terça-feira, 10 de janeiro de 2012

17º Capítulo - Diary of Justin Bieber 2.0: Best Prom Day Ever!



You were the best thing... That’s ever been Mine.
E que o Conto de Fadas tenha sua continuidade...
Cada conto de fadas surge de um sonho, de um desejo, de uma felicidade. Sonhos são basicamente a essência das nossas vidas. No exato momento em que você começa a sonhar com algo, é quando você se sente mais motivado do que nunca. A partir do momento em que você consegue realizar esse sonho e passa a vivê-lo, é quando você se sente mais vivo do que nunca.
Só sei que eu desejo para cada pessoa do mundo que consiga viver o seu sonho. Porque no fundo todos sabem que não há nada melhor do que essa sensação.
Não importa o sonho, o importante é lutar por ele. Mas não se esqueça que ninguém disse que essa jornada é fácil. Pode haver vários obstáculos, cada um pior do que o outro, mas você nunca pode esquecer que quando você conseguir, tudo terá valido a pena.
August Strindberg, um escritor e dramaturgo sueco, escreveu uma das frases que para mim é uma das mais perfeitas que já existiu.
Em uma paródia única da frase “Penso, logo existo” do filósofo René Descartes, August escreveu:
“Sonho, logo existo.”
Curta, simples e ao mesmo tempo, perfeita. Pelo menos para mim. É uma frase que resume a minha vida.
Antes de minha mãe ter sofrido um acidente, eu tinha um sonho. Um sonho diferente do que eu tenho hoje, um sonho que hoje eu provavelmente não teria como prioridade, pelas mudanças drásticas que houveram na minha vida.
Eu sonhava em estudar muito no colegial, entrar em uma boa faculdade e ter um ótimo emprego, ganhar o suficiente para que eu pudesse viajar o mundo, conhecer cada pedacinho dele e fazer com que ele conhecesse um pedacinho de mim.
Hoje, apesar de eu ainda cultivar essa vontade de conhecer o mundo, esse sonho não tem mais a mesma magia. Não tem porque eu costumava falar com minha mãe sobre todos os lugares que poderíamos ir.
Meu foco hoje em dia é apenas... Viver.
Viver cada dia com as pessoas a minha volta e fazer de tudo para aproveitar cada segundo, porque nunca se sabe o que pode acontecer no próximo.
Pode ser um pensamento meio intenso, mas no fundo, faz sentido. A vida às vezes pode parecer muito longa, às vezes muito curta. Depende do ponto de vista.
Eu estava me dando bem com esse novo sonho. Eu tinha minha família, meus amigos que eram uma extensão da minha família que eu também não viveria sem e o canadense que roubou meu coração desde o primeiro olhar trocado.
Naquele fim de semana maravilhoso que tivemos sozinhos na minha casa, cada segundo foi precioso. Desde a noite que passamos juntos, as guerras de neve e a tarde vendo filmes enquanto ficávamos enrolados em um cobertor no chão, perto da lareira e comendo frutas com chocolate derretido, até um encontro formal que tivemos ao redor da piscina da minha casa. Pedimos comida, ficamos conversando até tarde e até dançamos juntos, uma música linda e romântica, perfeita para o momento.
Praticamente viramos a noite com esse encontro, o que provavelmente aconteceria se eu não me rendesse ao sono e tivesse sido levada para o quarto no colo do meu namorado. Ele me colocou na cama e se deitou do meu lado, ficou cantando “Cry me a River” do Justin Timberlake baixinho enquanto deslizava os dedos pelo meu cabelo, me mantendo abraçada à ele enquanto eu pegava no sono.
Quando eu dormia, entrava em um mundo surreal. Para ser mais exata, a palavra surreal quer dizer algo que denota estranheza ou que pertence ao domínio do sonho, da imaginação, do absurdo.
Era como se eu estivesse sendo Alice por um dia e acabasse de cair em um país das maravilhas. Só que não tão bizarro quanto o original.
Na verdade, o MEU país das maravilhas era realmente maravilhoso. Eu tinha o meu próprio príncipe encantado que ao invés de manter os clichês padrões do típico “cavalo branco” ele me buscava com um moderno Range Rover. Ele canta para mim, me escreve canções e fala coisas lindas. Ele é romântico e carinhoso, me coloca como o centro de seu mundo e faz tudo por mim. Ele tem olhos castanhos lindos, que são claros, e também quebram o tabu de que “só olhos azuis são bonitos”. Ele tem o cabelo mais macio que existe na face da terra, tão macio e perfeito para acariciar. Seu rosto contém uma pele aveludada que só destaca ainda mais o rosto que parecia ter sido esculpido por anjos.
Sim, ele era o meu anjo, antes de ser meu príncipe. Meu anjo porque ele cuida de mim e está sempre ao meu lado. Eu me sinto segura em seus braços e é como se eu encontrasse uma verdadeira paz quando estivesse perto dele.
Hoje ele era meu príncipe, mas no fundo eu sabia que ele sempre seria o Rei do meu País das Maravilhas.
O garoto que faz com que milhões de garotas delirem por ele com um simples sorriso era alguém que eu poderia chamar de “meu” sem exitar. Mesmo com o risco de ter alguns sapatos voando na minha direção, eu sabia que a aceitação delas era muito maior do que o ódio.
Eu não sabia realmente o que tanto ele via em mim para ficar tão fascinado. Eu não entendia. Nunca me achei tão bonita assim, sempre me achei uma garota normal. Ordinariamente normal. Eu sempre acordava para ir para a escola, tomava meu café, penteava meu cabelo, colocava meu uniforme e continuava uma rotina incrívelmente entediante.
Para não dizer que tenho uma baixa auto-estima, vou explicar. Eu realmente me acho muito normal para alguém tão radiante como Justin. Se bem que com todas as nossas conversas e momentos, eu passei a vê-lo como apenas um garoto. Um garoto lindo, inteligente, divertido e carinhoso que eu sempre queria ter ao meu lado.
Depois de conhecê-lo melhor eu passei a ver uma possibilidade de sermos do mesmo mundo.
A cada dia essa possibilidade aumenta.
E meu sorriso também.
No meu país das maravilhas, além do magnífico príncipe encantado que eu tinha, eu também tinha um time de pessoas maravilhosas ao meu lado.
Sim, estou falando de Usher, Sean, Scooter, Timberlake e todos os outros.
Sem contar nas celebridades que deram uma chance para uma mera mortal como eu. Eu acho que devo ter feito algo muito bom em outra vida para merecer tantas coisas boas. Uma chance é tudo o que todos nós precisamos. Uma chance para mostrar ao mundo quem somos e para o que viemos. Uma chance para provar que o mundo é apenas um só.
E é de todos.
Justin Bieber POV;
Era incrível como eu passei a não ter sono enquanto estava perto de Julie. Por algum motivo, eu comecei a pensar que era perda de tempo dormir perto dela. Como se eu estivesse desperdiçando o meu tempo dormindo, enquanto poderia estar fazendo algo com ela. E realmente não dormir era algo que valia a pena. Eu gostava de vê-la dormir. Ela passava uma tranquilidade tão serena que me fazia sentir o mesmo.
Eu gostava de sentir que a protegia, que a fazia se sentir segura enquanto estava ao meu lado. Em troca eu recebia todo aquele amor que tinha virado o principal fator que me dava força para continuar, todos os dias, a lutar por tudo.
Todos os dias eu acordava e lembrava que eu a tinha para mim, então o dia ficava muito mais bonito. Eu tenho vontade de acordar só para ver o que aconteceria naquele dia com ela.
Eu sentia que nossa história era como um daqueles filmes de amor que fazem bilhões chorar. Como uma música romântica com uma história intensa por trás. Como um romance que mal poderia ser descrito em palavras, mas quando descrito, mudaria a vida de milhões.
Nosso amor era assim... Único. Singular. Nosso.
E eu não quero que jamais acabe.
Depois de notar que Julie estava realmente dormindo pesado, lentamente, peguei meu celular e comecei a digitar algumas mensagens de texto para Scooter, já que não conseguiria falar no telefone com ele, porque não queria acordar minha namorada.
Contei a ele sobre o baile que Julie teria e que teríamos que preparar tudo com a MTV, pois eu achava que seria o momento perfeito para eu fazer o que estava planejando desde o começo.
Scooter respondeu dizendo que falaria com Usher e que logo depois contataria a MTV para tratar do assunto. Também disse que Usher entraria em contato comigo pelo mesmo meio.
Não demorou muito para que Usher me mandasse uma mensagem perguntando que horas ele poderia vir até a casa da Julie para me ajudar a falar para ela da MTV e do baile. Olhei o relógio e eram 8h da manhã, supondo que Julie não iria à escola naquele dia pelo cansaço que ela aparentava ter, disse para Usher vir lá pelo o meio dia.
Depois de falar com mais algumas pessoas, fiquei um tempo olhando Julie, lembrando dos nossos momentos e de como ela me fazia rir, me fazia pensar, me fazia ver o mundo de uma maneira diferente.
Ela é tão doce, tão delicada, tão insubstituível que eu nem me lembro mais como era minha vida antes de conhecê-la.
Fechei os olhos para cochilar um pouco enquanto a deixava dormir e descansar mais.
Algumas poucas horas depois, eu acordei, vendo no relógio que era exatamente 10h30 da manhã. Acariciei seu rosto e sussurrei para ela:
– Hey... Bela adormecida... Hora de acordar. – Dei um beijo demorado em sua testa, logo depois checando para ver se ela tinha acordado.
Ela acordou lentamente, abrindo os olhos aos poucos e então me olhando com aqueles lindos olhos verde-claro. Me deu um sorriso sutil e um olhar preguiçoso. Soltei uma leve risada e continuei acariciando seu rosto.
– Bom dia... – Ela me disse, com uma voz doce e calma.
– Ótimo... – Eu complementei, ela sorriu mais para mim.
Então ela se virou para ver que horas eram, após checar, se fez de manhosa e se virou para mim, escondendo o rosto no meu tórax. Eu ri e acariciei seu cabelo.
– Mas quanta preguiça... – Eu disse, rindo de leve enquanto beijava sua cabeça.
– Só um pouquinho... – Ela levantou a cabeça e sorriu, roçando o nariz no meu.
Após mais alguns minutos com Julie na cama, tive que nos obrigar a tirar toda aquela preguiça de nós para que pudéssemos ter tempo o suficiente para nos trocar antes que Usher chegasse.
Avisei Julie que ele viria, pois tínhamos algo para falar com ela. Sinceramente? Essa foi a pior coisa que eu fiz naquele dia. Julie ficou o tempo inteiro tentando adivinhar o que eu tinha para falar e às vezes apelava para as torturas. É muito difícil conter um segredo quando sua namorada fica massageando seus ombros e beijando seu pescoço.
Mas fui forte, afinal, eu poderia enfrentar os haters e milhares de fãs querendo um pedacinho, mas não resistiria a uns beijos da Julie? Ok, isso é uma escala extremamente maior, sabe como é, ela realmente sabe como me deixar louco. Mas eu tenho que ser forte, não por mim, mas por ela. A surpresa seria o melhor pra ela agora. Por isso, concentração Bieber!
Levando em consideração que quando Julie ficou pronta era quase meio-dia, propus que arranjássemos alguma coisa para comer de almoço. Eu tinha que aproveitar aqueles últimos momentos sozinhos na casa de Julie com ela, já que seu pai e seus avôs chegariam hoje mais tarde.
Sem contar que eu seria assassinado pelo pai dela se ele me visse ali e descobrisse que passei o fim de semana em sua casa sem o seu consentimento.
Sou muito jovem para morrer, é.
Quando descemos, fiquei na sala de estar enquanto ela disse que iria ver se tinha algo na cozinha, porque ela não sabia ao certo onde que as empregadas guardavam os alimentos. Eu a disse que qualquer coisa a gente poderia pedir algo pelo telefone, para poupar a fadiga. Ela revirou os olhos e riu, mas concordou no final.
Andei um pouco pela sala, chegando próximo da lareira e vendo os retratos que ali tinham. Havia muitas fotos de Julie com seu pai e seus avós, algumas dela sozinha e uma que me chamou muito a atenção.
Era a foto de Julie, bem mais nova, provavelmente com uns 10 anos de idade, tendo seu pai do seu lado e uma mulher... Uma mulher que eu não sabia quem era, mas poderia ter uma ideia. Peguei o retrato para olhar melhor, até que ouvi alguns passos e então um telefone caindo no chão.
Julie me viu olhando o retrato e ficou paralisada. Tanto que deixou o telefone cair.
Foi então que eu me lembrei de alguns momentos com ela, em que eu perguntava sobre sua família no Brasil e ela sempre era muito vaga, sempre mudava de assunto. Também me lembrei do dia da nossa reconciliação que ela disse em meio a lágrimas que depois que a mãe dela morreu ela achava que nunca mais seria feliz.
Será que essa é...?
– Essa é a minha mãe. – Ela disse, logo depois de pegar o telefone e se aproximar de mim. Ela olhava o retrato em minha mão e sorria sutilmente. Algo nela estava diferente naquele momento.
