quinta-feira, 9 de maio de 2013

She Will Be Loved - Untitled


        Para minha sorte – e a de Bryan – torcer com todas as minhas forças para que Justin não fizesse nada valeu a pena. 
- Vocês se conhecem? – perguntou apenas. 
- Eu que te pergunto – Bryan respondeu rapidamente.
- Bom, eu costumo frequentar a melhor boate da cidade. Mas não sabia que você tinha o mesmo hábito – ele ameaçou sorrir mas não o fez.
- Na verdade não tinha.
- E o que o fez mudar de ideia? Cansou de ser o certinho da turma?
- Quem me dera se fosse isso – sua voz estava seca - Eu te levo pra casa – ele se dirigiu a mim. 
Olhei pra Justin que levantou a mão em forma de um aceno e sai seguindo Bryan até sairmos do ginásio. Depois de entrar no carro os primeiros minutos foram silenciosos, mas logo não consegui segurar a vontade de perguntar. 
- Então vocês se conhecem? Há quanto tempo?
- Ele passou aqui faz três anos, achei que nunca mais o veria novamente. Não acredito que ficou com ele – me lançou um olhar incrédulo.
- Como se eu tivesse opção. Acredite, ele é um anjo perto de outros homens com quem já fui pra cama. E afinal, qual o problema com Justin? 
- Nenhum. Ele só não é flor que se cheire – disse parecendo querer encerrar o assunto. Não insisti. 
As luzes da cidade começaram a reaparecer conforme o carro avançava. Avenidas e mais avenidas. Abri o vidro da janela até o fim e senti o ar sereno batendo contra meu rosto. A noite estava maravilhosa. Olhei mais à frente e observei a lua em sua fase crescente. No rádio tocava The Beatles. Um carro da polícia com a sirene ligada passou quase voando por nós. Quando me dei conta percebi que o caminho para minha casa era outro. 
- Onde estamos indo? – perguntei no mesmo instante.
- Achei que não perceberia – ele sorriu de canto – Ainda está cedo para dormir. E duvido que vá fazer algo de interessante quando chegar em casa. Vamos dar uma passada na praia. 
- Na praia? – perguntei para confirmar sentindo minha garganta seca. 
- Sim. Algum problema? – perguntou de imediato. 
- N-não. É porque me lembra de coisas boas. Boas demais. Coisas que não voltarão – disse enquanto tentava afastar minhas lembranças de minha mente.
- Se você preferir... – o interrompi. 
- Tudo bem, vamos lá. 
Não demorou muito e o carro foi estacionado na frente de um quiosque-bar onde a movimentação era grande. Fiz um pouco de esforço forçando a visão e ao longe avistei ondas não muito altas se quebrarem na areia da praia. A porta foi aberta e Bryan sorria para mim. Desci do carro e o vento fraco esvoaçou meu cabelo. Senti o braço de Bryan envolver meu pescoço e fiz o mesmo com sua cintura. Demos poucos passos e logo estávamos andando na areia. Sentia que logo ela atravessaria meu tênis e chegaria aos meus pés. Como quando era criança. Nunca conseguira sair da praia como chegara. Caminhamos demoradamente e quando a água atingiu meus pés me lembrei de como era boa a sensação de tomar banho de mar. Fora algo rotineiro na minha infância. Minha mãe brigava com meu pai por se preocupar demais, mas eu sabia que podia confiar cegamente nele. Era como se o tempo não tivesse passado. Ainda podia ouvi-la gritando “Tome cuidado na água, Arthur! Você sabe como as ondas podem ser perigosas!”. Sorri com meus pensamentos e senti Bryan apertar mais meu corpo ao seu. 
- Meus pais sempre me levavam nas praias daqui. 
- Onde estão agora? – ele me olhou mas meu olhar estava fixo na água. 
- Eles... – hesitei – morreram. Um acidente de avião. Raramente acontecem, mas quando ocorrem levam quase todas as vidas a bordo de uma só vez – disse num tom desanimador.
- Eu... – não pôde terminar.
- Sente muito – completei. – Todos dizem isso. Mas só estão tentando serem educados. Não esperava que você fizesse isso. 
