. Me senti lisonjeada, nunca pensei que ouviria isso. Se bem que o Usher e o Johnny Depp das Bahamas me disseram, mas para a minha voz, não para instrumentos.
Depois que acabou a aula, eu fui para o meu carro e entrei nele, deixei a bolsa no banco do passageiro e comecei a dirigir para casa. No meio do caminho eu comecei a ouvir: "Baby, baby, baby, Oooh".
– Quem é que está me ligando a essa hora? - Eu disse e logo encostei o carro, abri a minha bolsa e peguei meu blackberry.
Eu perdi o fôlego quando vi quem era que estava me ligando. Não perdi tempo para atender.
– Alô? - Eu disse.
– Eu sinto tanto a sua falta... - A voz mais linda do mundo e a que eu mais queria ouvir naquele momento soou do outro lado da linha.
– Justin? - Eu disse, sorrindo e suspirando. - Como é bom ouvir a sua voz. 
– Também é muito bom ouvir a sua amor... - Ele disse. - Como você está? Viu a entrevista ontem?
– Sim, vi e dei vários ataques, só para variar. - Eu disse, rindo e sentindo as lágrimas aparecerem nos meus olhos, de emoção.
– Sabia que você daria ataques... Não estava planejado falar tanto de você assim, não queria te expor, mas eles me pegaram de surpresa. - Ele explicou.
– Eu entendo amor, nós sabíamos que isso acabaria acontecendo uma hora ou outra. - Eu disse, sorrindo demais.
– Pois é... Ainda não me disse como você está...? - Ele disse. 
– Ah amor... Estou bem. Nada muito excitante para contar. Só fui para a escola hoje, tive as minhas aulas, a vida entediante de sempre sem você. - Eu disse, sorrindo. 
– Nem me diga, isso aqui não tem a menor graça sem você. - Ele disse. Eu sorri.
– Aaah! Antes que eu me esqueça! Eu não tenho risada de criança, Bieebs! - Eu disse, começando a rir.
– Lógico que tem! Olha aí, muito lindo. - Ele disse, rindo também. 
– Ruuum... Não gostei ok? - Eu disse, ainda rindo.
– Eu fico muito melhor quando falo com você. - Ele disse.
– Faço suas minhas palavras. - Eu disse, parando de rir.
– Onde você está agora? - Ele perguntou.
– Dentro do meu porsche no meio da rua. - Eu disse, rindo. 
– Você ganhou um PORSCHE? - Ele disse, impressionado.
– Siiiiiim! Ele é lindo, vou casar com ele. Ele se chama Diamond. - Eu disse muito rápido, parecendo histérica.
– Ah meu deus, só isso que faltava. - Ele disse, rindo. 
– Aaah amor ele é lindo, você vai adorar! - Eu disse, sorrindo. 
– Eu sei que vou, linda... - Ele disse.
– Onde você está? - Eu perguntei, sorrindo.
– Estou jogado na cama do meu hotel em Londres, sozinho. - Ele disse.
– Ah, que tentação. - Eu sorri e ri de leve.
– Eu adoraria te ter aqui comigo. - Ele disse um pouco quieto.
– Eu também meu amor... Eu também... - Eu disse suspirando. 
– Eu vou te ligar mais hoje, ok? Ou pelo menos tentar... Ah droga. - Ele disse.
– O que foi? - Eu perguntei, preocupada.
– Estão batendo aqui, deve ser o Scooter. Tenho que desligar amor... Me desculpe. - Ele disse com pesar.
– Tudo bem amor, não tem problemas, pode ir. Nos falamos mais tarde então, certo? - Eu disse, com o meu coração já na mão.
– Sim amor... Desculpa... Sinto muito a sua falta. - Ele disse.
– Eu também amor. - Eu disse.
– Até mais tarde. - Ele disse e desligou.
– Eu te... - Era tarde demais.
Não sabia o porque, mas estava entalado na minha garganta essas três palavras. Eu queria dizer, mas tinha medo.
Medo de ser muito cedo, medo de estragar tudo. 
Mas eu mal conseguia me conter. 
Depois de desligar o telefone com ele, fui diretamente para casa e estacionei o meu carro na garagem, subindo diretamente para o meu quarto para me jogar a minha cama.
Me joguei na cama e coloquei minhas duas mãos no meu rosto. Eu odiava desligar o telefone quando falava com ele, era horrível. Era como um lembrete terrível da realidade que nos assombrava ultimamente.
Eu não sei se aguentaria por muito tempo.
O dia passou e ele não me ligou. O dia seguinte passou e ele também não me ligou. Eu estava ficando louca quando finalmente, no terceiro dia ele me ligou.