– O que aconteceu com ela? – Eu perguntei meio receoso do que essa pergunta poderia causar nela.
Por algum motivo, enquanto eu a observava ali, olhando atentamente a foto, eu sentia que ainda havia uma grande ferida dentro dela. Uma ferida que não se cicatrizaria tão cedo, mas que podia ser ignorada por certo período de tempo.
Ela suspirou e ainda sem me olhar, respondeu minha pergunta.
– Ela estava indo para o trabalho... Eu estava na escola, fazendo uma apresentação em meio a risadas. Tudo parecia estar em seu devido lugar... Eu não me via tendo outra vida. Eu tinha amigos, tinha minha mãe que sempre esteve do meu lado, me protegendo, me ensinando e me dando tudo o que eu desejava ter. – Ela disse, pude ver seu tom de voz mudando um pouco, ficando choroso. Aquilo partiu meu coração. – O despertador não tocou na hora correta naquele dia. Nos atrasamos e saímos correndo quando nos demos conta de que horas eram. Como minha antiga escola não era tão longe de casa, eu sempre fui a pé. Naquele dia eu me troquei correndo, tomei um gole de leite, escovei os dentes e saí correndo de casa. Dei apenas um “Tchau mãe!” para ela. Nenhum abraço, nenhum beijo, nenhum “Eu te amo mãe”. Eu apenas saí correndo com medo de me atrasar.
Enquanto ela me contava sua história, deslizei minha mão pela cintura dela, trazendo-a para mais perto e dando um beijo em sua cabeça. Não deixei de ouvi-la. Logo ela continuou:
– Hoje eu me pergunto se os segundos que eu gastaria falando que eu a amava mais do que tudo realmente faria alguma diferença na hora... – Ela abaixou o olhar e riu de leve, com um tom muito triste por trás daquela risada debochada para si mesma. – E então... Poucas horas depois eu recebi a notícia do meu coordenador, dizendo que ela havia sofrido um acidente trágico de carro e não tinha sobrevivido. Meu mundo foi a baixo. Perdi completamente o chão. Nunca mais fui a mesma garota.
Eu não sabia o que dizer. Eu já tive muitos momentos ruins na minha vida, como a separação dos meus pais e a vida difícil que eu tive com a minha mãe no Canadá quando eu era menor. Mas nada se comparava àquilo. Eu queria poder fazer algo, mas estava fora do meu alcance.
– Eu... Sinto muito Julie. – Eu disse, enquanto acariciava seu cabelo e tentava pensar em algo menos vago para dizer.
– Obrigada... – Foi tudo o que ela disse antes de se virar e me abraçar.
Retribui aquele abraço, mantendo-a segura ali, como se quisesse dizer com um ato o que não conseguia dizer com palavras. Queria que ela sentisse que eu estava ali com ela agora e que nunca deixaria que algo de ruim acontecesse com ela.
Eu iria dizer isso a ela até que a campainha tocou.
– Usher. – Nós dissemos juntos, rindo logo depois.
– Hey... Só quero que saiba que eu estou aqui com você, ok? Não vou a lugar algum. – Eu disse, pegando no rosto dela com as duas mãos e limpando a lágrima que escorreu por sua face com meu polegar.
Ela só sorriu para mim, mas aquilo foi o suficiente. Fiquei parado na sala por um instante enquanto ela se dirigia para abrir a porta para Usher entrar.
Julie Evans POV;
Aproximei-me da porta da entrada da minha casa com a certeza de quem estava por trás dela. Abri a mesma e logo um sorriso radiante nasceu em meu rosto. Usher Raymond. Meu amado “irmão mais velho” que era mais do que essencial na minha vida naquele momento.
Eu não sabia o que ele e o JB estavam tramando, mas pelo visto, não demoraria a descobrir.
– Heey! Entre! – Eu disse, ainda sorrindo.
– Como minha pequena estrela está? – Ele disse, se aproximando de mim de braços abertos e logo me abraçando sem hesitar.
– Estou bem melhor. E quanto a você? – Eu perguntei, sem deixar de abraçá-lo.
– Estou feliz por te ver bem, garota. – Ele disse, sorrindo e se afastando para me olhar melhor. – Onde está o JB?
– Na sala... Pode ir, vou trancar aqui. – Eu disse, indicando o caminho com a cabeça e indo trancar a porta como falei.
Antes de ir para a sala encontrar os dois, parei um pouco na frente do espelho que tem no Hall da minha sala e passei as mãos no rosto, tentando tirar aquela feição de quase choro de mim. Soltei o meu cabelo que estava antes amarrado para amarrá-lo de novo. Ajeitei a minha blusa rosa claro listrada e arrumei minha mini-saia jeans branca que eu estava usando por cima de uma legging da mesma cor da blusa. Nos pés usava apenas uma sapatilha cinza normal, sem muitos detalhes.
Depois de dar uma ajeitada no meu visual, fui em direção à sala, logo falando:
– Pedi umas massas para o almoço, daquele restaurante que faz entrega no fim da Avenida, sabe? – Eu disse, me aproximando dos dois que estavam sentados no sofá e me sentei bem no meio, propositalmente. – Então, qual é a fofoca da vez?
– Uhm? – Usher me olhou, depois olhou Justin. – Não contou ainda para ela.
– Apoio moral, lembra? Sem contar que eu preciso de uma testemunha se ela tentar me violentar de novo. – Justin disse, sorrindo de uma maneira safada. Eu o olhei e dei um tapa na sua coxa.
– Eu nunca te violentei! – Eu disse, apontando o dedo pra ele.
– O que foi isso agora? – Ele disse, rindo de uma forma que demonstrava a dor que sentiu com o tapa.
– Demonstração intensa de afeto. – Eu disse, olhando minhas unhas e me fazendo de indiferente.
– Claro, se isso é demonstração de afeto, não quero nem ver do que você é capaz se pretender me violentar. – Ele disse, passando a mão na coxa para aliviar a dor.
– Se continuar me provocando, logo saberá. – Eu disse, olhando para ele com os olhos um pouco pressionados, me fazendo de misteriosa e assassina.
– Aham. – Ele sorriu e me deu um beijo no rosto.
Não resisti àquele crime que ele tinha acabado de fazer. Nada mais injusto do que me dar um beijo tão adorável assim no rosto para me acalmar, eu perco toda a vontade de continuar dando uma de serial-killer.
– Por que raios vocês ficam me enrolando para falar qual é essa novidade? – Eu cruzei os braços e olhei os dois.
– Bom... Não sei se você percebeu, mas o show que o Justin fez na sua escola foi gravado para um documentário da MTV. – Usher começou.
Eu logo levantei as sobrancelhas, rezando para que o que eu previa não fosse o que eles iriam me contar.
– O documentário se chama Diary of Justin Bieber 2.0: One Less Lonely Girl. – Justin começou a dizer, sem olhar para mim diretamente. Espertinho ele. – E bem... É como a segunda parte do meu Diary da MTV. Só que dessa vez com uma “missão” por trás.
– Fazer “Menos uma garota solitária”... – Eu conclui, suspirando, sabendo o que viria a seguir.
– Já filmamos o show e mais algumas coisas, há uns vídeos de vocês que vão aparecer também e vai ser uma ótima possibilidade para que as pessoas te conheçam como você é Julie, sem ficar te julgando se você é boa ou não para o JB. – Usher comentou.
– Uhm... – Eu resmunguei, a princípio. – Isso quer dizer que a Lonely Girl sou eu?
– Sim... – Justin disse.
– E você vai ME fazer menos uma garota solitária? Com tudo o que tem direito do clipe? – Eu disse, olhando ele.
– Sim... – Justin disse. – Até mais do que havia lá.
– Prossiga... – Eu disse, séria, considerando a ideia, mas sem deixar transparecer. Gosto de deixar eles tensos e de fazer suspense. Sou muito má, muahaha.
– Então que como eu vou fazer você minha Lonely Girl... Eu pensei que... – Justin começou, pegando a minha mão e entrelaçando com a dele. – Nós poderíamos deixar claro nosso relacionamento para o mundo...
Foi então que eu engasguei... Com minha saliva. Linda cena, não?
Depois do meu ataque pseudo-epilético causado por uma tosse incontrolável, eu respirei fundo, fechei os olhos e fiquei uns 5 segundos dessa maneira. Até que me pronunciei:
– WHAT THE HELL? – Eu berrei.
Usher começou a gargalhar. Justin me olhava com receio e medo e qualquer outro tipo de emoção parecida.
– Você tem certeza de que quer isso? – Eu me virei para ele, olhando-o nos olhos e falando rápido, por uma carga maluca de adrenalina que havia sido descarregada no meu organismo por causa da possibilidade de poder dizer ao mundo que ele era realmente meu. – E-eu... Quero dizer... É uma coisa grande... Grande... Beeem grande... E depois de feito, você sabe, não tem volta. Estarão na nossa cola e pode haver pessoas que não vão aceitar ou vão tramar contra nós e a mídia pode tentar nos separar e tem todas essas possibili...
Ele não me deixou continuar. Pegou meu rosto com as duas mãos e me beijou. É, ele realmente sabe como me acalmar. Depois de um tempo assim, ele parou o beijo e olhou nos meus olhos, bem perto.
– Eu quero que o mundo saiba que estou louco por você, Evans. – Ele disse, inicialmente sério, mas logo fazendo com que um sorriso maravilhoso nascesse em seu rosto.
E lá estava eu, em transe, êxtase, ah... Tanto faz.
Só sei que eu ouvi no fundo do meu êxtase uma voz cantando “My Heart Will Go On” da Celine Dion, tema do filme Titanic.
– With yoooou heeeere... There’s nooothing I fear... – Demorei um tempo para perceber que não era minha cabeça que estava tocando aquela musiquinha e sim, Usher que a estava cantando.
Virei minha cabeça para trás e junto com Justin ficamos encarando ele, o vendo ainda cantar, de olhos fechados até que ele abrisse e nos visse ali, olhando.
Não demorou para isso acontecer. E sim, ele ficou constrangido.
Depois de umas boas risadas pela situação em si, foi quando caiu minha ficha.
– ESPERA! – Eu berrei, os dois se assustaram. – EU NÃO TENHO VESTIDO, SAPATO, NADA. AAAAAAAAAAAAAH!
Desespero mode on.
– Julie! Julie... Julie. – Usher disse. – Acalme-se. Já pensei nisso antes. Como parte do documentário a MTV vai levar você para New York para você achar tudo o que precisa. Eu banco o vestuário como um apadrinhamento e você vai com a Ashley e com a mãe do Bieber.
– Uhm... Ok. – Eu disse, mais calminha agora. – Quando vou?
– Amanhã. – Justin disse.
– WHAT? – Mais um berro para a coleção.
Depois daquele momento, as horas se passaram rapidamente. O dia praticamente voou e quando eu vi, já tinha conversado com meu pai que autorizou a viagem e a minha imagem no documentário, já estava de malas prontas e com Ashley dormindo na minha casa.
Passamos grande parte da noite conversando sobre tudo, contei a ela tudo que tinha acontecido no fim de semana e ela ficou bege o tempo inteiro. Demos várias risadas e ela não deixou de soltar suas pérolas de sempre:
– Não diga que finalmente o Bieber fez você gritar BABY BABY BABY OOOOOOOH! – Ela disse, de maneira histérica.
Ela levou uma baita de uma travesseirada depois disso. TOOOOMMMAA!
Naquela noite, parece que eu tinha dormido apenas 5 minutos. Sabe aquela sensação de que você fecha os olhos, dorme por 5 minutos e logo acorda? Então, foi o que aconteceu comigo.
Fui para o aeroporto com Pattie e Ashley a base de cafeína, talvez isso tudo esteja acontecendo por causa da ansiedade para o baile.
Meu primeiro baile seria filmado pela MTV. Desde quando estou acostumada com isso?
Ah é, desde nunca.
Tudo parece tão irreal que às vezes eu me pergunto se é de verdade, se realmente estou vivendo isso, se não é minha imaginação fértil tomando conta de mim.
Fiquei conversando com Ashley e Pattie o vôo inteiro, por algum motivo o efeito da cafeína fez com que eu ficasse mais elétrica do que deveria. Sem contar a ansiedade por eu estar indo para New York mais uma vez. Eu poderia ir dez milhões de vezes para aquela cidade que nunca enjoaria dela.
Não é a toa que a chamam de Cidade dos Sonhos.
E eu não seria tola de duvidar, não é?
Depois de um tempo, Ashley disse que estava cansada e acabou dormindo. Somente eu e Pattie ficamos acordadas. Por alguma razão, eu senti que era para ser assim.
Quase que inocentemente, comecei a falar com ela sobre o Justin.
– Você tem um garoto maravilhoso, Pattie. Ele é muito abençoado... – Eu disse, a olhando e sorrindo. Sempre gostei dela, um amor de pessoa.
– Eu sei e agradeço por essa bênção todos os dias. Deus foi muito bondoso conosco... Não só em relação à carreira do Justin, sabe... – Ela disse, olhando nos meus olhos e então, se virou para mim e pegou minha mão com as duas dela.