- Eu realmente sinto muito. Sei como é perder alguém. Ou melhor, sei como é não ter ninguém – o olhei confusa – Eu sou adotado. Praticamente nasci no orfanato. Minha sorte foi não terem demorado para de adotar, eu e minha irmã.
Agora nos separamos e estávamos nos encarando frente a frente. Seus olhos verde-esmeralda estavam fixos nos meus. 
- Você nunca quis ir atrás e descobrir quem são seus verdadeiros pais?
- Querer eu quis, mas minha irmã sempre me convenceu que estamos bem assim. 
- Espero poder conhecer sua irmã. 
- Você conhecerá – ele sorriu fraco. 
Olhei para meus pés e tirei o tênis, jogando-o para mais longe da água. Afundei meus dedos na areia molhada. Segurei a mão de Bryan e o levei para onde a areia estava seca e me sentei. Ele fez o mesmo. O som da música do quiosque estava longe e onde estávamos não tinha ninguém além de nós. O mar parecia infinito, assim como o céu. Deitei-me devagar sem me preocupar se iria sujar meu cabelo ou minha roupa. Adorava o som das ondas se quebrando logo a frente. O céu estava completamente preto e algumas estrelas o enfeitavam. Bryan se inclinou sobre mim lentamente até que pudéssemos sentir a respiração um do outro. Ele me deu um selinho demorado e eu avancei lhe oferecendo um beijo. Ele não negou. Sua língua procurava explorar cada canto de minha boca. Partimos o beijo e Bryan se deitou do meu lado, alguns centímetros de distância. O silêncio se fazia presente, mas não nos incomodava. Na verdade parecia ser a melhor opção. 
- Eu quero cuidar de você – ele virou o rosto para mim. Surpreendi-me. 
- Por que? – perguntei sem pensar. 
- Não sei – ele riu pelo nariz e eu sorri em resposta.
Não sei o que havia feito para merecer conhecer alguém como Bryan, mas já que tinha acontecido, estava disposta a mantê-lo perto de mim o máximo de tempo que fosse possível. Ficamos ali deitados por mais uns alguns minutos que passaram voando. Bryan me perguntou se queria parar no quiosque mas preferi ir para casa. Depois de pegar meu tênis fomos para o carro. 
No dia seguinte acordei 11 horas e uma súbita vontade de ver o Bryan novamente me dominou. Depois de me trocar e fazer minha higiene matinal fechei a casa e caminhei até a avenida mais próxima da minha casa. Logo um táxi passou e dei o nome do condomínio onde Bryan morava. Cerca de meia hora depois chegamos, paguei o homem do táxi e sai. O porteiro me deixou entrar pois lembrava de quando estive ali com Bryan. Caminhei pelo condomínio devagar mas não demorei a encontrar a casa dele. Bati na porta uma, duas, três vezes. O silêncio dentro da casa fazia parecer que não havia ninguém ali. Levantei a mão na intenção de bater outra vez mas a porta foi aberta no mesmo instante. E me surpreendi quando vi que não era Bryan que estava à minha frente. 
- O que está fazendo aqui? – Justin me olhou como se fosse normal ele estar ali. Estava sem a camiseta, o que deixava todas suas tatuagens à vista, e com uma toalha branca enrolada na cintura. 
- Oi pra você também – ele riu irônico – Se quiser esperar pelo Bryan pode entrar – disse como se a casa fosse dele.
Fiz um sinal negativo com a cabeça indignada com o que ouvia dele e passei pela porta o empurrando. Sentei-me no sofá e liguei a televisão. Pelo canto do olho vi Justin fechar a porta e entrar pelo corredor. Me perguntava por que ele estaria ali e onde Bryan tinha ido. Mudava os canais procurando algum que me interessasse até que enfim encontrei um que passava “O Caçador de Recompensas” e deixei o controle remoto de lado. Já vira esse filme várias vezes e poderia ver muitas outras sem me cansar. Estivera tão entretida enquanto assistia que não reparara Justin escorado no vão da porta que levava à cozinha me observando. Ele pigarreou. Olhei para ele e segundos depois voltei minha intenção à televisão, mesmo estando com vontade de fazer várias perguntas, como de costume. 