As desculpas foram ilimitadas e ele me explicou porque não pode ligar, sua agenda estava mais do que cheia e ele estava exausto de tanto ir de um lado para o outro dessa maneira. Eu queria estar lá para apoiá-lo.
As aulas ficavam insuportáveis e eu só prestava atenção para me distrair de tudo. Os dias passavam tão lentamente que eu chegava a ficar tonta as vezes.
Acho que algo mais torturante do que isso, foi quando eu recebi a notícia da morte da minha mãe. 
Era difícil lembrar da minha mãe, principalmente nessa situação.
Por Deus, eu estava me sentindo uma chata. Pelo menos quando estava sozinha. Pois na frente das pessoas eu era um doce de garota.
Na quinta feira eu recebi um convite para uma festa que seria na sexta a noite. Aceitei, afinal, não poderia recusar já que Ashley iria. Seria ótimo para a minha distração. Meu pai e meu avô iriam viajar, já que os dois são os donos de uma empresa e na maioria do tempo estão resolvendo negócios.
Para quem achava que meus avós eram aqueles bonitinhos que ficam em cadeiras de balanço estão muito errados. Meu avô é um magnata de empresas e tem várias concessionárias pelos Estados Unidos e meu pai continua o legado da família abrindo ainda mais concessionárias, só que pelo mundo.
E eu? Não iria continuar isso não, obrigado. De carros só sei dar nome ao meu Porsche e nada mais.
Minha avó ficaria em casa cuidando de seu lindo jardim, como sempre. Porém, na noite de sexta ela iria para o clube do livro dela. Casa vazia. Eu com certeza iria nessa festa. 
Não fazia nem uma semana que eu estava longe dele e eu já começava a ter pensamentos malucos. Eu tinha tanto medo de perdê-lo que começava a ficar um pouco paranóica, isso não era bom.
Não dormi a noite de quinta para sexta, fiquei fazendo qualquer coisa para passar o tempo.
Até que tive uma ideia que mudaria tudo.
Meu pai e meu avô iriam viajar na sexta e só voltariam na segunda. Minha avó sempre esteve do meu lado. Eu poderia ter uma chance.
Eu estava tão sufocada que não conseguia parar de pensar nele. Os telefonemas e mensagens, por mais incrível que pareça, só pioravam tudo.
Faltei na escola aquele dia, porém, fui à festa de noite. Encontrei Ashley, passei umas duas horas falando com meus amigos e tentando decidir mentalmente se eu faria a maior loucura da minha vida ou não. Eu estava muito ansiosa, muito mesmo.
No meu porta malas havia uma mochila de viagem e uma bolsa menor, de mão, que iria comigo caso eu decidisse me jogar nessa loucura.
Peguei a quantidade de dinheiro suficiente e coloquei ali. Fiquei o dia inteiro planejando uma loucura que eu provavelmente não faria.
Até que depois de umas duas ou três garrafas de cerveja, tudo parecia muito claro para mim. Tudo fazia mais sentido daquele ponto de vista meio alcoolizado.
Quando deu umas 11 horas da noite, escrevi num guardanapo uma mensagem e me aproximei de Ashley, entreguei a ela e logo disse.
– Não abra até que seja meia noite, ok? Por favor. - Eu disse olhando nos olhos dela.
– Ok... - Ela assentiu, um pouco confusa, mas muito bêbada para questionar.
Toda aquela adrenalina provavelmente causada pelo álcool estava me deixando muito mais ousada do que eu sempre fui. Eu nunca faria isso em sã consciência. Mas eu estava feliz por ter tomado essa decisão.
Eu sorria, talvez por consequência da descarga de adrenalina que percorria o meu corpo ou talvez pelo fato de eu estar seguindo o meu coração pela primeira vez.
Entrei no meu carro e dirigi, eu não estava tão bêbada a ponto de não poder dirigir, então não havia problemas. Ok, havia, mas nenhum que não fosse contornável.
Dirigi até o aeroporto e logo entrei com meu carro em um estacionamento mensal, pagando antecipadamente e pagando também um extra por causa do seguro, afinal, nunca se sabe. 