No começo eu não entendi. Mas não demorou muito para que ela explicasse.
– Eu rezei muito para que meu filho encontrasse alguém que realmente gostasse dele e que não fosse atraída por sua fama e seu dinheiro. Sabe-se lá o que essas garotas podem inventar só por querer chamar atenção. Michael Jackson é um exemplo disso, a carreira dele foi a baixo por causa de um boato falso. Não queria que isso acontecesse com Justin. – Ela sorriu radiante para mim. – Fico feliz que ele tenha encontrado uma garota tão doce quanto você, Julie.
As palavras dela me deixaram sem ação. Eu não sabia o que dizer, fazer. Não me lembrava nem de como respirar. Pattie Mallette dizendo que estava feliz por seu filho ter me conhecido? Aquilo era muita felicidade até para eu suportar. Eu precisava de um momento, precisava de ar.
Eu respirei fundo e sorri.
– Não sabe como suas palavras significam para mim Pattie. – Eu disse, sorrindo. – Vou fazer o impossível para que você continue cultivando sua opinião sobre mim.
Ela sorriu de volta.
– Sei que sim... – Ela disse.
Não demorou muito para que logo chegássemos ao aeroporto de New York – John F Kennedy. Antes que desembarcássemos, Kenny Hamilton, o segurança de Justin – que por acaso nos acompanhou dessa vez – repassou as informações que Scooter disse a ele.
– Bom, meninas. É o seguinte... A partir do momento em que vocês deixarem o avião, estarão sendo filmadas pelas câmeras documentárias da MTV. Um carro da emissora irá nos seguir por todos os lugares que formos hoje. Então, já sabem. Qualquer coisa que disserem ou fizerem estará gravado no documentário. O vôo de volta para Atlanta de vocês três será amanhã às 14h, vocês passarão a noite em um hotel da Quinta Avenida.
– Que hotel? – Ashley disse, enquanto bocejava.
– Aaahh! Pra isso ela acorda! – Eu disse, rindo e dando um tapa na coxa de Ashley.
– Uhmm... Deixa eu checar aqui.. – Kenny pegou o papel, virou alguns até que achou o nome do hotel e nos disse. – Hotel Waldorf.
– Yay! Vamos conhecer a Blair? – Ashley disse, batendo as mãozinhas.
Eu a olhei, pressionando os olhos. Estava me perguntando se ela realmente tinha feito aquela pergunta. Kenny riu, Pattie também. Eu fiquei ali, encarando ela.
– O que? – Ela me olhou, provavelmente se perguntando se havia cometido alguma gafe.
– Ash... – Eu peguei na mão dela com as minhas duas mãos e a olhei nos olhos. – Você está confundindo seriados com realidade de novo.
– Ah... Droga! – Ela fez uma careta, eu sorri. Ela era muito engraçada, mesmo sem querer.
– Dá uma maneirada nas madrugadas vendo Gossip Girl okay? – Eu disse, sorrindo.
Ela começou a me estapear de brincadeira e eu comecei a bagunçar o cabelo dela. Parecíamos duas garotas de 8 anos em uma briga de garotas de 5. Em meio a várias risadas, claro. Até que Pattie teve que nos separar e tivemos que ficar uns bons 5 minutos penteando o cabelo.
Enquanto nos arrumávamos, Kenny continuou:
– Então, é um ótimo hotel na Quinta Avenida fornecido por Usher e pela MTV. Lá vocês duas terão que dar seus depoimentos e algumas entrevistas sobre Justin e suas convivências com ele. Farão essa entrevista hoje depois do almoço e antes de sairmos para procurar o que você precisa para o baile.
E eu escutava atentamente, enquanto penteava o cabelo.
– Entendi... – Foi tudo o que eu disse. Eu queria poder dizer mais, mas se não me controlasse sairia correndo histericamente por aí... E isso definitivamente não seria bom para o documentário.
– Ah! Julie! Se você quiser posso pedir ao JC ir à sua casa te ajudar com o seu cabelo depois... – Ashley disse para mim.
– Ah, seu cabeleireiro particular? – Eu disse, rindo.
– Ahaaam. – Ela disse, sorrindo.
– Acho que não vai ser preciso, MTV disponibilizou uma equipe de cabeleireiros e maquiadores para ficarem na sua casa de ajudando, Julie. Está no contrato. – Kenny disse, lendo os papéis.
Eu olhei Ashley, Ashley me olhou. Nossos olhares se encontraram, e então, juntas, logo dissemos:
– JUUUUUUUUUUUURA MEU BEM? – Uma típica voz de duas peruas que estavam impressionadas.
– Cada vez mais mimada, hem, dona Evans. – Ashley disse, olhando as unhas.
– O céu é o limite, meu bem. – Eu disse jogando o cabelo.
– Uuh, arrasou. – Ashley disse.
Levantamos o indicador, demos um beijinho e unimos nossos dedos. Bem-peruas-mesmo.
Kenny começou a rir tanto com nossa “performance” que acabamos rindo junto de vê-lo rir. Tadinho, não está tão acostumado assim com as nossas maluquices.
Depois de que todos estavam preparados, finalmente deixamos o avião. Eu respirei fundo antes de sair do mesmo por último, já que sabia que estariam nos filmando desde aquele momento.
Após respirar fundo, disse para mim mesma:
– Vá em frente, Julie. Você consegue. É como ele disse... Só precisa ser você mesma... – Eu fechei os olhos por um instante e sorri para mim mesma.
Olhei rapidamente para o lado e vi um senhor de uns 60 anos me encarando, como se perguntasse se eu iria sair ou não. Ok, momento vergonha.
Mordi o lábio e respirei fundo mais uma vez, juntei dentro de mim toda a força e todo o amor que eu tinha pelo Justin, porque eu sabia o que tudo aquilo significava para ele e não poderia estragar tudo.
Por alguma razão, naquele momento, eu me encontrava mais segura do que nunca. Coloquei meus óculos de sol e saí do avião, descendo as escadas com a minha bolsa de mão e encontrando no fim dela Kenny, Pattie e Ashley. Sorri para eles, confiante, e logo adentramos o aeroporto, abaixando a cabeça para não sermos cegados pelos flashes.
– Hello New York. – Foi o que eu pensei.
Era quase 11 horas da manhã quando chegamos ao aeroporto de New York. Pegamos um taxi amarelinho e eu quase tive um treco só de estar dentro de um. Sem contar que Ashley e eu tivemos nossos momentos “oi, turistas” e tiramos várias fotos com todos ali.
Chegamos na frente do The Waldorf New York Hotel, o que foi o suficiente para que eu entrasse em um curto circuito interno:
Fiquei olhando a entrada por alguns segundos, mesmo sabendo que a MTV me filmava. Logo Ashley me puxou e eu me toquei, rimos e entramos no hotel, sendo seguidas pelas câmeras. No percurso, fomos olhando toda a decoração maravilhosa do hotel, delicada, com toque chique e vintage, nada melhor!
Subimos para o nosso andar e fomos primeiramente ver o quarto de Pattie, cujo qual Kenny portava as chaves. Levando em consideração que o hotel era maravilhoso, eu não poderia esperar menos dos quartos.
Kenny abriu a porta e Pattie entrou, eu entrei logo depois e então Ashley. Assim que nós três entramos, entramos em um extase medieval.
Ashley deu um berro, pegou uma das chaves magnéticas do hotel com Kenny e correu para o seu quarto, se trancando lá, sem deixar ninguém vê-lo. Sim, ela tem probleminhas, muitos probleminhas.
– Nossa Kenny... Quanta humildade. – Eu disse rindo. Abracei Pattie de lado enquanto a gente olhava aquele quarto maravilhoso.
Nós duas fuçamos o quarto inteirinho, vendo os detalhes e guardando tudo na memória, porque, sinceramente, não sei quando voltaríamos para lá.
Depois de algum tempo olhando o quarto, pedi a Kenny minha chave e fui ver, finalmente, o meu quarto. Ansiedade? Magina. Se o quarto de Pattie era assim, imagina o meu!
Fui andando pelo corredor, olhando as portas, procurando o meu quarto de número 402. Um pouco longe do de Pattie, mas nada exagerado. Passei cartão e entrei no quarto. Quase tive um treco. Me segurei para não desmaiar porque bom, não tinha ninguém ali para me segurar.
– Oh... My... Bieber! – Eu disse, com as duas mãos na boca.
Andei por todo o aposento, primeiro pela sala que havia ali, vendo os detalhes dos móveis, das paredes, do chão e até do teto. Havia um piano ali, quadros lindos, vasos maravilhosos. Todos os detalhes pareciam ter sido militricamente planejados. E com um resultado lindo, devo acrescentar. Andei até o meu quarto e quando o vi, quase caí do salto. Acho que nunca tinha visto um quarto tão lindo e tão aconchegante quanto esse.
Adoro hotéis, adoro New York. Adoro hotéis de New York.
– Tenho que lembrar Ashley que TEMOS que comprar aquelas blusinhas de I Love New York.
Eu saí correndo e me joguei na cama. Fechei os olhos por uns segundos e fiquei sorrindo.
Depois de abrir os olhos, fiquei olhando o teto por mais alguns segundos, até ter meus pensamentos violados por ninguém menos do que Ashley Davis e seus berros histéricos monstruosos.
– OH MY BIEEEEEEEEEEEEEBER! QUE QUARTO LINDO! – Ela disse, vindo correndo até mim e se jogando na cama também.
– Ouch! – Eu disse, rindo dela por se jogar quase em cima de mim ali. – Maluca.
Ficamos juntas ali, conversando sobre tudo o que aconteceria naquele dia e principalmente sobre as entrevistas. Depois nos levantamos e Ashley foi para o seu quarto se arrumar e eu fiquei no meu para fazer o mesmo.
Deixei meu cabelo liso e troquei de roupa, colocando uma mais, digamos, nova-iorquina. Sem esquecer que o tempo de quase-inverno nova-iorquino do hemisfério norte também deixava um clima gelado, porém com aquele sol iluminador, apenas.
Não demorei muito dessa vez para me trocar, quando Kenny bateu na minha porta para irmos almoçar eu já estava pronta. Logo saí do meu quarto e fui com Pattie e Kenny para o quarto de Ashley. (http://bit.ly/9Up7ma)
Não demorou mais do que uns 2 ou 3 minutos para que Ashley saísse do seu quarto de hotel, linda e loira, como sempre. Eu a fiz dar uma voltinha e ela fez o mesmo comigo. Rimos juntas, ela me abraçou pelo pescoço e fomos ao elevador assim, rindo, nos divertindo, sendo melhores amigas, como sempre. (http://bit.ly/bgXmmy)
Descemos de elevador e como a MTV não estaria nos gravando naquele momento, poderíamos almoçar tranquilos para depois, começarem as entrevistas e a caça ao vestido perfeito.
Ao nos dirigir ao salão principal, onde seria o almoço, já podíamos ver de longe que ele estava um pouco cheio e que havia uma ala vazia. Só depois de nos aproximarmos pudemos ver que aquela ala vazia era reservada para nós, para que não aconteça nada desagradável no almoço. Cheguei à conclusão de que só precisávamos de uma mesa e que aquela área reservada tinha mais ou menos umas 10 mesas vazias. Um pouco de exagero, como sempre.
Logo nos acomodamos e ficamos vendo o cardápio. Pedimos bebidas e o garçom nos indicou uma super mega hiper mesa de self-service. Ele disse que poderíamos nos servir quando achássemos mais conveniente. Só de olhar para aquela mesa, eu achei que já era conveniente. Todos nós ficamos supresos com o tamanho daquela mesa e com a quantidade de comida que havia ali.
– Oh... – Pattie disse.
– My... – Ashley disse.
– Bieber... – Eu completei.
Todos começamos a rir de tudo o que estava acontecendo. Difícil de acreditar, sim, se eu não estivesse vendo tudo isso com meus próprios olhos nunca acreditaria.
Depois de alguns poucos minutos, fomos nos servir – sem realmente saber por onde começar – e então voltamos para a nossa mesa.
Foi um almoço muito agradável, com muitas conversas e risadas. Era ótimo ter momentos como esses: inesquecíveis e adoráveis.
Quando eu estava me deliciando com o meu petit gateau – que por acaso era o menor doce ali na mesa – meu celular tocou.
Oma-ha mall... Oma-ha mall... 
You know that we ball at the Omaha Mall...
Todos ficaram me encarando enquanto eu pegava o meu celular lentamente, com a maior cara de vergonha do mundo.
– Ah, eu queria mudar o meu som, oras... – Eu dei de ombros, ainda sem graça e atendi ao telefone. – Alô?
– E aí baby girl. – Usher disse, do outro lado da linha. – Estou aqui com o JB, queremos saber como tudo está indo por aí.
Tapei o celular e disse para os três que estavam ali comigo quem estava no telefone.
– Ah! Está tudo bem até agora, Usher! O hotel é maravilhoso! A comida então, nem se fala. Ashley está comendo um boi aqui... – Eu disse, brincando, Ashley quase me fuzilou com os olhos.
Eu só consegui ouvir a risada de Usher e do JB do outro lado da linha. Ouvir aquilo me deixava feliz.