- Então... O que você tem com Bryan? – ele perguntou enquanto se sentava na poltrona ao lado do sofá. 
- Pelo jeito vocês realmente não guardaram remorso do desentendimento ocorrido no galpão. – disse sem tirar os olhos da tv, não respondendo sua pergunta. 
- Não sou de guardar remorso. E então?
- E então o que? – enfim olhei para ele. 
- Qual o lance entre você e o Bryan? 
- Por que isso importa? – no fundo sabia que não respondera pois no fundo não sabia o que tinha de verdade com Bryan. 
- Na verdade não importa. É só curiosidade mas não precisa responder. 
Olhei para a mesinha de centro e desejei que Bryan não demorasse a chegar. 
- Então, vocês são amigos? – perguntei sem pensar duas vezes, o silêncio não estava me deixando a vontade ali. 
- Sim, nos conhecemos a alguns anos. 
- Você não é daqui, certo? 
- Não sou de lugar nenhum – fiz cara de desentendida e ele completou depois de sorrir – Eu viajo. Pelo mundo todo.  
- Deve ser ótimo levar uma vida assim. 
- Nem tanto. – ele pareceu desapontado e decidi me calar.
Cerca de 20 minutos se passaram lentamente, pois não consegui me concentrar no filme novamente. A porta se abriu e Bryan entrou, sorri quando ele olhou em minha direção. Suas mãos estavam cheias de sacolas de supermercado e ele retribuiu o sorriso. Justin olhou para nós e sumiu cozinha adentro parecendo irritado. 
- O que faz aqui? – ele perguntou colocando as sacolas no chão e andando até mim. Me levantei. 
- Acordei com vontade de te ver. 
- Ia te chamar pra vir aqui mesmo hoje, ainda bem que me poupou isso – abriu um sorriso quando bateram na porta e eu logo imaginei quem poderia ser apesar de não fazer ideia. 
Bryan se afastou indo até a porta e alguns meninos que estavam jogando basquete no dia anterior entraram acompanhados de algumas meninas. Eles riam alto e brincavam entrei si. Caminhei até Bryan depressa.
- Eu vou embora. 
- Não vai mesmo. Vamos fazer uma bagunça aqui em casa, por isso eu ia te chamar. 
- Mas eu não conheço ninguém, Bryan – sibilei nervosa. 
- Desde quando mudei o nome pra ninguém? – ele levantou a sobrancelha esquerda. – Ei, pessoal! – sua voz saiu um pouco mais alto que o normal - Essa é a Megan, para quem não estava no jogo ontem... Megan, estes são Chaz, Chris, Nolan, Ryan, Derek, Nicholas e Peter. E estas são Sarah, Amy, Rachel, e Emily, minha irmã. 
- Oi – sorri tímida. 
As meninas se aproximaram de mim e cada uma me deu um beijo no rosto. 
- Estava querendo te conhecer – disse me dirigindo à Emily – devo te dar os parabéns por deixar a casa impecável. Nem parece que um homem mora aqui. 
- Obrigada – ela sorriu – Mas não pense que é fácil. Vamos preparar algumas coisas para o almoço enquanto os meninos assistem ao jogo. 
Olhei para Bryan que me deu uma piscadela e acompanhei-as até a cozinha. 
Continua...

Desculpem por esse capítulo, que ficou uma merda, mas tentei postar mais rápido. Divulguem a fic se puderem, podem deixar críticas, elogios, sugestões, qualquer coisa nos comentarios. Obrigada por lerem, até a próxima, beijos. @hoggwartz

2 comentários:

  1. Eu meio que sumi D: iuahsuiahs mil perdoes,acabou acontecendo que eu perdi alguns links de certos blog's e o seu estava incluído D: enfim,recuperei.
    Perfeito,continua <3
    ''E estas são Sarah...'' opa,parou u_u eu to na historia iuahsuiashiuas

    ResponderExcluir
  2. Eu estou completamente apaixonada pela sua fic. É sério! Você tem a melhor história que eu já li em toda minha vida. Parabéns!

    ResponderExcluir