Entrei no aeroporto quase que correndo, fui em direção ao balcão de recepção e por mais incrível que pareça, não tinha ninguém. Aquilo só aumentava a carga de adrenalina que fazia nascer borboletas no meu estômago. 
– Uma passagem para Londres, por favor. - Eu pedi, olhando a recepcionista e tirando da minha bolsa a minha carteira, logo entregando o meu cartão de crédito para ela.
– Só temos um vôo para a meia noite, senhorita. - A recepcionista me informou.
Eu olhei no relógio e era 11h30.
– Não tem problema, para mim está ótimo. - Eu disse, sorrindo, mais do que deveria sorrir. 
Ela passou o meu cartão e eu tive um choque intenso de realidade.
Comecei a pensar que nada daria certo, que meu pai teria que voltar da viagem por minha culpa e eu ficaria de castigo para sempre, sem contar que meu pai provavelmente me proibiria de falar com o Justin ou até de vê-lo.
Porém, tudo passou quando a recepcionista sorriu para mim dizendo que estava tudo certo e que era só para eu esperar enquanto ela providenciava a passagem.
Eu suspirei de alívio. Tudo parecia estar dando certo, aquilo deveria ser um sinal.
E claro que era um sinal, meu lugar é do lado dele, eu não sabia o que eu estava pensando quando voltei para Atlanta, eu não posso ficar longe dele, eu preciso dele. Meu lugar é ao lado dele e nada mais importa.
Logo peguei a minha passagem e puxei a minha mala em direção aos assentos. Eu ficava olhando a entrada do aeroporto como se esperasse alguém conhecido entrar a qualquer segundo por ali, prestes a me arrancar do lugar pelos cabelos.
Tic-tac. Era tudo o que eu ouvia. O relógio do aeroporto parecia ser enorme para mim. Eu o encarava com uma expectativa tosca, como se ele pudesse passar mais rápido se eu ficasse olhando para ele.
11:51...
11:52...
11:53...
11:54...
11:55...
11:56...
11:57...
11:58...
11:59...
Perdi o fôlego quando deu meia noite. Me levantei e andei o mais rápido possível para a fila, sendo a primeira dela. Tanto desespero chegava a ser irônico.
Esperei a mulher verificar a minha passagem com certa impaciência, porém, quando ela o fez, eu praticamente corri para dentro do avião, me acomodei no meu acento e apertei o cinto, olhando pela janela do avião.
Foi então que eu percebi o que estava fazendo.
– Ah meu Deus... Estou indo para Londres! - Eu coloquei as mãos na boca.
Tarde demais, Julie. Melhor olhar na lista telefônica em busca do número da funerária, pois é para dentro de um caixão que você vai fazer o seu próximo vôo. 
Eu abri a minha bolsa e meu celular vibrava loucamente: Era Ashley.
Eu não atendi.
– Desculpa amiga... É tarde demais... 
Ela não entendia.
Ninguém entendia.
Nem eu entendia.
Só sei que se eu não fizer isso, eu vou enlouquecer.
Coloquei o meu Ipod e desliguei o celular. Olhei uma foto nossa que estava o meu Ipod e sorri.
– Daqui a poucas horas eu poderei estar em seus braços novamente meu amor... Me espere.
Os motores do avião ligaram e as aeromoças estavam se certificando de que todos estavam devidamente acomodados. 
Logo... O avião decolou.
E eu poderia descrever a situação como:
Julie in the sky with Diamonds. 
Aqui vou eu, terra dos Beatles!
Me espere, Rainha
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Oi Beliebers lindas, como estão?
FELIZ NAAATAL pra todo mundo <3
Quem quer mais um capítulo? 
Comentem!
Significa muito pro nosso blog,
Beijão - Ananda

4 comentários:

  1. mais, mais e mais *-* isso aq é mto perfeito :P nhác

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  2. tá muito perfeito, feliz natal p vcssssss <3
    POSTEM MAISSSSSSSSSS

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  3. feliz natal aí viu? ah e tá perfeito. CONTINUEM CONTINUEM. E...já pensou em escrever um livro? tipo...você tem um futuro!vai ganhar bilhoes e bilhoes!vai vender mais que Harry Potter. Ok exagerei mas é sério! TÁ PERFECT

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  4. Bebada kkkkkkkkkkkkkkkk amo mto essa historia

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