– Não me surpreende nada ver que a Ashley está comendo um boi. – Usher disse. – Só me pergunto para onde vai tanta comida.
– Magra-de-ruim. – Eu disse, Ashley me fuzilou de novo porque sabia que eu ainda estava falando sobre ela.
E as risadas do outro lado da linha continuavam.
– Kenny está cuidando direitinho de vocês? – Usher perguntou.
– Kenny? – Eu disse, sorrindo para Kenny, que logo me olhou esperançoso. – Ele está sendo um amor, um cavalheiro como sempre.
Kenny sorriu e abaixou um pouco o olhar, envergonhado. Own! Ele realmente é um amor de segurança.
– Fale um pouco com o JB, Julie, porque ele está me enchendo a paciência aqui... – Usher disse, rindo.
– Mais do que o normal? – Eu disse, rindo demais.
– Sim, mais do que o normal... – Usher disse. Eu só consegui ouvir um “HEEEEEEY!” bem indignado do JBeebs. – Ok, Justin, é toda sua.
– Hunf. – Justin disse, enquanto provavelmente pegava o telefone. – Hey Rich Girl.
– Rich Girl? Essa é nova... Eu pensava que era Lonely Girl... Ou talvez Favorite girl... Ou qualquer outro dos mil apelidos que você inventa. – Eu disse, dando uma de ironica, só pra deixar ele bravinho.
– Você é tudo pra mim, Julie. – Ele disse. Minha ironia não funcionou, DROGA! Mas eu gostei da cantadinha.
– Oooown. Não me faça ficar vermelha, estou do lado da sua mãe e ela está com uma faca na mão, amor. – Eu disse, piscando os olhinhos para Pattie, que não conteve a risada.
– Mas enfim, está tudo bem aí? Já fizeram as entrevistas? – Ele perguntou.
– Não, ainda não, estamos almoçando e daqui a pouco vou fazer as tais entrevistas para então, procurar o bendito vestido. – Eu disse, suspirando de preocupação. – Reze por mim, Justin, vou precisar de toda a ajuda do mundo para achar um vestido a essa altura.
– Você está em New York, claro que vai achar. – Ele disse, me incentivando.
– É, porque em Atlanta só sobraram os “vestidos da vovó”... – Eu disse, resmungando.
– Você ficaria linda com qualquer coisa... – Ele começou.
– Menos vestidos da vovó... – Dissemos juntos, logo rindo.
– É eu sei, eu sei... – Eu disse, ainda rindo.
– Julie querida, melhor você comer um pouco, não comeu nada desde cedo e daqui a pouco ainda temos que te acompanhar para as entrevistas... – Pattie disse. Adorava quando ela cuidava de mim.
– Ah, sim! Verdade... Obrigada Pattie. – Sorri. – Justin, tenho que almoçar, porque a Ashley já está terminando o prato dela e olhando para o meu, tenho medo que ela ataque meu pratinho.
– Ok, mais tarde me liga para dizer como o dia foi, está bem? – Ele disse.
– Uhum... Não se preocupe, eu ligo sim. – Eu disse, sorrindo. Por um momento eu tive uma experiência de déja vu ao contrário. Algumas semanas atrás era eu quem pedia para ele me ligar e me contar como as coisas tinham ido, hoje, ele que estava pedindo. Por alguma razão, eu fiquei feliz com aquilo. Ver que ele estava sentindo como é me ter longe.
– Amo você, princesa. – Ele disse.
– Eu também. – Eu disse.
Logo desligamos.
Todos terminaram seus pratos e depois disso, o dia foi passando com mais agilidade. Conheci toda a equipe da MTV que por acaso me adorou, e claro, eu os adorei. Fui eu mesma e sem me preocupar com o que falar, apenas fui sincera. Eles fizeram algumas perguntas mais básicas como “De onde você veio?” ou “Qual é a sua cor preferida?” e algumas mais complicadas como “Como conheceu Justin?” e “Como se sentiu ao saber que foi a ganhadora do concurso The Golden Ticket?” e sem esquecer a principal “Está ansiosa para ir ao Baile de Inverno com Justin Bieber?”
Fui o mais gentil e honesta possível, tentei ser transparente, sem claro acabar dizendo mais do que a boca poderia suportar. Estou me acostumando com essa técnica “Responda apenas o que eles te perguntam” de Hollywood.
Ashley também foi entrevistada, como a “Melhor amiga da Lonely Girl” e uma “Observadora dos acontecimentos”. Eu ri da comparação, sei que ela me daria alguns socos por isso mais tarde, mas foi a equipe da MTV que a chamou assim, não eu.
Devo confessar que antes que eles começassem a gravar eu fiquei com um frio enorme na barriga. Aquilo superou qualquer outra sensação, afinal, era minha primeira entrevista, coisa que sinceramente eu achei que nunca iria acontecer.
Depois da entrevista, eu e os três que me acompanhavam praticamente saímos correndo para as lojas de vestidos de baile de New York. Fomos do Brooklin até o Upper East Side. Experimentei uns 200 vestidos em mais ou menos 2 horas e meia.
Não sei se eu tinha probleminhas ou os vestidos que não tinham nada a ver comigo. Havia uns muito longos, outros cheios de detalhes, outros super sem graça, outros que pareciam vestidos de casamento e outros que pareciam vestidos de stripper. É, difícil, difícil... Muito difícil.
No fim, quando estávamos quase parando para um descanso e decidimos voltar para o hotel, aconteceu algo realmente inesperado. Mesmo sob a visão das câmeras da MTV, eu consegui cometer uma gafe. Mas no fim, foi uma gafe maravilhosa!
Sai do taxi na frente do Waldorf Hotel primeiro, pois estava na porta. Meu celular vibrou e eu vi que tinha uma mensagem nova, dei alguns passos para trás, para dar passagem aos outros que saiam enquanto via a mensagem. Foi então que no quarto passo para trás, eu me senti trombando com uma pessoa.
– OH MY GOD! – Eu coloquei as mãos na boca e me virei para abaixar e ajudar a garota com quem eu tinha trombado, e por uma infelicidade, feito com que todas as sacolas dela fossem para o ar. – Me desculpe, eu realmente não vi que havia alguém atrás de mim e...
– Está tudo bem... Eu também não vi. – A garota disse.
Foi aí que eu percebi com quem eu havia trombado. Momento paralisia mode on.
Dou um cookie para quem adivinhar com quem eu trombei. Aha! Dole 1... Dole 2... Dole 3! Alguém se arrisca?
Pelo jeito, ninguém. Ok então, eu digo!
Eu trombei com ninguém menos do que DEMI LOVATO!
Momento grito interno: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH!
– Você... Você é a... Demi... Lovato... Não é? – Eu estava completamente impressionada e surpresa. Estava gaguejando que nem uma fã maluca, mas eu realmente não me importava. Ela estava ali! Demi Lovato! A garota que abriu o show dos Jonas no Brasil e que quando eu a vi morri de tanto gritar. Mesmo pequenininha do meu ponto de vista, eu estava feliz de tê-la ali naquele palco no meu país. Agora ela estava ali, na minha frente e eu tinha arruinado suas compras. O mundo realmente dá voltas.
Ela sorriu para mim, gentilmente e logo me respondeu.
– Sim... E qual é o seu nome? – Ela me perguntou, enquanto nós nos levantávamos e eu entregava as sacolas que a ajudei a recolher para a mesma.
– Julie Evans... – Eu disse ainda meio tonta de estar realmente encontrando com ela.
– Hey! Você não é aquela “melhor amiga” do Justin Bieber? – Ela disse, deixando bem claro as aspas que fez com a mão.
Eu dei uma risada, ignorando os gritinhos histéricos de Ashley atrás de mim, quando viu que Demi estava ali.
– Sim... Sou a “melhor amiga” do Justin Bieber. – Eu disse, fazendo também as aspas com as mãos. Demi riu também do gesto copiado e sorriu para mim.
– Já ouvi muito falar sobre você... Vocês dois são uma polêmica e um suspense ao mesmo tempo... – Ela disse, sorrindo.
Ah, se você soubesse que esse suspense está prestes a acabar, Demi... – Eu pensei.
– Na verdade a gente só sai bastante, a mídia que ajuda com todo esse suspense... – Eu dei de ombros, sorrindo.
– O que está fazendo em New York? Quero dizer... Pelo que minha irmã Madison me conta, você mora em Atlanta, não é? – Ela perguntou, enquanto colocava uma mecha do próprio cabelo atrás da orelha.
– Sim! Sim, na verdade eu moro sim, minha amiga Ashley e o JB também moram lá... JB não está aqui agora, mas Pattie que é a mãe dele e Kenny que é seu segurança estão... – Eu disse, apresentando todos para a minha mais nova conhecida, Demi Lovato. – Estou aqui porque preciso de um vestido de baile de última hora, sabe como é, decidi que iria ao baile com ele no último momento e não achei mais nenhum vestido decente em Atlanta, então tive que correr para cá...
Demi sorriu quando eu a apresentei aos outros e então ficou pensativa quando eu comentei do vestido.
– Sabe... Eu conheço uma loja ótima para vestidos formais, pode não ser exatamente direcionado a bailes, mas tem ótimos vestidos lá, eu sempre vou nessa loja quando tenho premieres ou eventos... Eles também fazem por encomenda de grandes estilistas... Quando é o seu baile?
– Esse sábado. – Eu disse, fazendo uma careta.
– Wow... Correndo contra o tempo então, hem? – Ela disse, rindo.
– Nem me fala, desespero pela eternidade. – Eu comentei.
– Já fomos até o Brooklin procurar vestidos, mas a fresquinha aqui não gostou de nenhum. – Ashley se aproximou mais de nós e comentou.
– Hey! Nem você gostou daqueles lá! – Eu disse, fuzilando Ashley com os olhos e depois rindo.
– É... Verdade. – Ashley se fez de pensativa por um momento.
– Ah, mas é normal, mesmo em cidades grandes como NY chega uma hora que mesmo que tenha uma grande quantidade de vestidos, se você não for ao lugar certo, nunca vai achar um realmente bonito... Eles costumam fazer muitos e você sempre tem que ir bem antes para garantir um que seja do seu gosto. – Demi comentou. – Se quiser posso levar vocês até essa loja que eu conheço...
Choque. Choque. Choque.
Mais um pouco de choque. Ok chega.
– Claro! Adoraríamos, não é? – Eu disse, olhando para todos, que sorriam.
– Ok! Vou só deixar minhas sacolas aqui na portaria do meu hotel e pedir para que eles coloquem no meu quarto que já vamos, tudo bem? – Demi disse, sorrindo.
– Está hospedada no Waldorf? – Eu perguntei, olhando a entrada.
– Sim! Por quê? – Ela perguntou.
– Nós também. – Pattie disse, gentil como sempre.
– Melhor ainda! – Demi disse e pediu para nós esperarmos um pouco, que ela já voltava.
Depois de uns cinco minutos, Demi voltou, mais radiante do que nunca. Só agora, conhecendo ela pessoalmente, eu tinha certeza absoluta da doce garota que ela é. Azar seu, Joe Jonas.
Demi disse que a loja não era tão longe dali, então que não havia necessidade de irmos de carro. Com as câmeras da MTV nos seguindo, fomos eu, Demi e Ashley conversando na frente e Pattie e Kenny conversando atrás.
– Nós adoramos seu trabalho, suas músicas, tudo! – Ashley comentou com Demi, que sorriu gentilmente, agradecida.
– Fico feliz de ouvir isso... Ouvi que você faria um single, Julie, é verdade? – Demi me perguntou, curiosa.
– Ah... Não sei ainda... Usher e Timberlake querem que eu faça, vai saber Deus por que... – Eu disse, dando de ombros, um pouco envergonhada.
– Ela está dizendo isso por besteira. Ela é uma ótima cantora, só é um pouco envergonhada em relação a isso. – Ashley disse.
– Uhm... Sei como se sente, no começo eu também era assim, levou um tempo até eu perceber que eu realmente era boa o bastante e realmente tinha uma chance de conseguir. – Demi me disse, me fazendo pensar.
– Não sei... Sinto que fico insegura em relação a tudo isso... – Eu disse, suspirando.
– Você tem que dar uma chance, pois nunca vai saber se não tentar, não é? Depois de ter essa experiência, você vai ter essa resposta, acredite. – Demi disse, sorrindo para mim.
Eu respirei fundo e sorri de volta. Talvez ela esteja certa. Nunca vou saber se não tentar.
Demi nos guiou até a loja que ela falava. Logo ao entrarmos, eu e Ashley nos olhamos e começamos a rir. Demi não entendeu de imediato, nem ela nem ninguém mais.
A razão pelo nosso pequeno momento de insanidade é que ao entrarmos na loja, percebemos que estava tocando nada menos do que Teenage Dream da Katy Perry, uma das nossas músicas preferidas. Logo explicamos para Demi e ela disse que era uma das músicas que ela mais gostava também. Há! Perfeito!
Adentramos a loja e logo fomos atendidas por vários vendedores da mesma. Eles nos mostraram a ala de estoques de vestidos para darmos uma olhada e disseram que qualquer coisa eles poderiam reparar algum vestido que fosse do meu gosto.
Fui para aquele labirinto de vestidos apenas com Ashley e Demi. Ao entrar na grande sala, comecei a cantar Teenage Dream sem o menor pudor. Não me importava mais com as câmeras, estava feliz e queria mostrar isso.
Peguei um dos vestidos e coloquei na frente do meu corpo enquanto girava e cantava junto com a música, enquanto as outras duas riam.
– Let’s go all, the way tonight... No regrets, just love! We can dance, until we die, you and I... We’ll be young forever! – Eu ia cantando e andando pelos corredores cheios de vestidos, ia olhando alguns e jogando para Ashley, que às vezes jogava de volta pra mim e nós duas quase morríamos de rir. Demi entrou na brincadeira e começou a atravessar os corredores de vestidos pendurados em cabides no meio enquanto cantava comigo.
– You... Make... Me... Feel like I’m living a... Teenage Dream! The way you turn me on, I-can’t-sleep... Let’s run away and don’t ever look back, don’t ever look back! My-heart-stops, when you look at me, just-one-touch, now baby I believe this is real, so take a chance and never look back! Never look back! – Demi cantava enquanto dançava comigo e com Ash.
– Imma get your heart racing in my skin tight jeans... be your teenage dream tonight... Let you put your hands on me in my skin tight jeans be your teenage dream tonight! – Eu finalizei a música e nós caímos em alguns sofás que havia naquela área.
Foi só nós sentarmos no sofá que eu ouvi algumas palmas e uma mulher falando dentro da sala onde estávamos.
– Uau! Se continuarem assim, tenho certeza que perderei meu emprego. – A mulher disse.
Em um primeiro momento eu achei que fosse uma funcionária nos dando uma bronca – merecida por sinal. Mas então eu olhei para a porta onde a tal mulher estava e logo brinquei.
– Hey garotas, tem uma mulher que parece a Katy Perry aqui. – Eu disse, rindo enquanto olhava a suposta Katy que por acaso se aproximava de nós.
Demi se virou e olhou melhor. Arregalou os olhos e depois olhou para mim com uma cara de “Ah cara, eu acho que ela é realmente a Katy Perry”. E eu olhei para ela com uma cara de “Ah qual é, sem chance”. Até que eu olhei a mulher mais de perto e quase tive um ataque.
– Ah caramba, é mesmo a Katy Perry. – Eu acho que minha cara nesse momento foi tão engraçada que Katy até começou a rir. Eu acho que eu fiz uma careta meio que “OMG + WTF”.
Ah cara, eu amo New York.
– E você é a namoradinha do Bieebs! – Katy fez cara de surpresa e colocou a mão na boca. Contornou o sofá e se sentou ao meu lado. – Finalmente nos conhecemos! Não por meio do seu namoradinho porque aquele lá disse que nos apresentaria a milênios!
– Eu... Sou... O que... Ele... Disse... Que... SÉRIO?! – Estava parecendo uma garota gaga esquizofrênica. – Ele nunca comentou nada comigo!
– Deve ter esquecido. Eu sempre disse para ele nunca pular o café da manhã porque pode deixar ele meio... Sabe como é... Sem nutrientes. – Katy Perry era realmente muito engraçada, muito mais do que você vê em entrevistas e vídeos. Ver ela bancando a “Bieber Mom” era hilário!
– Eu tomo café da manhã... Vou lembrá-lo de se lembrar a lembrar do café da manhã. – Eu falei e então parei um momento para pensar no que tinha acabado de dizer. – Ahn? Ah... É, é isso...
Katy sorriu e começou a gargalhar.
– Você é engraçada garota! Gosto de pessoas engraçadas, por isso me casei com um comediante. – Ela deu de ombros e riu.
– Eu acho Russell Brand um ótimo comediante, principalmente quando ele apresentava os VMA’s. Não conseguia ficar séria quando via! – Eu disse, rindo.
– Nem me fala, principalmente naquelas vezes que o elenco de Crepúsculo foi apresentar um prêmio e o Russell ficou zoando da cara deles. – Ashley comentou, sentada na poltrona na nossa frente.
– Sempre tive vontade de conhecê-lo, parece um cara muito divertido. – Demi disse também, sorrindo. – Se bem que eu acho que ele não gosta muito de mim... Por que sou do elenco da Disney.
– O que? – Katy fez como quem estava indignada. – Ah querida, não ligue para ele. Russell ainda não superou o fim dos anos 80 e 90. Sem contar que eu acho que ele deve ter algum trauma por ver tanto o Rei Leão, por causa daquele cabelinho dele.
Todas nós gargalhamos com o comentário de Katy. Ela é incrível!
– Bom! Duas de vocês eu já conheço... Mas e quanto essa loirinha aqui ao meu lado? – Katy olhou Ashley e sorriu, piscando os olhos freneticamente em uma careta super fofa e engraçada.
– Oh! Meu nome é Ashley Davis. – Ash disse, sorrindo muito. Eu sabia que ela estava se contendo para não desmaiar ali, tanto quanto eu.
– Own, que linda! HEY! – Katy gritou. – Você não é aquela Ashley que o Usher disse que era uma das garotas mais engraçadas que ele já conheceu e que foi apresentado a ela pelo Bieebs não é?
– Está falando com ela! – Eu disse, sorrindo e piscando para Ash.
– Ah, não sou tão engraçada assim... – Ashley deu de ombros.
– Quantas doses precisa para ficar engraçada? – Katy perguntou, séria. Ashley fez uma cara de surpresa e arregalou os olhos. – Estou só brincando! Mas sério... O que você toma?
– Ahm... Suco. – Ashley disse, dando de ombros e pressionando os olhos um pouco, sem ter certeza de que era aquilo que deveria ter dito.
– Uhm... Suco... – Katy se fez pensativa. – São docinhos, inofensivos... Já saquei! Você é uma daquelas garotas que não pode ver doce por perto que fica mais agitada que um furacão, não é?
– AHA! – Eu disse, rindo demais. – Acabou de descrevê-la.
– Heeeeey! – Ashley disse, indgnada.
– Como descobriu? – Eu disse, rindo.
– Ah, eu conheço as pessoas. E não se preocupe, não direi às câmeras que você é a namoradinha do Biebs. – Katy disse, olhando por cima do ombro com cara de quem suspeita de algo.
– Uhmm... – Eu fiz o mesmo. – Certo, tem meu voto de confiança.
Katy sorriu para mim e piscou. No fim acabamos todas rindo.
– O que fazem aqui afinal? – Katy perguntou.
Eu olhei para Ashley e depois para Demi. Suspiramos e então, eu comecei a contar a história novamente, porém dessa vez para Katy.
– Aaah! – Katy fez a cara de quem concluia algo e logo sorriu maliciosamente para nós. – Parece que o destino nos colocou na mesma loja, meu amor. Vamos... Vamos achar para você o vestido mais sexy, diva, chocante e maravilhoso que há nesse lugar! Afinal, você é a garota do Bieber, não pode desapontar! – Katy sorriu e pegou a minha mão, nos levantamos e ela foi me levando para as fileiras de vestidos. Demi e Ashley nos acompanharam.
Nas duas horas que se passaram com Ashley, Demi e Katy, eu experimentei mais uns 50 vestidos, alguns milhares de sapatos e algumas jóias maravilhosas.
No fim, finalmente achei um ótimo vestido, um sapato lindo e acessórios maravilhosos. Nada muito espalhafatoso e nem muito simples. Algo muito... Julie Evans.
Após escolhermos tudo, fui para o vestiário e coloquei tudo de uma vez, para ver como ficaria com o conjunto em si.
Como vestido, escolhi um vermelho colado, com alguns detalhes no pano, porém nada que fosse muito chamativo, sem deixar de ser bonito e sexy. Katy achou que eu fiquei com uma beleza sutil e sexy, sem chegar a vulgaridade. Ashley e Demi concordaram. Eu gostei.
Como acessórios, comprei uma pulseira e um colar de ouro branco. Eu estava em dúvida, pois tinha um colar escrito “Julie” que também era de ouro branco e que meu nome era feito com pedrinhas de rubi. Ganhei ele dos meus avós quando eu fiz 15 anos. Nunca tive uma ocasião para usá-lo, até agora. Não tinha certeza, mas parecia um ótimo momento para usar.
Katy me proibiu de usar sapatos fechados em um baile de inverno então eu achei uma sandália delicada e linda, que combinou com o meu vestido e com os meus acessórios. Sinceramente? Me apaixonei por ela!
Depois de comprarmos tudo, convidei a todos para que tivéssemos um jantar em algum restaurante da cidade, afinal era minha última noite em New York. Katy aceitou o convite e Demi também. Pattie, Kenny e Ashley acharam uma ótima ideia, uma forma de fechar a viagem com chave de ouro.
Kenny alugou um carro e no caminho fui vendo alguns penteados que haviam em umas revistas que Pattie comprou para mim. Katy, Ash e Demi me ajudaram a escolher alguns.
Como eu não queria o típico “baby-liss de festa”, elas me ajudaram a encontrar algo delicado, sutil e mesmo assim, elegante o bastante para o baile.
Primeira revista... Nada. Segunda revista... Nada. Terceira revista... Nada. Nada até que eu cheguei na penúltima página e dei um gritinho histérico!
– OMG! – Eu disse, colocando as mãos na boca. – O que acham desse?
Katy, Demi e Ashley analizaram por algum tempo, me olharam, pensaram no vestido, olharam a foto. Ficaram me torturando por algum tempo.
– Uhm... – Katy disse.
– Uhm... – Demi disse.
– Uhm... – Ashley disse.
– O QUE? – Eu berrei, porque não aguentava mais tanto mistério.
– Caaalma garota! – Katy disse, rindo. – Eu gostei, mas vai precisar de um prendedor que chame atenção. Uhmm...
Katy pensou por um instante e logo abriu sua bolsa, tirando um prendedor de cabelo que tinha uma rosa vermelha em rubi na ponta. Eu a observei e ela ofereceu a mim. Entrei em colapso.
– Você está falando sério? – Eu perguntei, olhando para o prendedor lindo que ela estava me oferecendo.
– Sim, vai te dar sorte. – Ela disse, sorrindo. – Além do mais, você merece, gostei de você. Mas ah! Depois quero saber tudo o que aconteceu no baile, hem? Se bem que vai aparecer no tal do documentário, enfim...
Todas riram.
Eu estava adorando aquele dia. Inesquecível, com certeza. Conhecer Katy e Demi fez do dia ainda melhor. Sem contar que eu estava também com pessoas que eu adorava, como Ashley, Pattie e Kenny.
Nada melhor do que um dia cheio de sorrisos e esperanças como esse, não é?
Fomos jantar no Delmonico’s, na parte sul de New York, que tinha um estilo mais antigo e conservado, também pela sua história e por ser um dos mais antigos restaurantes da cidade. Adorei conhecê-lo e ter ótimas companhias para aproveitar um jantar.
Tiramos até fotos que foram, claro, para o twitpic.
Pedi para um garçom tirar uma foto da mesa em que estávamos, de um lado: Eu, Katy e Demi e do outro Ashley, Pattie e Kenny.
A legenda do meu twitpic foi: ”Eu, minha Barbie Girl, a linda Pattie e o lindo Kenny acabamos encontrando uma californiana e uma tal de Sonny Monroe.”
Depois de postar a foto no site, me levantei e fui ao banheiro. Na volta, fui abordada por uma mulher alta e morena, que logo se apresentou:
– Olá... Meu nome é Helen Gosling. – Ela disse, sorrindo e estendendo a mão. – Por acaso, seu nome é Julie Evans?
– Ahm... Sim... – Eu disse, sem realmente saber como agir. Apertei a mão dela delicadamente como um cumprimento e sorri de forma gentil.
– Sou a diretora de publicidade da revista Cosmopolitan, acho que você já ouviu falar dela... – Ela explicou, sorrindo.
Quase tive uma crise de tosse, mas dessa vez me contive. Estou ficando boa nisso.
– Claro! Claro que conheço... Impossível não conhecer. – Eu continuei sorrindo.
– Fico feliz em ouvir isso... Então... Soube que é uma das melhores amigas de Justin Bieber. – Ela disse, parecendo interessada.
– Até onde eu sei, sim! – Eu brinquei, rindo de leve e logo sorrindo novamente.
– A Cosmopolitan estaria honrada em fazer uma entrevista com você. Contar um pouco da sua história para o mundo e para os fãs que sabemos que já conquistou, mesmo não sendo uma artista de Hollywood. – Ela continuou, ainda com seu jeito gentil.
– Uau... Sério? – Eu disse, impressionada. – Eu nunca pensei que algo assim poderia acontecer.
– Mas está acontecendo, querida, então... O que me diz? – Ela sorriu ainda mais.
– Aah... Eu adoraria, mas tenho que ver direito essas coisas... Não estou acostumada com isso. – Eu mexi no meu cabelo e sorri um pouco envergonhada.
– Claro, claro... Faça o seguinte. Pegue o meu cartão e converse com seus responsáveis sobre isso, qualquer que for a sua resposta, só ligar para o meu celular, ok? – Ela abriu a bolsa e pegou um dos seus cartões e me deu.
Eu peguei e fiquei olhando. Logo sorri de um jeito radiante.
– Claro! Eu... Ligo sim... Obrigada. – Eu disse, sorrindo ainda da mesma maneira.
Quando eu vi, Kenny estava do meu lado.
– Boa noite, sou Kenny Hamilton, segurança da srta. Evans. Algo errado? – Kenny disse, de uma maneira formal e um tanto séria.
– Não que eu saiba... Algo errado Julie? – Helen disse, olhando de Kenny para mim.
– Aaah... O que? Ah! Não, não... Nada errado Kenny... Ela é a diretora da Cosmopolitan. – Eu disse, ainda sem acreditar. – Ela me deu o cartão dela.
Kenny olhou para o cartão e depois para ela.
– Fez uma proposta para ela? – Kenny perguntou.
No começo eu não entendi para que tanta preocupação.
– Sim... Não creio que isso seja algo errado. – Helen disse, olhando e sorrindo. Eu senti um clima mais tenso e desconfortável naquele momento.
– Então não acho que saiba que Julie é menor de idade e que se você quiser uma entrevista com ela tem que falar com o seu agente primeiro. – Kenny disse. – Desculpe, senhora, não é nada pessoal, só estou cumprindo ordens.
– Eu entendo o seu trabalho, Sr. Hamilton. Tanto quanto deve entender o meu. Apenas pensei que a senhorita Evans já era maior de idade, pela sua aparência. – Helen sorriu para mim e eu sorri de volta, ainda meio tonta com a situação.
– Sim, mas como lhe disse, ainda é necessário se dirigir ao agente dela. – Kenny insistiu.
– Pode me passar o cartão dele, então? – Helen se dirigiu a Kenny com certo desdém, por ele insistir tanto.
– Por acaso eu posso sim. – Kenny disse com um tom satisfeito, pegou a carteira e entregou um cartão que eu não vi para a mulher.
Não sei o que o Kenny deu a ela, mas ela ficou com uma cara meio pálida depois que viu.
– Nos dê licença, agora, temos que voltar ao hotel. – Kenny sorriu e envolveu meu ombro com seu braço, me conduzindo. – Tenha uma boa noite.
Logo Kenny me guiou para o estacionamento. O resto do pessoal estava esperando o carro alugado. No caminho, eu virei para Kenny e perguntei, inocentemente.
– Kenny, de quem era o cartão que você deu àquela moça?
– Justin Timberlake. – Ele disse, olhando para frente.
Eu logo tropecei, tive uma crise de tosse e de asma que eu nem sabia que tinha. Na verdade acho que era mais uma asma psicologica, que na verdade era desespero misturado com loucura.
– Desde quando Timberlake é meu agente? – Eu perguntei a ele, confusa e assustada.
– Desde que seu pai assinou um contrato para causar menos danos morais a você caso coisas desse tipo acontecessem. – Kenny me disse, sorrindo e me abraçando de lado.
– Aaah danado! – Eu disse, pressionando os olhos e pensando em uma vingança para o meu pai que deveria ter me contado esse detalhezinho.
– Já é um membro da familia Island Def Jam, Jules. – Eu adorava quando ele brincava de me chamar de Jules.
– Olha só, que honra Sr. Hamilton. – Eu disse, imitando a mulher no restaurante.
Kenny soltou uma gargalhada e logo entramos no carro, que já estava cheio com as outras pessoas.
– E aí meninas. – Eu disse, ao entrar.
– O que aconteceu lá? – Ashley me perguntou.
Não demorei a contar a elas tudo, inclusive a parte de Timberlake, o que por acaso não fez só eu e Helen praticamente entrarmos em colapso.
– Go Girl! – Katy disse, sorrindo. – Minhas princesas, eu vou abandoná-las o hotel porque tenho um vôo às 23 horas para Londres.
– Aaah... Nem me fala. Amanhã eu e Ash pegaremos um avião para Atlanta novamente. – Eu disse, suspirando.
– Ah céus! O baile está chegando! Será que destruiram alguma coisa? Não dá para confiar naqueles jogadores de futebol americano. Brutamontes de capacete, humf. – Ashley disse, resmungona.
– Ashley você namora um desses brutamontes de capacete. – Eu disse, rindo do jeito bipolar dela.
– Sim e ele sabe que apanharia se tocasse em alguma da decoração. – Ashley disse, ainda com seu jeitinho de brava.
– Qual é o tema do Baile? – Demi perguntou, interessada.
– Ah não... Não pergunta isso para ela... – Eu disse, batendo a mão no rosto e me escondendo.
– HOLLYWOOD! – Ashley disse, agora com um sorriso enorme no rosto enquanto batia palminhas, orgulhosa da própria ideia e trabalho.
– Uau... Deve estar lindo! – Demi disse, sorrindo.
– E está! Modéstia parte está perfeito... Temos até uma câmera daqueles modelos antigos gigante como decoração. Ah, está tudo lindo. – Eu conseguia ver sem dificuldade os olhos azuis de Ashley brilharem de emoção.
Não aguentava esse jeito único da Ashley. Ela era tão... Peculiar. Para não dizer outra coisa. Uma garota de mil faces, mil jeitos e ao mesmo tempo, nunca conheci ninguém igual a ela. Tenho sorte de tê-la como amiga. Sorri para Ashley e ela entendeu o meu sorriso, me dando um igual de volta.
Assim que chegamos ao hotel, nos despedimos de Katy e Demi. Cada um subiu para seu respectivo quarto para descansar do dia cheio e cansativo que tivemos.
Não sei quanto a eles, mas eu não consegui pregar o olho por um bom tempo. As borboletas no meu estômago estavam acordando e eu sentia um frio enorme de ansiedade. Faltavam apenas 2 dias para o dia do baile.
O dia em que ele confessaria ao mundo que estávamos namorando.
Fiquei olhando meu vestido e tudo o que havia comprado naquele dia. Também olhei o cartão da diretora da Cosmopolitan e fiquei um bom tempo em silêncio, pensativa.
Sentei em uma penteadeira que havia no meu quarto de hotel e fiquei me olhando no espelho que ali havia. Peguei minha escova e comecei a pentear o cabelo, expontâneamente.
Algo naquela imagem no espelho estava diferente. Algo havia mudado. Mudado em mim. Eu não era mais aquela garota de São Paulo. Definitivamente não era. Eu sei que sempre haveria uma parte daquela garota em mim, principalmente no meu amor por aquela cidade, mas ainda assim, eu havia virado outra pessoa.
Mudei-me para os Estados Unidos com uma esperança. Dessa esperança, consegui uma chance. Uma chance que me fez ver o mundo de uma maneira muito diferente.
A garota no espelho era mais feliz, mais sonhadora. Aquela garota não tinha mais limites. Não achava que existia algo impossível. Aquela garota de olhos verde-claro e um cabelo castanho liso havia conquistado uma nova vida. Ninguém poderia tirar isso de mim.
O mais engraçado era que eu sentia, dentro de mim, uma dor no coração. Não de doença ou de ansiedade. Uma dor fraca, mas significativa. Uma dor de mudança.
Eu sentiria saudade daquela garota de São Paulo.
Mas eu sabia que agora não havia mais volta.
Eu me sentia uma pessoa nova e gostava disso. Assim que deveria ser.
Hoje, finalmente, me dei conta de que aquela garota não existe mais. Me dei conta que a nova Julie Evans estava aqui para ficar. A garota que ficou impressionada por receber o cartão de uma diretora de uma revista americana famosa foi substituída pela cliente de Justin Timberlake e pela mais nova amiga de Demi Lovato e Katy Perry.
Era um mundo completamente novo, mágico, intenso. E eu estava disposta a me jogar de cabeça nele.
Porque é nesse mundo que Justin Bieber está. E é nele que eu pertenço.
Finalmente caiu a minha ficha. Não estou sonhando, estou vivendo. Hora de levantar a cabeça e continuar a caminhada.
E amanhã seria um dia completamente diferente.
Um tempo depois me rendi ao sono e me entreguei àquela cama maravilhosa do Waldorf. Dormi como um bebê, literalmente, apesar de não ter dormido tanto assim.
Acordei 7 horas da manhã, sem despertador, sem nada. Acordei expontâneamente, o que realmente é uma novidade.
Como eu previa, aquele dia foi diferente.
Eu abri os olhos e olhei à minha volta. Fechei os olhos por alguns segundos só para sentir aquele momento. Logo me levantei e coloquei um roupão do hotel que havia à minha disposição. Enrolei-me nele e fui para a janela, a abri e olhei a avenida da cidade que nunca dorme. Encostei ali e fiquei observando por uns dez minutos. Um grande sorriso nasceu no meu rosto.
Sabe quando você sente dentro de você uma sensação de motivação enorme? Sente que nada pode te parar?
Eu me sentia assim.
Tomei um banho de banheira e me troquei, logo saindo do meu quarto para ver se alguém além de mim já estava acordado. Puff, que nada. Os preguiçosos ainda estavam no vale dos carneirinhos.
Desci pelo elevador para tomar meu café da manhã, sem me importar de estar sozinha. Seria bom ter um momento só para mim.
Andei confiante pelo hotel, com passos firmes e cabeça erguida. Apesar de estar usando óculos de sol, o que me deixava realmente mais confortável, eu não me deixei abalar e nem intimidar.
Se é para entrar nesse jogo, vamos jogar direito, não é?
Sentei no salão e uma mulher me entregou o cardápio para o café da manhã, para eu escolher bebidas e algo em especial que pudesse desejar. Agradeci à ela e fiquei observando o cardápio por algum tempo, até que uma garota se aproximou e se dirigiu a mim.
– Desculpe te incomodar... Mas eu tenho a sensação de que te conheço de algum lugar. – A garota disse.
Eu reconhecia aquela voz, mas também não me lembrava ao certo de onde. Minhas dúvidas se cessaram quando eu levantei o rosto para olhar quem falava comigo. Tirei os óculos e sorri.
– Julie Evans. – A garota disse, sorrindo, também parecendo ter suas perguntas respondidas.
– Mary Lobato. – Eu disse, retribuindo o sorriso. – Sente-se!
Ela se sentou na minha frente e soltou uma risada divertida.
– Não nos vemos desde... – Ela começou.
– O avião... Sim, Paris. – Eu completei.
– Faz um tempo... Engraçado nos encontrarmos aqui. Pensei que morasse em Atlanta. – Ela comentou, interessada.
– Eu moro, estou aqui para compras. Tenho esse baile de inverno na minha escola e deixei tudo para a última hora... – Eu disse, balançando a cabeça negativamente e sorrindo um pouco sem graça.
– Ah... Eu adoro esses bailes, sempre tive vontade de ir a um, apesar de que sei como deve ser desesperador toda a procura pelo vestido perfeito. – Mary disse, sorrindo.
– Nem me diga... E você? O que faz aqui? – Eu perguntei, também interessada.
– Na verdade eu estou morando aqui com uma amiga minha enquanto ela termina a faculdade de teatro. – Ela respondeu, sorrindo.
– Morar em New York, isso deve ser realmente um sonho. – Eu disse, suspirando e olhando em volta.
– É bem parecido com São Paulo depois que você se acostuma... O trânsito é o mesmo. – Ela disse, dando risadas.
– Imagino... – Eu ri junto com ela. – Mas Mary... Se você mora em New York, porque está em um hotel?
– Não estou hospedada aqui, vim apenas visitar uma amiga minha que está passando uns dias aqui no Waldorf. – Ela explicou, enquanto olhava o outro cardápio também.
– Jura? – Eu disse, sorrindo. – Eu conheci a Demi Lovato ontem aqui nesse hotel...
– Sério? Estou aqui para ver a Demi. – Mary disse, sorrindo. – Ela é uma grande amiga minha e dessa minha amiga que é atriz.
– Nossa... Cheia dos contatos. – Eu disse, brincando.
– Olha quem fala... – Ela brincou, rindo.
– Neeem me lembra. – Eu disse, chamando a mulher que atenderia nossos pedidos.
– Mas e como você está? Na última vez que eu te vi não estava muito bem... Se acertou com o One Less Lonely Girl Maker? – Ela disse, brincando.
– Ah... Foi difícil, sabe... Eu passei por poucas e boas... Mas felizmente está tudo bem, sim. Vou ao baile com ele no sábado. – Eu expliquei, sorrindo. Lembrar do Justin me deixava feliz.
– Um baile com Justin Bieber? Aposto que há quase 5 milhões de garotas querendo estar no seu lugar. – Ela comentou.
– Ou mais... Mas sei que no fundo elas preferem que eu esteja com ele do que a irmã mais nova da Kim Kardashian... – Eu disse, sendo um pouco sarcástica e logo rindo.
– Que bom! – Mary disse, rindo. – Ah... Julie! Não sei se o Bieber já sabe disso, mas provavelmente irão convidá-lo para um evento de jovens artistas que acontecerá na Disney. Eles vão fechar o parque e todos os jovens artistas de Hollywood e do mundo vão comparecer. Tipo uma... Convenção, ou qualquer coisa assim. Os convidados podem levar um acompanhante.
– Nossa... Sério? – Eu disse, impressionada. – Parece divertido.
– Provavelmente eles vão te colocar na lista de convidados principais... – Mary comentou.
– Vão? – Eu perguntei, confusa.
– Você anda sendo muito comentada por aí, Julie. Falam da sua voz e do seu talento, então provavelmente vai sim. – Mary explicou, sorrindo gentilmente.
– Wow... – Eu disse, suspresa. – Você foi convidada também?
– Sim, mas não estou na lista de convidados. Sou acompanhante. – Ela disse.
– Da Demi? – Eu perguntei, distraída.
– Não, Demi vai levar a irmãzinha dela, a Madison. – Mary comentou.
– Então...? – Eu perguntei, rindo. – Qual é, estou curiosa agora.
– Um dos Jonas Brothers me convidou. Fui estagiária de produção do segundo Camp Rock e acabamos virando amigos... – Mary disse, olhando para o cardápio, eu pude ver ela corar.
– MENTIRA! – Eu disse, gritando em tom baixo.
Mary revirou os olhos e riu.
Continuamos conversando por um bom tempo, até que Demi e meus acompanhantes desceram e se juntaram a nós. Depois do almoço, eu e o meu time fomos para o aeroporto pegar o avião de volta à Atlanta.
É, eu estava feliz. Estava muito feliz. Se há um ano você me perguntasse como eu ficaria se isso acontecesse comigo, eu iria rir da sua cara e te mandar para um hospício, dizendo que isso era impossível de acontecer. Pois é, nada é impossível.
JUSTIN BIEBER POV;
– MÃE! PODE VIR AQUI POR FAVOR? – Eu gritei, na frente do espelho, praticamente dando um nó na gravata borboleta e me enforcando.
– Justin, você tem muitos talentos, mas se vestir não é um deles. – Ryan Butler, meu amigo que estava em Atlanta para passar um tempo comigo nas férias dele, comentou.
– Hey! Amarrar uma gravata como essa exige muita experiência, ok? – Eu disse bravo, tentando desamarrar o nó que havia feito.
Mas que treco irritante.
– Me diz por que não posso ir de jaqueta de novo? – Eu perguntei a Ryan.
– Porque é um Baile de Inverno, Justin. Evento formal. – Ryan disse, rindo.
– Entendi. – Eu disse, sorrindo ao ver minha mãe entrar no meu quarto. – Mãããe!
Eu ri e abracei ela até esmagar.
– Justin! Está me machucando! – Ela disse, rindo.
– Ops, desculpe. Agora... Pode me fazer um favor? Me tire dessa forca... – Eu disse, pegando na gravata.
– Ainda está experimentando os smokings? – Ela perguntou, enquanto se aproximava e tentava me ajudar com a gravata.
– Tenho que ver qual que é o melhor, ainda não decidi. – Eu comentei, tentando olhar o que ela fazia na gravata.
– Sim, é muito difícil decidir entre dois smokings. – Ryan disse, rindo, enquanto batia uma bola de basquete no chão.
– Ah, cala a boca Ryan. – Eu disse, pegando uma almofada e atacando nele, rindo.
– Já falou com a sua mãe sobre ficar aqui até o natal, Ryan? – Minha mãe se dirigiu a ele.
– Sim, Pattie. – Ele disse. – Ela deixou, mas quer que eu passe o ano novo com eles.
– Compreensível. Te levamos ao aeroporto alguns dias antes sem problemas. – Pattie disse, sorrindo. – Pronto querido.
Minha mãe arrumou a gravata para mim e eu fui me olhar no espelho.
– O que acham? – Eu perguntei ainda em dúvida.
– Eu gosto desse, Justin. – Minha mãe disse, me olhando.
– É, eu também. – Ainda fiquei encarando meu reflexo no espelho por alguns segundos, até que Scooter entrou no meu quarto batendo na porta antes.
– A noiva já se decidiu? Precisamos acertar as coisas do baile, nanico. – Scooter disse.
– É um carinho tão grande nessa casa que eu me impressiono. – Eu disse, ironicamente.
– Não generalize. – Minha mãe disse.
– Menos você mãe, você é café-com-leite, ok? – Eu disse, sorrindo e dando um beijo no rosto dela. – Vamos Scooty, vamos decidir as coisas do baile.
– Você vai descer assim? – Scooter disse, rindo.
– Preguiça de me trocar. – Eu disse e então saí pela porta, descendo as escadas depressa e indo para a sala de jantar, onde havia mais algumas pessoas, dentre elas o diretor do programa da MTV, Usher e Ryan Good.
– E aí? – Eu disse, entrando na sala e me sentando em uma cadeira.
– Estavamos dizendo que conversamos com a escola sobre a gravação e que eles permitiram. Falamos também com o pai de Julie e ele autorizou a entrada das câmeras na casa dele antes de você se encontrar com a Julie no sábado. Terá vários postos de câmeras da MTV incluindo a casa dela, a limosine, a sua casa e o salão do evento. – Usher explicou.
– Sim e você fará um depoimento na limosine, faremos aquelas surpresas que combinamos para Julie. – Scooter comentou.
– Providenciaram as flores e o resto que eu pedi? – Eu perguntei.
– Sim, o buquê de rosas e a rosa de pulso para o baile. – Scooter disse. – Também farão um álbum de fotografias que será na casa dela, no jardim, na ala da piscina, na limosine e no evento, durante e depois.
– Esse garoto é um eterno Don Juan. – Usher disse, rindo.
– Nem me lembre. – Scooter disse, rindo também.
– Eu ensino uns truques para vocês mais tarde. – Eu disse, rindo. – E quanto às pessoas da escola dela? Ficou bem claro que tenho fãs ali. Não quero problemas nem que a Julie se sinta desconfortável com algum tipo de situação.
– Kenny vai estar presente no evento, então, não há motivo para preocupação. – Scooter disse.
– Temos que repassar a surpresa principal, JB. – Usher disse. – Já falei com a diretora ela concordou com o ato.
– Ótimo, faremos isso amanhã de tarde. – Eu disse.
– Ashley vai? – Ryan disse, assim que entrou na sala.
Usher, Scooter e eu olhamos para ele e depois nos entreolhamos, logo começando a rir sem parar.
– Ryan... Você poderia, por favor... POR FAVOR... Ser um pouco mais discreto? – Eu disse, rindo muito. – Cara... Isso está começando a ficar hilário!
– O que está ficando hilário? – Minha mãe perguntou, ao entrar logo depois de Ryan.
– Essa paixão platônica à primeira vista que o Ryan teve pela Ashley. – Eu disse, ainda gargalhando.
Eu não sei do que dava para rir mais. De ver o jeito sem graça do Ryan ou de Usher tentando conter o riso. Ele nunca gostava de ser inconveniente para essas coisas, mas depois que Ryan ficou a semana inteira falando da Ashley, é impossível não ser.
– Não sei por que está rindo, Scooter, você bem que tem um tombo pela Ashley. – Eu disse, rindo. Scooter logo ficou sério. Usher não aguentou e começou a rir.
– Não aguento esse garoto. – Ele se retirou rindo e foi tomar um copo d’água.
Depois daquele dia, o resto do tempo passou depressa. Ironicamente, talvez, porque eu mal pude falar com Julie nesse período. Talvez por algum motivo maluco que Ashley colocou na cabeça dela.
Tudo o que eu sabia é que a MTV iria ajudá-la com sua aparência no sábado antes do baile. Quase pedi para minha mãe me fazer um seguro de vida, pois eu sabia que praticamente teria um ataque cardíaco. Julie já é linda sem nenhum tipo de maquiagem, que dirá com.
Logo a contagem regressiva de horas começou.
O tempo passava depressa e as tarefas a serem realizadas eram concluídas uma por uma com sucesso. Eu? Eu estava mais ansioso do que um garoto de 11 anos em seu primeiro encontro. Eu realmente estava nervoso e ansioso, não conseguia parar quieto em um lugar por mais de 5 minutos. Não queria deixar que percebessem, mas era quase inevitável.
Aquela noite era realmente muito importante para mim. Muito mesmo.
Poderia parecer algo fútil, mas não era. Eu queria, muito, conseguir provar para ela que eu achava que ela era a certa para mim. A única que eu realmente amei.
Quando eu vi já estava pronto e faltava menos de meia hora para que eu fosse para a casa da Julie.
Logo fui me despedir da minha mãe, que me desejou uma ótima noite, e entrei na limosine.
Dentro dela, tive que dar um depoimento sobre a situação:
– Sabe... Eu não pensei que fosse passar por isso de novo. Faz muito tempo que eu não vou a um baile assim... – Eu disse, meio sem graça e rindo de leve. – Mas sei que vai ser uma ótima experiência porque vai ser com uma garota que eu julgo mais do que especial. Sei que não sou o único que pensa isso e vou fazer da noite dela a melhor de sua vida.
Eu sorri e joguei o cabelo. Eu estava sim, muito sem graça. Mas enfim, tenho que cumprir o contrato.
Não demorou para que fôssemos com a limosine para a casa de Julie, onde tudo estava sendo filmado.
Saí da limosine com um pequeno recipiente de plástico que tinha dentro uma flor de pulso com detalhes vermelhos. Andei o caminho entre a limosine e a porta da casa de Julie, sendo sempre filmado, e indo de encontro com Katherine, a avó de Julie que me esperava na porta.
– Muito elegante Sr. Bieber. – Ela disse naquele tom de rainha que eu e Julie sempre brincávamos em dizer que ela tinha.
– Tenho que estar Sra. Evans. – Eu disse, sorrindo e dando um abraço gentil nela. Ela sabia que eu a considerava uma avó para mim também.
– Fico satisfeita em ver o quão dedicado você está sendo pela minha neta... – Ela disse, enquanto acariciava meu rosto de uma forma maternal.
– Fico feliz só de ter essa oportunidade, Sra. Evans. – Eu disse, sorrindo.
– Você como sempre é um doce de garoto... – Ela sorriu e me indicou o caminho para dentro do Hall da sala, que estava cheio de câmeras.
– Julie está pronta? – Eu perguntei, olhando curioso para dentro.
– Estará em um minuto, querido. – Ela disse, entrando na casa atrás de mim.
– Justin, fale sobre o que está sentindo para a câmera. – Um dos produtores do programa me chamou e logo disse.
– Aaahm... Ok... – Eu disse, indo em direção a eles rindo e pensando no que dizer.
Logo respirei fundo e comecei.
– E aí, Justin Bieber aqui. Estou na residência de Julie Evans, esperando ela terminar de se trocar para que possamos ir ao seu Baile de Inverno. Para falar a verdade eu estou bem nervoso, principalmente por causa de todas as surpresas que estamos preparando para fazer dessa noite perfeita e claro... Fazer de Julie Evans... One less lonely girl. – Eu disse, logo sorrindo e piscando no final.
– Ótimo Justin, perfeito. Obrigado. – O produtor disse, satisfeito com o resultado.
Depois que eu cheguei na casa de Julie, ironicamente, o tempo parecia passar lentamente. Cada segundo parecia uma eternidade enquanto eu a esperava ali. Parecia que nunca chegaria o momento que ela apareceria no alto daquela longa escada que havia na casa dela e desceria os degraus em minha direção.
Só depois que eu me distraí que isso aconteceu. Fui pego de surpresa. Quando eu vi, tudo foi rápido demais. Me avisaram correndo e ligaram tudo correndo, eu me virei e a vi ali, no início da escada.
Fiquei sem ação, completamente paralisado. Não sabia o que dizer ou o que fazer. Não sabia nem como não estava babando. Ela estava linda, radiante, perfeita. Nunca a vi tão linda quando estava agora e não só por causa das roupas e por causa da maquiagem, alguma coisa nela estava diferente. Ela parecia mais segura, mais confiante em si mesma, mais firme.
O vestido a deixou linda e sexy, eu não pude conter os olhares de cima a baixo. Sorri abertamente enquanto a observava descer os degraus majestosamente. Ela estava incrível.
E a cada segundo eu tinha mais certeza de que estava fazendo a coisa certa.
Finalmente ela desceu todos os degraus e veio em minha direção. Nada disse, apenas peguei sua mão e dei um beijo. Depois desse ato, a fiz dar uma volta. Ela soltou uma risada sutil, meiga, um pouco envergonhada, mas ainda assim segura.
– Você está maravilhosa. – Eu disse. – Como sempre...
– Você está maravilhoso também, Justin... – Ela me disse, olhando nos meus olhos. – Como sempre...
Eu sorri e me aproximei dela, dando um beijo demorado em sua bochecha.
– Bom... Tenho que passar por algumas formalidades de bailes... Então... Espero que goste... – Eu peguei a flor que havia dentro daquele recipiente de plástico e coloquei no pulso dela.
– Acertou a cor, olha só... – Ela disse, admirando a flor e sorrindo, ainda dando leves risadas.
– Conheço você... – Eu disse, confiante.
Então ela sorriu e me deu um doce beijo no rosto, olhou nos meus olhos novamente e sussurrou.
– Obrigada.
Eu não respondi, apenas sorri.
Logo fomos interrompidos e tivemos que tirar várias fotos pela casa dela, para o álbum que faríamos.
Depois de várias fotos, várias conversas e algumas despedidas, eu e Julie nos retiramos de sua casa para irmos de limosine ao local do baile.
Fomos conversando no caminho e dando ótimas risadas. Eu cantei “One Less Lonely Girl” para ela enquanto a via sorrir como nunca para mim. Brincávamos mesmo na frente das câmeras, sem realmente nos importarmos.
Estávamos simplesmente sendo a Julie e o Justin de sempre.
Chegou uma hora, quando estávamos próximos a escola dela, que ela disse:
– Sinceramente? Não consigo acreditar que isso esteja realmente acontecendo. – Ela disse, sorrindo muito. – Parece um sonho.
– Um sonho se tornando realidade. – Eu disse, sorrindo.
Mordi o lábio e abaixei a cabeça, rindo de leve e desviando o olhar.
Aquela noite seria ótima. Eu sentia isso.
– Justin, olhe! – Julie disse, pegando na minha mão e apontando para fora da janela.
Havia uma multidão ali fora, além das pessoas da escola que estavam indo para o baile. Fãs. Não me surpreende que eles tenham descoberto. Meus fãs conseguem tudo o que querem.
– Bem vinda ao meu mundo. – Eu disse, sorrindo para Julie, entrelaçando a minha mão com a dela e dando mais um beijo.
Julie olhou animada para mim e sorriu de um jeito radiante.
– Preparada? – Eu pergunte, olhando nos olhos dela.
– Nasci preparada. – Ela disse, sorrindo para mim e brincando, como sempre.
Eu abri a porta e saí da limosine, ouvindo a multidão gritar loucamente meu nome, para variar. Os flashes não cessavam, eu acenei um pouco e logo me virei para pegar a mão de Julie e auxiliá-la para sair da limosine.
Ela saiu e me olhou, dando uma risada divertida e fazendo com que eu retribuisse.
Olhando por esse lado, eu e ela ali, juntos, no meio de toda a confusão que eu geralmente passo sozinho, foi bom ver como somos uma ótima dupla para lidar com essas coisas.
Peguei na mão dela com certeza do que faríamos a seguir.
Seguimos para dentro do salão e tiramos mais milhares de fotos lá dentro, até encontrarmos os amigos de Julie e ficarmos um bom tempo conversando. Os amigos da escola dela eram realmente muito engraçados, fiz vários amigos enquanto ficávamos ali, conversando com todos eles.
A vida dela era incrível, poderia não ser inicialmente cheia de glamour, mas era simples e divertida, eu gostava. Gostava de fazer parte disso.
Gostava de ver como ela sorria quando estava com seus amigos. Quando estava comigo.
Estávamos tendo um ótimo momento, até que...
– OH MY BIEEEEEEBER! NÃO ACREDITO QUE É VERDADE! JUSTIN BIEBER REALMENTE VEIO AO MEU BAILE! – Uma garota morena gritou do meio do salão.
Eu olhei, confuso, a garota que havia começado o escândalo. Se tem uma coisa que eu não gosto é garotas escandalosas. Tirando a Ashley, ela é engraçada.
– Ah... Meu... Deus... – Eu ouvi Ashey dizer. – Ela acabou de dizer...?
– “Meu baile”. É, ela disse sim. – Julie disse.
Eu fiquei sorrindo. Nunca vi aquelas duas tão raivosas e ameaçadoras quanto naquele momento, foi engraçado. Me senti num faroeste, com toda aquela areia e casas de madeiras e bares com cowboys.
Só falta elas começarem a dizer “Esse baile só tem lugar para duas!”. Eu consigo imaginar Julie com um chapéu de cowboy e Ashley girando uma pistola na mão. Sinceramente? Não sei porque consigo imaginar isso. Eu e a minha imaginação fértil, tsc tsc tsc.
Julie e Ashley entraram na minha frente enquanto a garota se aproximava de mim.
– Brooke. – Ashley disse.
Aaah então esse é o nome da bandida.
– Olá Ashley... Julie. – A tal da Brooke fez uma cara super irônica. Eu abaixei o olhar e contive o riso. Só queria ver no que isso iria dar. O documentário ficaria hilário. “Namorada de Justin Bieber cai no tapa com uma colega de escola”.
– Olha só, que vestido lindo você está usando hoje a noite, Brooke! – Ashley começou, com um típico tom de garota americana que sabe como humilhar como ninguém. – Ou melhor dizendo, como é lindo esse seu guardanapo! Olha... Se você tivesse pedido eu te emprestava um vestido... Por que isso que você está usando não pode ser considerado um.
– A não ser que você considere que mostrar 70% do corpo seja algo digno de um baile. – Julie disse, de uma maneira doce, porém sarcástica ao ponto de causar uns arranhões.
Aproveitando que Julie e o resto das pessoas estavam muito distraídas com a situação, achei que a situação era perfeita para colocar em ação o plano SS. Plano Super Surpresa. Trocadilho de 0,99 centavos, por favor.
É, eu sei, tenho talento para nomes de planos.
Fugi da confusão e encontrei Usher em um corredor vazio. Peguei todos os instrumentos que precisaria para por o plano em ação e ele também. Scooter teve o seu sinal e foi para a sua posição. Sincronizamos os relógios e quando deu a hora, o plano começou.
5... 4... 3... 2... 1.
Todas as luzes se apagaram, certa gritaria começou dentro do salão. Meu DJ se posicionou e eu pude ver as luzes programadas se acendendo e preenchendo o local. A música de base começou a tocar, com um começo maior, pela entrada que faríamos. Uma fumaça começou a percorrer o chão e então, Usher entrou no palco. A gritaria aumentou.
Logo ele começou.
JULIE EVANS POV;
As luzes se apagaram. Eu imediatamente me virei para trás. Ele não estava lá, como o esperado. Eu sabia que algo assim aconteceria, eu sentia. Conhecia ele muito bem para não reconhecer aquele olhar que ele tinha de quem estava planejando aprontar algo grande.
Fechei os olhos e sorri, respirando fundo por um segundo. Logo reabri meus olhos e olhei para o salão. Foi tudo muito rápido. Umas luzes neon azuis e brancas começaram a percorrer todo o salão do baile, as pessoas gritavam, mas eu queria que elas se calassem.
A fumaça preencheu o local. Eu observava que estavamos encurralados pela fumaça, quando Ashley pegou no meu braço com força e me fez olhar para o palco. Naquele momento eu reconheci a música que estava tocando. Ah droga! Não acredito!
Eu adoro surpresas, mas quando eu tenho alguma pista concreta de que essa surpresa realmente vai acontecer, porque aí eu sei como agir. Naquele momento, eu estava de mãos atadas.
Logo Usher começou.
– It's your chance take her hand to the floor, to the floor... Fellas, it's the moment that you've been waiting for. Girl, if you see something you like then let him know, let him know.Ladies, I know you're ready. ‘Cause you only got one chance, on your first dance. You never forget your first dance. So take advantage of this slow jam. Sound out, JB. Yeeah man!
– When I close my eyes I see me and you at the prom... We've both been waiting so long for this day to comeNow that it's here let’s make it specialI can't deny... There's so many thoughts in my mind... The DJ's playing my favorite song, ain't no chaperones... This could be the night of your dreams– Ele estava ali, com um microfone na mão e saindo da entrada oposta do salão. Ele vinha lentamente, cantando tranquilamente, dando um passo de cada vez em minha direção. E eu? Não conseguia tirar meus olhos dele. Ashley fez questão de tirar todos de perto. Eu não me importava, não estava preocupada com isso, não mesmo.
Eu respirei fundo e tentei conter as borboletas no meu estômago.
Antes que eu pudesse perceber, ele já estava perto o bastante para poder estender a mão para mim. Ignorei o quase grito de Brooke, provavelmente abafado pela mão de Ashley na boca dela. Levei minha mão ao encontro da dele e peguei. Ele me puxou para mais perto e envolveu seu braço na minha cintura. Deixei minha mão no ombro dele enquanto continuava o ouvindo cantar.
– I couldn't ask for moreWe're rockin' back and forth under the disco ball, we're the only ones on the floorI can't deny... So many thoughts in my mindThe DJ's playing my favorite song, now we're all alone... Here's the opportunity. – Ele sorriu para mim e eu entendi. Entendi que aquela era a hora, e cara, eu pensei que estaria preparada, mas é algo tão grande que eu não sabia o que poderia acontecer. Eu tinha medo do que poderia acontecer, mas eu sabia, que aquele momento nosso ficaria eternizado. Estar com ele me dava segurança e era disso que eu tinha que me lembrar.
– Only if you give, give the first dance to me... Girl, I promise I'll be gentle... I'll be gentle... I know we gotta do it slowly... Slowly, yeah... If you give, give the first dance to meI'm gon' cherish every moment, every moment... ‘Cause it only happens once, once in a life time. – Ele continuou a música, tocando minha testa com a dele e fechando os olhos. Me tendo perto dele, começamos a dançar, lentamente, juntos, em harmonia.
– Everybody says that we look cute togetherLet's make this a night the two of us rememberNo teachers around to see us dancing close... I'm telling you our parents will never knowBefore the lights go up and the music turns off... Now's the perfect time for me to taste your lip-gloss... Your glass slippers in my hand, right hereWe'll make it before the clock strikes nineIf you give, give the first dance to me... Girl, I promise I'll be gentle... But we gotta do it slowly... If you give, give the first dance to me... Give the first dance, baby... I'm gon' cherish every moment... Woah, oh, uh, woah, oh... It only happens once, once in a life time. – Ele continuou a música, com aquela voz doce que ele tem, voz que hipnotiza, que encanta, que faz qualquer uma se apaixonar. Ele cantava aquela música para mim, única e exclusivamente para mim, deixando bem claro para todos ali e todos que veriam o seriado que eu era dele, era para mim que ele estava cantando aquela música. A garota por quem ele estava apaixonado. Depois de cantar e deixar que Usher comece sua parte, ele pegou no meu pescoço, deslizando sua mão até a minha nuca e acariciando a região. Tirou o microfone de perto e olhou nos meus olhos. Olhou tão intensamente que eu fiquei sem reação. Logo ele se aproximou, os gritos começaram a nos ensurdecer, mas não estávamos preocupados com isso. Ele me beijou, me beijou na frente de todos, no meu baile. Me beijou de um jeito único, carinhoso, romântico e delicado. Me beijou com amor, com desejo, com paixão. E eu retribui, sem hesitar. Todos gritavam, mas eu não ouvia. A única coisa que eu conseguia ouvir era as batidas rápidas do meu coração.
Depois de um tempo ele parou de me beijar, pegou meu rosto com as mãos e continuou acariciando de uma forma gentil. Ele me olhava, como se olhasse minha alma.
E então ele sussurrou:
– Eu amo você, brasileira. – Ele disse, sorrindo.
– Também amo você, canadense. – Eu disse, rindo de leve e revirando os olhos.
– Pronta para correr? – Ele disse, rindo.
– Nasci pronta... – Eu disse, rindo também.
– No três, ok? – Ele disse, olhando nos meus olhos e sorrindo.
– Ok! – Eu respirei fundo e sorri.
– Um... Dois... – Ele riu de leve e logo disse. – Três!
Depois disso, parece que tudo foi em câmera lenta. Ele entrelaçou a mão com a minha e avançou. Eu olhei para trás e todos os olharem nos acompanhavam. Demorou um pouco para eles perceberem que realmente estávamos fugindo de mais confusão, mesmo que nós sejamos a causa dela. Soltei uma risada e começamos a correr para fora do salão, indo em direção à limosine que nos esperava. Algumas pessoas tentaram nos seguir, mas era tarde demais. Assim que entramos, a limosine partiu.
Logo depois que eu pensei que finalmente teríamos algum descanso com os feriados de inverno, meu celular vibrou.
– Ashley. – Justin e eu dissemos juntos, sem deixar de rir.
Abri a minha bolsa e peguei meu celular. Logo vendo que a mensagem não era de Ashley, e sim, de Justin Timberlake.
“Parece que o Papai Noel resolveu visitar uma garota brasileira mais cedo neste ano. Não vou desistir em te transformar em uma estrela, Julie, pode apostar nisso. Depois nos falamos melhor. JT xoxo”
Ok... Eu, Julie Evans, uma garota brasileira de quase 18 anos, estou sendo o mais novo alvo de Justin Timberlake para entrar no ramo da música...
Alguém por favor me dê um tapa na cara porque eu acho que vou desmaiar.
De novo.
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Amooooooooooores, 
desculpem pela demora, acabei de voltar da praia.
E aí o que acharam do gigaaante capítulo?
Deixem nos comentários.
Beijãão

4 comentários:

  1. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, MEU QUE IB PERFEITA !!!!!!!!! POSTA LOOGO, PUBLICA MEU BLOG ? PLEASE
    http://mydreamofabelieber.blogspot.com/ obrigada desde já ..

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